As três esferas de governo abrem milhares de vagas para o serviço público. Com o novo leque de oportunidades, há uma turma que se antecipa para atingir a preparação adequada e integrar a máquina estatal: os concurseiros
DANIEL GUERRA
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Se o ano é de matrículas para uns em cursos superiores, séries dos ensinos fundamental, médio e também em nível técnico, outros correm contra o tempo – e contra o edital – para conseguir uma vaga nos cursinhos preparatórios para concurso público. No caso especial de Brasília, turmas e mais turmas são abertas quando surgem concursos de maior dimensão como tribunais, Câmara dos Deputados, Senado Federal, procuradorias e ministérios.
Com novos cursinhos nascendo, é preciso ter atenção na hora de escolher em qual se preparar. Para não se arrepender, o candidato deve ficar atento à infraestrutura e ao corpo pedagógico de cada instituição. Muitas vezes, os professores já são servidores ou empregados públicos, o que pode ser um benefício: além de dominarem o assunto que lecionam, têm também a vantagem de conhecer o funcionamento do serviço público de maneira geral. A experiência, em todo caso, é valiosa e pode ser repassada àqueles que estão pleiteando a tão sonhada vaga na máquina pública.
Além disso, estar atento à trajetória do cursinho é uma boa pedida. No Distrito Federal, por exemplo, os maiores preparatórios são responsáveis diretos e colaboraram para a aprovação de milhares de pessoas que hoje exercem as funções de um cargo público ou aguardam a nomeação para o mesmo.
Muitos concursos públicos estão com vagas abertas para órgãos distritais e nacionais. Por ser a capital federal, Brasília tem o privilégio de sediar os órgãos públicos a nível nacional. Juntos, todos os somam mais de duas mil vagas. Isso sem contar os concursos de outros estados e aqueles federais, anunciados recentemente, como INSS e Polícia Federal. O aumento de vagas no serviço público aquece um mercado que está crescendo no Estado: o de cursinhos preparatórios.

Objetividade
Para José Wilson Granjeiro, presidente e professor do Grancursos, o estudante deve ser objetivo: buscar o cursinho que lhe ofereça os conhecimentos e a qualidade necessários para absorver o máximo de conteúdo. “Ele (candidato) deve procurar tradição, resultados, estrutura, corpo docente e ambiente. O curso deve dar a ele uma preparação para a carreira que tem em vista, seja de segurança, saúde, meio ambiente, fiscalização. Não procure o curso apenas pelo preço, ou porque está mais próximo, procure aqueles que têm tradição no mercado”, avalia.
Com a experiência de 23 anos à frente do Grancursos, Granjeiro dá dicas de estudo e preparação. “O cuidado é com o plano de estudo e com a escolha da carreira, se há previsão ou concurso autorizado, com edital na praça. É preciso ter a convicção de que pode vir à reprovação se não tiver domínio do conteúdo, mas o candidato não pode desistir. A preparação é de médio e longo prazos, porque são muitas disciplinas para serem assimiladas, é preciso treinar bastante. Brasília tem, tradicionalmente, as melhores escolas do Brasil e os candidatos mais competitivos”, resume.
Além disso, ele elege 2013 como um dos anos mais promissores para quem quer uma vaga no serviço público. “Se você pegar as notas do Governo, há pelo menos 190 mil cargos vagos na Lei Orçamentária, 110 mil aposentadorias acontecerão até 2015. Neste e nos próximos anos, haverá 300 mil vagas para serem disputadas só no Governo Federal. O poder público tem que substituir os terceirizados, eles têm que repor os quadros. Noventa grandes concursos acontecerão ainda neste ano, só no plano Federal”, conclui.
A coordenadora pedagógica do IMP Concursos, Ranil Aguiar, faz coro à declaração de Granjeiro. “O nível das seleções e dos candidatos está cada vez mais elevado. Se a pessoa quer garantir sua vaga no serviço público neste ano precisa começar a se preparar agora. O candidato precisa observar os concursos que deseja fazer, verificar os editais anteriores e a partir daí organizar os estudos. Uma dica importante é escolher áreas afins, o que facilita estudar para várias provas ao mesmo tempo”, explica. Ranil lembra que já existem muitas confirmações de seleções; uma das mais esperadas é a do Ministério Público da União (MPU), que tem o lançamento do edital previsto para acontecer até o mês de julho.
Ranil Aguiar defende uma preparação contínua e intensa, mesmo que os editais ainda não tenham sido publicados. Ela pontua que existem cursinhos que focam na preparação básica e aprofundada, o que facilita o estudo das temáticas específicas e direciona o ritmo para quando sair o edital. “É importante, também, observar provas de seleções anteriores para se familiarizar com o que pode ser cobrado”, aconselha.