Já se tornou lugar comum alardear o vanguardismo arquitetônico e urbanístico de Brasília. Enaltecer o caráter revolucionário desse feito humano continua sendo louvável – e necessário para a formação cultural dos brasilienses do futuro. Mas a apologia deve vir acompanhada de sua crítica.
Única cidade moderna tombada pela Unesco como Patrimônio Cultural da Humanidade, Brasília vem sendo assolada nas últimas décadas pela especulação imobiliária, grilagem de terras e ocupação desordenada.
Após 55 anos da concepção do projeto original, Brasília, e particularmente o Plano Piloto de Lucio Costa, convive com problemas típicos de grandes cidades, como trânsito intenso, criminalidade crescente e favelização. Depois de anos de governos despreocupados com o planejamento da cidade, agora observamos claramente as conseqüências dessa inação: o Plano Piloto não consegue comportar os mais de 2,3 milhões de habitantes que vivem no Distrito MFederal e 1,3 milhão de residentes em municípios limítrofes goianos e mineiros que se deslocam diariamente para o centro da capital. Leia mais