Secretário de Conselho do Governo, Roberto Wagner Monteiro, disse que Agnelo tem chance de conquistar a reeleição se conseguir mostrar o que fez em seu governo e que a campanha eleitoral será em cima da conversa, sem ataques aos adversários
jcosta@grupocomunidade.com.br Redação Jornal da Comunidade
Em entrevista ao Jornal da Comunidade, Roberto Wagner Monteiro, secretário de Conselho do Governo, informou que o grande desafio do governador Agnelo Queiroz (PT) é conseguir mostrar à sociedade o que ele fez em seu governo e o que ainda pode fazer para melhorar a cidade. Segundo ele, a tendência é que se mantenham os mesmos partidos na aliança do governo. Além disso, informou que Geraldo Magela será o candidato ao Senado na coligação.
Como o governo está se articulando para as eleições?
O governador criou uma comissão de articulação política para tratar desses assuntos, que é formada pelo vice-governador Tadeu Filippelli, o ex-secretário particular Raimundo Júnior e eu. Nessas reuniões estamos tratando de três assuntos políticos: coligação para distrital, coligação para federal e a questão do Senado. Para federal existe a possibilidade de termos duas chapas, sendo uma do PT mais alguns partidos e a outra do PMDB mais outros partidos. Para o Senado há uma aprovação muito forte dos partidos em nome do Geraldo Magela. E essa posição ficando igual está hoje, firme, a discussão que irá se apresentar será entre a 1º e 2ª suplências. Ouvindo as indicações para nomes para a 1ª e 2ª suplências existem duas frentes. Uma que se denomina a Frente Cristã, formados pelos partidos de matrizes evangélicas, estão se reunindo para indicar um nome, não seria o de Ronaldo Fonseca porque ele não aceitaria ser suplente. Consta que seria do bispo Manoel Ferreira ou da bispa Lúcia Rodovalho. Esses são os nomes colocados. Além disso, o Wanderley Tavares, presidente do PRB-DF, seria um nome. Do lado do G5, se eles aprovarem o nome do Magela, vão estudar um nome para representar o G5 na disputa da suplência. O nome mais colocado é o do Lucas Kontoyanis, presidente do PHS-DF.
Quantos partidos fazem parte da base governista?
Temos 17 partidos na aliança. Estou incluindo o PTB, porque o senador Gim Argello ainda não disse se vai estar fora da base. É um desejo muito forte do governador que o PTB continue conosco porque o senador Gim foi excepcionalmente leal ao governo, foi o senador no Brasil que mais trouxe recursos da área federal para o seu estado e é um companheiro em todas as horas. Então, há um pleito de gratidão do governo ao senador Gim Argello. Os outros partidos continuam na base e estamos entrando na fase de discussão das alianças, as chamadas coligações. Estamos fazendo encontros diários com três ou quatro partidos e eles estão colocando suas pretensões de coligações. Hoje, coligações já feitas para distrital são: PHS com PTdoB e outra coligação é o PEN com o PSL. Os outros partidos ainda estão estudando. Normalmente, para deputado distrital, a coligação é entre dois partidos.
A aliança permanecerá a mesma? Haverá entrada de mais alguma sigla?
Há um desejo do governador de trazer o Solidariedade, que está fechado a nível nacional com Aécio Neves, mas existe a possibilidade do deputado Augusto Carvalho e a vice, Sandra Faraj, serem convidados para participar das nossas coligações. O PSD, do ex-governador Rogério Rosso também. Rosso ainda não definiu nada e está exigindo que vai ficar do lado da coligação que tiver planos estratégicos voltados para a região do Entorno, ele acredita que a solução de Brasília está no Entorno. Ainda tem a tentativa de fazer coligação com o PSDC.
Existe possibilidade de algum bloco partidário sair da aliança?
Houve um almoço na última semana entre o governador e os 17 partidos. Todos falaram que estão na base, ninguém disse nada de sair. Mas estão em fase de discussão das coligações. Não existe nenhum tipo de revolta por parte dos partidos na questão da vaga do Senado, esse assunto já foi resolvido. É legítima a pretensão do G5 e da Frente Cristã decidir as suplências do Senado.
Magela será mesmo o candidato ao Senado pela aliança de Agnelo?
Há um consenso da maioria dos partidos de que o Magela é o nome mais forte para disputar com o outro candidato, fortíssimo por sinal, Reguffe (PDT). O candidato Reguffe é uma pessoa diferente, o tempo dele é dele, as informações que temos é que ele ainda não se decidiu. Mas temos a impressão de que ele será candidato ao Senado, porque ele passou o tempo todo dizendo que é contra repetir o mesmo cargo eletivo. Como ele já foi distrital e federal, agora é a vez de disputar o Senado, é bem o perfil dele estar no Legislativo. Mas também existe a pressão do PDT nacional, porque se ele fosse candidato a federal iria ser eleito e ainda levaria alguém com ele.
O que o governador Agnelo pode levar para a campanha como realização mais importante de sua administração?
