Entre as iniciativas, os projetos EnvelheSer Ativo e Mente Ativa estão transformando a vida dos moradores do Gama e região
Com o crescimento da expectativa de vida no Brasil e o número cada vez maior de pessoas que ultrapassam os 80 anos, o envelhecimento saudável passou a ocupar um espaço central no cotidiano das famílias. Atento a essa realidade, o Centro Universitário UNICEPLAC, em Brasília, desenvolve uma série de atividades e atendimentos gratuitos dedicados à terceira idade, envolvendo alunos e professores de diferentes cursos. Entre as iniciativas, estão os projetos EnvelheSer Ativo e Mente Ativa, que têm transformado a rotina e promovido bem-estar a muitos idosos da região.
EnvelheSer Ativo
O projeto é realizado semanalmente, às quintas-feiras, das 14h às 16h, na sede do UNICEPLAC, no Gama. A iniciativa conta com a participação de estudantes de Fisioterapia, do 1º ao 8º semestre, e já beneficiou 15 idosos desde seu início, em março deste ano.
Durante os encontros, os participantes realizam exercícios físicos associados à estimulação cognitiva, além de atividades de dança, palestras e eventos temáticos. Há também o projeto Fisioterapia Geriátrica, que no momento atende 33 idosos, no período matutino. Os interessados devem entrar em contato pelo telefone 3035-3940. As vagas são limitadas.
“Os alunos colocam a teoria em prática e têm a oportunidade de interagir com os idosos de forma enriquecedora. Projetos voltados para essa faixa etária, como grupos de convivência, oficinas de arte, dança, coral, atividades físicas e ações comunitárias, promovem o envelhecimento ativo ao possibilitar a troca de experiências, a criação de vínculos afetivos, o aumento da autoestima e o aprendizado contínuo. Além disso, o ambiente é acolhedor, respeita as limitações e valoriza as capacidades de cada participante”, explica a professora Katiane Duarte Felix, especialista em ortopedia, traumatologia e reumatologia, além de mestre em gerontologia. Ela coordena o projeto ao lado da professora Tatiana Parada Romariz Rodrigues, especialista em neurofuncional e mestre em educação.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o envelhecimento ativo é o processo de otimizar as oportunidades de saúde, participação e segurança, a fim de melhorar a qualidade de vida à medida que as pessoas envelhecem. Isso inclui manter a funcionalidade física e cognitiva, ter autonomia para realizar atividades do dia a dia, participar ativamente da comunidade e sentir propósito e pertencimento.
“Quando o envelhecimento é visto sob uma perspectiva ativa, essa fase da vida pode ser vivida com autonomia, dignidade e qualidade. Significa continuar engajado social, física e mentalmente, aproveitando as oportunidades de desenvolvimento pessoal e participação na sociedade, mesmo diante das mudanças naturais que acompanham o avanço da idade”, reforça a professora Katiane.
Ela lembra que o envelhecimento também traz desafios, como perdas sociais, aposentadoria, falecimento de entes queridos ou afastamento de amigos, que podem levar ao isolamento, um fator de risco para condições como depressão, ansiedade, declínio cognitivo e doenças cardiovasculares.
“Por isso, a socialização é essencial. Manter laços e conviver com outras pessoas estimula o cérebro e as emoções, reduz sentimentos de solidão, fortalece a autoestima e incentiva práticas saudáveis. O projeto EnvelheSer Ativo busca cumprir esse papel ao integrar saúde, interação social e bem-estar para a comunidade idosa do Gama”, completa a docente do UNICEPLAC.
Mente Ativa
No Mente Ativa, os alunos do curso de Psicologia do UNICEPLAC transformam teoria em prática ao oferecer atendimentos gratuitos de estimulação cognitiva para idosos. A proposta é exercitar funções como memória, atenção, linguagem, motricidade e flexibilidade, além de proporcionar um ambiente de socialização e acolhimento para uma população que muitas vezes enfrenta a solidão. Qualquer pessoa com 60 anos ou mais pode participar.
Nesta edição, as atividades tiveram início em setembro e ocorrem semanalmente, sob a supervisão dos professores da disciplina de Neuropsicologia. A cada encontro, os alunos seguem um planejamento prévio que visa trabalhar um conjunto amplo de funções cognitivas e emocionais, oferecendo uma intervenção completa e eficaz.
“O projeto faz parte das atividades de extensão do curso. A iniciativa não só beneficia a comunidade local, mas também proporciona aos alunos uma oportunidade valiosa de experiência prática, permitindo aplicar seus conhecimentos de neuropsicologia no desenvolvimento, planejamento e implementação de intervenções em saúde”, destaca a professora Narjara Melo, mestra em Psicologia Clínica e Cultura e especialista em Neuropsicologia, que atualmente coordena as atividades.