Janine Brito*
Sempre que dou uma entrevista ou participo de uma roda de conversa sobre liderança feminina, uma pergunta surge de maneira recorrente: como foi assumir a empresa da família, sendo mulher, em um setor tão masculino? Minha resposta vem com tranquilidade, mas também com consciência: foi desafiador — e ainda é.
Assumir a liderança da Pinheiro Ferragens foi, ao mesmo tempo, um passo natural e um ato de coragem. Cresci acompanhando os movimentos da empresa, ouvindo histórias de bastidores e aprendendo com os desafios enfrentados por quem veio antes de mim. Mas estar ao lado é muito diferente de ocupar o centro. Em um universo onde a figura feminina ainda é minoria — e, muitas vezes, subestimada —, precisei, como tantas outras mulheres, ocupar o espaço e mostrar que ele também é meu por direito.
Tenho refletido sobre o papel da mulher nos negócios. Não apenas como gestora ou executiva, mas como protagonista da própria história. Nesse contexto, um tema tem me tocado: a violência patrimonial. Uma forma de agressão silenciosa, muitas vezes invisível aos olhos da sociedade, mas com impactos profundos e duradouros.
Li uma reportagem sobre o assunto que me marcou. Ela trazia relatos de mulheres impedidas de acessar ou administrar seu próprio dinheiro. Muitas não podiam trabalhar, abrir uma conta bancária, ter liberdade financeira. Em diversos casos, os bens estavam todos no nome do marido, e qualquer tentativa de mudar isso era vista como afronta. Isso também é violência — e das mais cruéis, pois rouba da mulher sua autonomia.
Essa opressão nem sempre é escancarada. Às vezes, aparece mascarada de proteção: “deixa que eu cuido disso”, “finanças são complicadas”. Frases aparentemente inofensivas, mas que constroem um muro entre a mulher e sua liberdade. É preciso nomear esse problema. Falar sobre ele, debater, trazer à luz. O silêncio também é cúmplice.
Por isso vejo com entusiasmo a nova linha de crédito lançada por um banco público para mulheres empreendedoras. Para muitas, esse crédito pode ser o começo de uma nova vida. Pode transformar uma ideia em negócio, romper com a dependência, dar fôlego. Sei disso porque, mesmo com estrutura familiar, enfrentei desafios sendo mulher em um espaço de liderança masculino. Imagine quem está começando do zero, sem apoio, cuidando sozinha da casa e dos filhos.
Oferecer crédito é essencial, mas não basta. Precisamos investir em formação, redes de apoio, mentorias e representatividade. Construir ambientes onde mulheres se sintam seguras, acolhidas e levadas a sério. Onde elas não apenas tenham voz, mas também sejam ouvidas. O sucesso feminino não é exceção — é possibilidade. Falar sobre empreendedorismo feminino é falar sobre justiça social. É garantir que mais mulheres possam escolher seus caminhos e não depender financeiramente de ninguém.
*Ceo da Pinheiro Ferragens e Presidente do Lide Mulher Brasília
Sobre a Pinheiro Ferragens – Fundada em 1960, a empresa nasceu com o objetivo de comercializar aço para a construção civil. De base familiar e pioneira na capital, foi responsável por oferecer grande parte dos materiais para a construção de Brasília. Atualmente, a empresa trabalha com um mix de mais de dois mil produtos comercializados e industrializados. Localizada no Setor de Indústrias de Brasília e Taguatinga, a loja possui moderna estrutura e serviços diferenciados.
Acompanhe os vídeos institucionais da Pinheiro Ferragens:
https://www.youtube.com/watch?
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SERVIÇO:
Pinheiro SIA
Telefone: (61) 3012-8181
SIA Trecho 2/3 em frente ao SEBRAE
Pinheiro Taguatinga
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QI 11 Lotes 2/26 Taguatinga/DF