Profundamente indignado junto com boa parte da população do DF, o deputado federal Fred Linhares (Republicanos-DF) também lamentou o caso da truculência dos policiais civis Gustavo Suppa e Victor Alves, agentes da Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA) contra o videomaker e cinegrafista Diego Torres Machado de Campos, de 42 anos.
Os policiais civis foram flagrados por populares agredindo covardemente o motorista na 112 Norte, após um acidente de trânsito sem gravidade na última quarta-feira (9). O filho da vítima, de apenas 5 anos, acompanhou tudo e foi abandonado no local.
A ação policial teria ocorrido porque o publicitário Diego atingiu, sem maiores danos, uma viatura descaracterizada da DCA. Os dois servidores à paisana desceram enfurecidos e começaram a protagonizar cenas de violência em público.
No vídeo, é possível ver o policial dando socos no pulso de Diego. Momentos depois, o filho da vítima aparece dentro do carro e vê o pai sendo algemado. A criança começa a chorar e é simplesmente ignorada pelos agentes.
Os policiais detiverem o publicitário e o levaram para a delegacia, deixando a criança com estranhos na rua. Por volta das 19h do mesmo dia, o publicitário foi finalmente liberado.
Segundo Diego, a confusão teve início no final do Eixão Norte. O homem estava acompanhado do filho Tito, de apenas 5 anos. Os dois tinham como destino o Parque da Cidade.
O motorista freou repentinamente, forçando Diego a buzinar para evitar uma colisão. Ainda assim, houve um contato entre os veículos. “Fiquei assustado, achei que era algum doido. O carro estava descaracterizado, não tinha nada de viatura”, relata.
Temendo pela sua segurança, ele acelerou e tentou se afastar, pegando a saída da 114 Norte. No entanto, o outro carro iniciou uma perseguição, chegando a fechá-lo mais uma vez e quase o empurrando para fora da pista, na tesourinha. “Até que eu ouvi uma sirene, mas não sabia se era deles, não tinha identificação alguma”, contou.
Desesperado, Diego seguiu em direção à comercial da 112 Norte para buscar um local seguro. Lá, foi interceptado novamente. “O agente que estava dirigindo veio exaltado, eu nem levantei a voz. Ele disse que eu estava preso. O colega dele veio me algemar. Eu só pedi que ajudassem meu filho, que estava sozinho no carro”, afirma.
Durante a abordagem, ele diz ter sido derrubado com uma rasteira e teve o rosto pressionado contra o chão, mesmo sem oferecer resistência. “Pedi ajuda, disse que meu filho estava lá dentro, mas fui colocado na viatura mesmo assim. Um dos agentes chegou a apontar uma arma pra mim”, completa.
O filho dele presenciou toda a cena e foi literalmente abandonado pelos policiais dentro do carro, chorando. O garoto foi acolhido por uma mulher que se comoveu e o retirou do veículo.
Os policiais civis Gustavo Gonçalves Suppa (de camiseta branca na foto em destaque) e Victor Baracho Alves (de camiseta preta), foram afastados da atividade operacional e realocados em funções administrativas
.Em nota, divulgada nesta quinta-feira (7/7), a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) disse que, após tomar conhecimento do caso, “foram adotadas de forma imediata todas as providências legais e administrativas cabíveis”. Entretanto, a nota não apresenta pedido de desculpas à família do publicitário pelo terror causado à criança que assistiu a tudo. Também nada fala sobre o fato dos policiais terem abandonado a criança de 5 anos no local no incidente.

“Sou um grande defensor da segurança pública e dos nossos policiais, sempre fui. Mas também sou pai. E ver uma criança de 5 anos presenciar o próprio pai sendo levado daquele jeito e depois ficar sozinha no local não dá pra aceitar”, escreveu.
Esse fatídico fato comprova mais uma vez a necessidade urgente de se promover profundos exames de sanidade mental para policiais. Casos de extrema violência e suicídio no meio policial (Bombeiros, policiais militares e civis) tem revelado falhas no acompanhamento psicológico.
Não basta afastar policiais envolvidos em casos de violência. Tem que se fazer novos exames para saber se de fato estão preparados para as ruas.