É difícil um governador em qualquer estado dizer que priorizou um setor, porque as pessoas querem, por exemplo: mobilidade urbana. Brasília, possivelmente foi o local que mais se investiu em mobilidade urbana no Brasil. Saúde é outro ponto. Se fizer um levantamento proporcional ao tamanho do Estado, Brasília também vai ganhar como a unidade da Federação que mais se investiu em saúde. Se fizer as contas, também será visto que Brasília foi o lugar que mais se investiu em educação. Segurança também recebeu grande investimento. Também se investiu muito no esporte e lazer, com investimento em estádio, vilas olímpicas. Proporcionalmente, Brasília foi a cidade que mais teve investimentos da área federal nos últimos quatro anos. Isso é mérito do governador, pois se ele fosse antagônico ao Palácio do Planalto, não teria conseguido isso. A melhor coisa para o Distrito Federal é ter um governador aliado ao Palácio do Planalto.
Qual será o nível da campanha política?
Vai depender muito das redes sociais, porque os jornais jamais vão fazer campanha ou divulgar baixaria, não vão se prestar a isso. Mas, nas redes sociais, infelizmente tem muita baixaria e têm pessoas que acham que se combate baixaria com baixaria. Caberá às pessoas saberem diferenciar o que é verdade e o que não é.
Como será realizada a campanha de Agnelo?
A campanha do nosso lado será na boca do governador e do vice-governador. Será o seguinte: “Fizemos isto e vamos fazer aquilo”. Não vamos, nem devemos e não é da índole do governador Agnelo, ficar falando mal das pessoas, atacando. No minha opinião, o eleitor hoje não será mais voltado para as mazelas, mas sim para as ideias, as realizações. Não adianta o eleitor ser levado a votar em A ou B por questão de guerra na rede social, ele tem que fazer a parte dele e escolher aquele que mais pode fazer pela cidade. Essa é a função do eleitor consciente de escolher bem, de votar no melhor. No caso da reeleição, tem que se ver o que foi feito e no caso de quem não é governador, qual é o passado dele e se o passado tem uma lógica com o futuro. Têm pessoas que nascem com o perfil do Legislativo, outras nascem para o Executivo.
Como está a articulação do PRB-DF nestas eleições?
Atualmente sou vice-presidente nacional do PRB. O objetivo, como em todo partido político, é eleger o deputado federal Vitor Paulo e temos também o candidato a distrital, o Júlio Ribeiro, que foi secretário de Esportes. Também temos o foco de contribuir para a reeleição do governador Agnelo Queiroz.
Como o senhor vê as eleições no Distrito Federal?
No DF, se nós conseguirmos mostrar para a população o tanto que fizemos, eu penso que iremos ganhar, porque foi muita coisa que o governador Agnelo fez. Além disso, ele teve a felicidade de contar com o apoio muito forte da área federal, pois nosso orçamento depende muito das verbas federais e a presidente Dilma foi muito amiga do Distrito Federal. Tivemos a ajuda muito forte do senador Gim Argello. Estamos tentando e as pesquisas estão indicando que as pessoas estão começando a ver o que foi feito, se conseguirmos mostrar tudo que fizemos, e acho que vamos conseguir, há uma esperança nossa de que a população vai ser capaz de ver tudo que foi feito e acreditar que vale à pena uma reeleição. Bom, mas isso é uma coisa que demora um pouco a sedimentar no imaginário do eleitor.
E a nível nacional?
A última pesquisa mostrou que a presidente ainda tem possibilidade de ganhar no primeiro turno. A disputa nacional tem o candidato Aécio Neves, que é uma pessoa com baixíssima rejeição, portanto pode crescer também. Tem o Eduardo Campos, também com baixíssima rejeição e Marina Silva, que teve 20 milhões de votos, um número razoável. A dúvida é saber se ela consegue repassar esses 20 milhões de votos para o Eduardo Campos. Mas, cabeça de eleitor é algo imprevisível, às vezes uma frase dita em um contexto, explorada pelo adversário, muda a opinião. Há uma presunção de que haverá uma guerra nas redes sociais, o que é previsível.
Como o senhor avalia os pré-candidatos ao Buriti? Podem ser considerados um perigo para o governador?
São candidaturas legítimas. No caso de Arruda, já foi governador, já foi senador, está gozando de seus direitos políticos e tem legitimidade. O que se imagina é se ele será candidato antes de ter seu julgamento no tribunal. Seria bom que o julgamento fosse antes, e se fosse absolvido, teria toda a legitimidade de ser candidato. Seria muito ruim em termos jurídicos se acontecesse o caso de Arruda ser candidato, ser eleito e em seguida ser condenado e fazer voltar aquela situação de status quo. O caso é uma insegurança jurídica, em que ele pode se eleito e se condenado após tomar posse, sair do governo. O Rollemberg tem toda a legitimidade para disputar as eleições, é extremamente sério e muito vinculado com Brasília, e tem a seu favor um baixíssimo índice de rejeição, pois é uma pessoa muito séria. Não se usa em política a palavra perigo, todo candidato sabe que não existe no Brasil a candidatura única, o regime democrático exige, aliás, para governador eu penso que cinco ou seis candidatos é bom. O deputado Pitiman também é uma pessoa muito séria, um leão para trabalhar, um deputado muito bom, muito legítima a candidatura. Cabe ao governador mostrar à população o tanto que fizemos, e fizemos muito, e mostrar o que poderemos fazer nos próximos quatro anos se houver a reeleição. Nosso trabalho é mostrar tudo o que fizemos e se pelo que fizemos merecemos ser reeleitos para ter mais quatro anos de trabalho profundo.
Fonte: Jornal da Comunidade