Caso a presidente-interina Marli Rodrigues não responda aos questionamentos, o sindicalista proporá intervenção no sindicato
A presidente interina do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde (SindSaúde-DF), Marli Rodrigues, foi notificada via e-mail e WhatsApp, no dia 20 de dezembro, para prestar esclarecimentos sobre diversos aspectos contábeis e administrativos.
A prestação de contas deve ser providenciada até 15 dias úteis, após entrega da notificação.
Durante reunião realizada no dia 20 de dezembro, no auditório da Associação Comercial do Distrito Federal (ACDF) e presidida pelo sindicalista Amarildo de Sousa Carvalho, com sindicalizados e aposentados, foi aprovada notificação, posteriormente, encaminhada via endereços eletrônicos, e-mail, WhatsApp à presidente interina do SindSaúde-DF, Marli Rodrigues.
O SindSaúde-DF passa por momento difícil em decorrência de falhas da diretoria atual, deixando os filiados preocupados com a desorganização nos conceitos básicos na gestão sindical, temendo até pelo futuro da instituição, nas esferas de Justiça Civil e Criminal, segundo Amarildo de Sousa Carvalho.
Intervenção
De acordo com ele, o sindicato representa técnicos administrativos (analistas) e todos os servidores de nível básico e médio da rede hospitalar pública e privada, passa por processos de investigação do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) e da Polícia Civil do Distrito Federa (PCDF) por suspeita de sérias irregulares da atual diretoria, cuja presidente interina é Marli Rodrigues.
Amarildo de Sousa Carvalho entende que foi necessário produzir o documento com o intuito de tranquilizar os filiados e buscar a real situação das contas do SindSaúde-DF. E poderá pedir a intervenção, oficialmente, do órgão sindical.
Entre outras informações, a notificação solicita relação de todos os filiados até junho de 2023 que totalizavam 3.287 sindicalizados.
Além disso, os sindicalizados querem saber o número total de advogados e escritórios de advocacia contratados dentro da folha de pagamento e quanto aos profissionais de direito que prestam serviço. Em anexo, deverão ser apresentadas cópias dos contratos e aditivos existentes.
Conforme a notificação informa, a diretoria atual do SindSaúde-DF foi empossada no dia 07 de fevereiro de 2013, com mandato previsto no estatuto de quatro anos.
Assim, o prazo deveria ser encerrado no dia 6 do mesmo mês de 2017. “Em face de situação jurídica que impede realização das eleições vem sendo prorrogado e sem dada prevista para o seu término”, frisa o texto.
AssindSaúde
Outra irregularidade, pontuada pelos filiados ao SindSaúde-DF é o fato de a diretoria executiva ter criado a Associação dos Filiados ao SindSaúde-DF (AssindSaúde-DF). Há suspeita de irregularidades.
A gestão é da própria diretoria como entidade privada. Segundo denúncias de sindicalizados, a AssindSaúde teria conseguido vitórias na Justiça do Trabalho. No entanto, a associação transfere a responsabilidade financeira trabalhista para o sindicato. “Com agravante de que há informações de transferências ilegais de crédito entre as entidades”, informa a notificação.
Outro ponto obscuro da gestão de Marli Rodrigues é a falha na comunicação institucional relativa à real situação financeira do SindSaúde-DF, quanto ao nível de endividamento da instituição. Tanto em relação a ações trabalhistas, quanto às ações civis que colocam em risco o futuro do funcionamento do sindicato.
O documento traz em seu antepenúltimo parágrafo que se as demandas não forem respondidas pela diretoria do SindSaúde-DF, será acionado o Poder Judiciário para que os deveres dos integrantes da diretoria sejam completamente providenciados.
Está previsto no texto também que será convocada Assembleia Geral Extraordinária (AGE) pelos filiados para “adoção das medidas legais cabíveis, necessárias para salvaguardar a situação financeira, administrativa e política do SindSaúde-DF”.
Dia 16 de janeiro termina o prazo que a diretoria do SindSaúde-DF tem para responder a todas as questões levantadas por meio da notificação. Amarildo de Sousa Carvalho é servidor da SES-DF e trabalha no Hospital Regional da Asa Norte (HRAN).
Ele aguarda, com tranquilidade, o posicionamento por parte da diretoria da agremiação sindical, em resposta à notificação, devendo respeitar não só o que determina o estatuto, mas, principalmente, em relação à categoria.