E já se foram quatro anos! No dia 27 de novembro de 2009, a Polícia Federal deflagrou a Operação Caixa de Pandora no Distrito Federal, Bahia e Minas Gerais. Houve o cumprimento de mandatos de busca e apreensão na residência oficial do então governador José Roberto Arruda, em secretarias do governo e em gabinetes de deputados distritais na Câmara Legislativa do DF.
Nos 24 endereços onde foram realizadas as ações de busca e apreensão, foram apreendidos R$ 700 mil em dinheiro, US$ 30 mil, 5.000 euros, computadores, mídias e documentos.

Tudo teve início com a delação de Durval Barbosa, ex-delegado da Polícia Civil, que relatou ao Ministério Público tudo o que sabia (e fazia) sobre a corrupção que envolvia empresas, deputados e integrantes do primeiro escalão do GDF e o próprio governador, à época, José Roberto Arruda. Ele ocupava, no governo de Arruda, o cargo de Secretário de Relações Institucionais. Antes, ocupou a presidência da CODEPLAN, quando ganhou muito dinheiro através de contratos de tecnologia.
Os ex-deputados distritais Júnior Brunelli, Leonardo Prudente e Eurides Brito perderam os respectivos mandatos, após a divulgação de vídeos em que aparecem recebendo dinheiro de propina das mãos do delator Durval Barbosa. José Roberto Arruda foi denunciado, preso, expulso do DEM e perdeu o GDF. Naquele período, os grandes ‘baluartes’ da moralidade pública se calaram diante de tamanho escândalo, assim como boa parte da imprensa local. Foi um momento ímpar na história política de Brasília, que envergonhou nacionalmente a cidade e seus habitantes honestos e trabalhadores, que ficaram chocados com as informações, vídeos e áudios que revelavam um mar de corrupção que estava impregnado no submundo político da capital.

Mas não terminou ainda. O processo do Mensalão do DEM promete novos e empolgantes capítulos, principalmente em 2014, ano eleitoral. E fica a grande pergunta: Por quê neste ano pré-eleitoral, quase ninguém se lembrou da Pandora que abalou Brasília? O que acontece nos bastidores da política local novamente? Quais acordos estão sendo feitos? Por que a demora?
Existem muitas perguntas ainda sem respostas concretas. Enquanto isso, a Pandora ainda causa temor e tremor no DF.
Para relembrar, confira:
Veja quem são os denunciados no Mensalão do DEM do DF:
1) José Roberto Arruda – ex- governador do Distrito Federal entre 2006 e 2010. Acusado de formação de quadrilha, corrupção ativa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
2) Paulo Octávio – ex-vice-governador. Acusado de formação de quadrilha, corrupção ativa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
3) Durval Barbosa – ex-secretário de Relações Institucionais. Acusado de formação de quadrilha, corrupção ativa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
4) José Geraldo Maciel – ex-chefe da Casa Civil do DF. Acusado de formação de quadrilha, corrupção ativa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
5)

Domingos Lamoglia -conselheiro (afastado) do Tribunal de Contas do Distrito Federal, afastado desde 2009. Acusado de formação de quadrilha, corrupção ativa e lavagem de dinheiro.
6) Fábio Simão – ex-chefe de gabinete de Arruda. Acusado de formação de quadrilha, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
7) Ricardo Penna – ex-secretário de Planejamento e Gestão. Acusado de formação de quadrilha, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
8) José Valente –ex- secretário de Educação. Acusado de formação de quadrilha, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
9) Roberto Giffoni – ex-corregedor-geral do Distrito Federal. Acusado de formação de quadrilha, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
10) Omézio Pontes – ex-assessor de Arruda. Acusado de formação de quadrilha, corrupção ativa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
11) Rodrigo Diniz Arantes – ex-assessor de Arruda. Acusado de formação de quadrilha.
12) Adailton Barreto Rodrigues – ex-funcionário da secretaria de Educação. Acusado de formação de quadrilha, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
13) Gibrail Gebrim – ex-funcionário da secretaria de Educação. Acusado de formação de quadrilha, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
14) Masaya Kondo – ex-funcionário da secretaria de Educação. Acusado de formação de quadrilha, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
15) Luiz Cláudio Freire de Souza França – ex-diretor do posto de serviço Na Hora, do GDF. Acusado de formação de quadrilha, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
16) Luiz Paulo Costa Sampaio – ex-presidente da Agência de Tecnologia da Informação. Acusado de formação de quadrilha, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
17) Marcelo Toledo – policial aposentado, seria um dos operadores do esquema. Acusado de formação de quadrilha, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
18) Marcelo Carvalho – ex-executivo das empresas Paulo Octávio. Acusado de formação de quadrilha.
19) Nerci Bussanra – diretora da empresa Unirepro. Acusada de corrupção ativa e lavagem de dinheiro.
20) José Celso Gontijo – dono da empreiteira JC Gontijo. Acusado de corrupção ativa e lavagem de dinheiro.
21) Alexandre Tavares de Assis – diretor presidente da Info Educacional. Acusado de corrupção ativa e lavagem de dinheiro.
22) Antônio Ricardo Sechis – dono da Adler, empresa de informática. Acusado de corrupção ativa e lavagem de dinheiro.
23) Alessandro Queiroz – dono da CapBrasil Informática. Acusado de corrupção ativa e lavagem de dinheiro.
24) Francisco Tony de Souza – dono da Vertax, empresa de informática. Acusado de corrupção ativa e lavagem de dinheiro.
25) Gilberto Lucena – dono da Linknet, empresa de informática. Acusado de corrupção ativa e lavagem de dinheiro.
26) Maria Cristina Boner Leo – dona do Grupo TBA, da área de informática. Acusada de corrupção ativa e lavagem de dinheiro.
27)

Eurides Britto – ex-deputada distrital. Acusada de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
28)Leonardo Prudente – ex-deputado distrital, ex-presidente da Câmara Legislativa do DF. Acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
- Leonardo Prudente era presidente da CLDF em 2009. Perdeu o cargo e o mandato.
29)

Júnior Brunelli – ex-deputado distrital. Acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro
30) Roney Nemer – deputado distrital. Acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
31) Benedito Domingos – deputado distrital. Acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
32) Aylton Gomes – deputado distrital. Acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
33) Odilon Aires – ex-deputado distrital Acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
34) Rogério Ulysses – ex-deputado distrital. Acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
35) Pedro do Ovo – ex-deputado distrital. Acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
36) Berinaldo Pontes – ex-deputado distrital. Acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
37) Benício Tavares – ex-deputado distrital. Acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Fonte: Donny Silva