Flona e Semeando: Festa de dois dias para durar para sempre na postura dos 200 estudantes que participaram das oficinas
Projeto Semeando o Bioma Cerrado conclui 2 dias de oficinas de educação ambiental com alunos de Taguatinga e Vicente Pires, que são vizinhos da Floresta Nacional de Brasília, em comemoração aos 15 anos da reserva
Professores acreditam que têm como associar aspectos dos conceitos e condutas de preservação ambiental às aulas. Alunos entendem que mesmo individualmente têm como atuar em favor da manutenção do Cerrado e suas riquezas originais. Com este saldo foram concluídos, dois dias de oficinas de educação ambiental para cerca de 200 estudantes de ensino básico e médio do Centro de Ensino Fundamental 03 de Taguatinga Norte e do Centro de Ensino Fundamental 02 Vicente Pires – Vila São Jose, do Distrito Federal.
Parte da agenda de ações do projeto Semeando o Bioma Cerrado, da Rede de Sementes do Cerrado, as oficinas foram realizadas dentro da Floresta Nacional de Brasília (Flona), esta semana, em comemoração aos 15 anos da área de preservação, que se completam no dia 10 de junho.
Valor hídrico – O analista ambiental Leo Teixeira Gondim, que atua na Flona, destaca que a maior ameaça à Floresta são os desejos egoístas das pessoas, porque desencadeiam a degradação do ambiente. Ele lembra que dentro da área da Floresta nascem dois rios, o Ribeirão das Pedras e o Córrego dos Currais, os quais são importantes para encher a barragem do Rio Descoberto, que abastece quase dois milhões de pessoas no Distrito Federal. Já margem da área 4 da Flona, nasce o rio Capão da Onça, a única fonte de abastecimento de água da população de Brazlândia. A responsável pelo desenvolvimento das ações de educação ambiental e presidente da Associação Amigos da Floresta, Mery-Lucy Souza também enfatiza a importância da preservação dos recursos hídricos da reserva uma das preocupações do projeto patrocinado pela Petrobras. “Quando os alunos têm esta vivência e percebem a importância da preservação, há uma sensibilização forte que permanece, em especial com as crianças”, acredita. Mery considera que vivenciar o Cerrado como a oficina proporcionou com as aulas de modelagem em argila, filmes, pinturas e trilhas, contribui para criar consciência, “afinal, eles estão sobre um berço de águas importante do Cerrado”.
O professor de artes que acompanhou as oficinas, Stheffano Silva Oliveira, arrisca declarar que depois destas experiências, alguns dos alunos ficaram estimulados até a planejar uma profissão relacionada à preservação ambiental. Nas aulas, vou retomar o assunto, por meio das abordagens sobre a composição das cores. Ele exemplifica que ao comentar sobre o que é um corante, aproveita para esclarecer que se origina de plantas, portanto é orgânico e biodegradável. Os pigmentos, por sua vez, são oriundos dos minérios e têm durabilidade maior, mas não são biodegradáveis, assinala o professor.
Lugar certo – Aluno do segundo ano do CED 4 de Taguatinga, Paulo Henrique, 16 anos, declara que passou uma manhã excelente e está avaliando sua postura frente ao lixo, depois do que viu. “Não dá para jogar lixo em qualquer lugar”, conclui.
Já Thamaya, 15 anos, também do CED 4, ficou sensibilizada na oficina de cerâmica. “Às vezes, a gente pensa que não pode fazer nada e pode”, diz mostrando o passarinho que acabara de modelar na argila. Isto me mostrou que sozinha também posso fazer alguma coisa e que a preservação de cada ser vivo deve ser respeitada, porque cada um tem seu papel na natureza, emenda.
Conhecer para cuidar é a máxima sobre a qual se desenvolve o projeto que prevê para os próximos dois anos a catalogação de 3.600 árvores matrizes; a demarcação de 60 áreas de cerca de 10 hectares cada como área preservada; a restauração de cinco hectares de áreas já degradadas, capacitar tecnicamente 390 pessoas para produzir sementes e mudas florestais nativas em condições ambientalmente corretas, economicamente sustentáveis e sensibilizar e conscientizar diretamente 886 pessoas em ações de Educação Ambiental e mais de 2500 atendidas indiretamente. Este é o resultado que a Rede de Sementes do Cerrado, através do projeto Semeando o Bioma do Cerrado, deve e quer apresentar no período de dois anos de trabalho, frisa o coordenador Rozalvo Andrigueto, ao descrever as áreas de abrangência situadas no Distrito Federal, Goiás e Mato Grosso.