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    Operários do Estádio Nacional de Brasília comemoram a finalização do anel de compressão que sustentará a cobertura

     

    Os preparativos para montagem da cobertura da arena já foram iniciados 

    Os trabalhos no canteiro de obras do Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha terminaram mais cedo neste sábado. Trabalhadores e familiares celebraram, com churrasco, a conclusão da arquibancada superior – que ocorreu em 22 de setembro – e o término, na próxima semana, da concretagem do anel de compressão. O secretário extraordinário da Copa em Brasília, Claudio Monteiro, festejou com os operários.

     

    “Sem os trabalhadores, sem o esforço e a dedicação deles, nada disso seria possível. Nós agradecemos a eles pelo trabalho exemplar e por mais uma etapa cumprida. Este é o único anel de compressão em concreto entre os estádios da Copa do Mundo de 2014 e o de maior dimensão em construção no mundo”, afirmou o secretário.

     

    “Estamos construindo um monumento para Brasília. É um prazer colocar meu nome nele”, disse um dos trabalhadores, o bombeiro hidráulico Ildomar Luiz Rocha, de 58 anos.

     

    A construção do anel de compressão – que une as colunas da arena e que sustentará a cobertura – é considerado um dos maiores desafios da obra. De concreto, seu tamanho impressiona: 1km de circunferência, 308m de diâmetro e 22m de largura. O anel é formado por lajes inferior e superior e paredes de 5m de altura. Nas paredes já começaram a ser instaladas as placas-base que permitirão fixar a cobertura. Ao todo, são 48 peças, pesando 2,4t cada uma.

     

    Com a aplicação das placas-base, será possível içar os cabos permanentes que sustentarão a cobertura. O içamento será feito por um sistema automatizado, com equipamentos que chegarão a Brasília em aproximadamente 20 dias para o início dos testes. O procedimento automatizado para erguer a cobertura garantirá a geometria circular da estrutura, além da sincronia e da precisão necessárias.

     

    Propriedades especiais – A cobertura do Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha é uma das inovações tecnológicas que a obra exibirá. Funcionando como sistema de “roda de bicicleta invertida”, ela é composta por uma estrutura tensionada com cabos e treliças metálicas, revestida por uma membrana que cobrirá todos os assentos do estádio.

    A membrana, de 90 mil m², suporta 400kg, é autolimpante, permite a passagem de luz natural, retém o calor e, ainda, retira a poluição do ar. A estrutura chegará ao Brasil em novembro. Ontem (5/10), o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, conheceu o material que está sendo fabricado no Japão, durante viagem oficial à Ásia.

    “O mais importante de tudo é que o projeto do nosso estádio cobrirá todas as arquibancadas, de forma que o torcedor ficará protegido do sol e do calor”, disse o governador Agnelo Queiroz, em visita à fábrica.

    Além de resistente, a membrana reflete os raios ultra-violeta e retém 15% da luz amarela. Dessa forma, a cobertura irá ao mesmo tempo conter o calor e permitir a passagem de luz natural para os espetáculos realizados no estádio, sem exposição aos efeitos nocivos da luz solar.

    Durante a visita da delegação brasiliense à fábrica, o gerente de desenvolvimento de sistemas da Tayo Kogyo, Hidenari Matsumoto, explicou como funciona o sistema de autolimpeza da estrutura. “A membrana é feita com dióxido de titânio, que é o diferencial desse produto.” Desenvolvida em conjunto com a Universidade de Tóquio, a técnica de utilização do dióxido de titânio libera moléculas de dióxido de oxigênio quando a membrana é exposta ao sol – o processo chama-se fotocatálise. Essas moléculas dissolvem a poeira e o produto é varrido pelas águas da chuva. “Sabemos que o clima de Brasília contém seis meses de seca, mas a limpeza virá com as primeiras chuvas”, disse o técnico da empresa.

    Outra propriedade especial da membrana, em função do processo de fotocatálise é que, quando em contato com o sol, ela é capaz de retirar da atmosfera gases poluentes equivalentes ao produzido por cerca de 100 veículos, a cada hora.

    Na Ecoarena, o anel de compressão também terá importante papel na questão da sustentabilidade. Construído em concreto, facilitará a instalação das placas fotovoltaicas, responsáveis pela captação da energia solar. Serão dispostas 9,6 mil placas, com capacidade para gerar 2,5 megawatts de energia, o que corresponde ao abastecimento de cerca de 2 mil residências por dia.

    Andamento da obra – A construção do Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha segue em ritmo acelerado: 76% de sua execução foi finalizada. A laje que cobre o segundo pavimento está pronta. Os 288 pilares, com mais de 36m de altura livre e que rodeiam a arena formando a área de acesso, foram concluídos no fim de agosto.

    A arquibancada superior, formada por 1.604 peças de concreto pré-moldadas – feitas no próprio canteiro de obras desde dezembro de 2011 –, foi concluída em menos de cinco meses. O uso das peças pré-moldadas agilizou a execução da obra e não gerou custos adicionais.

    O estádio, construído como arena multiuso, estará adaptado para a realização de grandes eventos nacionais e internacionais. A arena passará por licitação para que uma empresa especializada em entretenimento a administre e garanta um calendário de eventos, aquecendo, assim, o setor de serviços, como bares, hotéis, restaurantes e transportes. Dessa forma, haverá geração de emprego e renda, melhorando a qualidade de vida da população. Atualmente, 4 mil operários trabalham na obra, divididos em três turnos.

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