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    A culpa é da Câmara

     

    Qual o imbróglio envolve a composição da Comissão de Assuntos Fundiários (CAF) na Câmara Legislativa? O Regimento Interno foi cumprido com a indicação dos integrantes pelos respectivos líderes partidários e a conseqüente publicação dos nomes no Diário da Câmara Legislativa. Prova disso é que nenhuma alteração foi formalmente feita até agora em relação ao que já estava definido

    Conforme a publicação, a composição ficou assim: a deputada Arlete Sampaio representa o bloco PT/PRB; Celina Leão o PSD; Cláudio Abrantes consta representando o chamado Bloco Ecológico, que é encabeçado pelo PEN; Cristiano Araújo (foto) é a indicação do PTB/PP/PR; e Wellington Luiz pelo PMDB/PTC/PTdoB/PPL.

    A partir de então, a definição dos cargos da CAF – e das demais comissões – como a presidência, são definidos por eleição entre os cinco integrantes. Ou seja, quem tiver três votos vence.

    A equação é simples, certo? Errado. A questão não é regimental. Mas política. O governador Agnelo Queiroz quer que o deputado Cláudio Abrantes assuma o comando da CAF. Havia prometido a Comissão de Economia, Orçamento e Finanças (CEOF), mas fora atropelado pelo PMDB.

    Abrantes, praticamente sem partido, é indicação do PEN, mas deve acabar filiado ao PT. Essa possibilidade o aproxima do partido do governo, mas o afasta do gosto de seus pares.

    À boca miúda, boa parte dos chamados governistas temem que o PT aumente ainda mais seu nicho de força. O partido ocupa as mais importantes pastas do Executivo, a presidência da Casa, com a recente eleição de Wasny de Roure (PT), e tem espaço no Tribunal de Contas do DF, com a ida do ex-deputado federal Paulo Tadeu para aquela corte.

    Pode ainda manter-se à frente das comissões de Constituição e Justiça (CCJ),de Segurança, da Corregedoria e do Conselho de Ética – essas últimas como missão, já que ninguém as quer.

    Os deputados querem que a disputa se resolva como prevê o Regimento Interno. Ou seja, no voto. Mas o governo teme ser surpreendido com a eleição na CAF de alguém que como o deputado Cristiano Araújo (PTB), governista declarado, que tem sofrido represálias do GDF desde que tentou articular uma chapa alternativa a Wasny.

    Sob esse risco, Agnelo não liberará a votação. A tendência é que tudo se arraste por mais uma semana. Enquanto isso, os trabalhos ficam, mais uma vez, parados por influência do Executivo. Mas não tem problema. Como manda o senso comum, a culpa é sempre da Câmara Legislativa.

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