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    Metro quadrado ultrapassa R$ 12 mil em Brasília, mas mercado mostra sinais de estagnação

    Helisson Pelegrini analisa discrepância de preços entre regiões e aponta oportunidades fora do eixo central da capital

    Com um preço médio de R$ 9.474 por metro quadrado em junho de 2025, Brasília aparece entre as capitais com os imóveis mais caros do Brasil, segundo o Índice FipeZAP. Mesmo assim, a capital registrou queda de –0,87% nos preços residenciais no mês de junho, e valorização modesta no acumulado do ano (+1,07%) e em 12 meses (+2,65%). Para o especialista Helisson Pelegrini, “o mercado imobiliário de Brasília apresenta estabilidade, mas com sinais claros de desaceleração.”

    A variação de preços entre as regiões do DF é marcante. No Sudoeste, o metro quadrado chega a R$ 12.583 e, na Asa Norte, a R$ 11.519. Já em Ceilândia Sul, o valor é de R$ 3.761, e em Sobradinho, R$ 5.402. Segundo Pelegrini, “regiões como o Sudoeste e a Asa Norte concentram empreendimentos de alto padrão, com forte valorização impulsionada pela escassez de terrenos, proximidade ao centro político-administrativo e projetos urbanísticos consolidados.”

    Por outro lado, áreas periféricas ainda oferecem oportunidades. “Ceilândia, que está em plena expansão urbana e recebe investimentos significativos em infraestrutura e mobilidade como a presença do metrô, ainda apresenta um valor de m² mais acessível, com projeções de valorização até 2030”, destaca.

    O especialista também aponta: “existe sim espaço para negociação em áreas fora do eixo central, como Ceilândia e Sobradinho. O surgimento de novos bairros, como o Urbitá, oferece boas oportunidades de valorização futura e condições mais favoráveis para quem deseja comprar com mais estratégia.”

    Essa diferença de preços também reflete desigualdades estruturais. “A disparidade entre o valor do m² e a renda média da população revela um descompasso importante. Com uma renda média domiciliar de R$ 9.257, muitos moradores enfrentam dificuldades para adquirir imóveis nas regiões mais valorizadas, como o Sudoeste”, afirma Pelegrini. Para ele, “há uma dimensão socioeconômica que reforça a segregação urbana em Brasília, restringindo o acesso à moradia de qualidade nas áreas centrais para uma parcela mais reduzida da população.”

    Por fim, o especialista observa que, mesmo com renda média alta, o poder de compra está desalinhado com os preços de mercado. “Apesar de Brasília apresentar uma das maiores rendas médias domiciliares do país, R$ 9.257, esse valor ainda é insuficiente para acompanhar a valorização dos imóveis em bairros de alto padrão. Com o m² chegando a R$ 19.000 em locais como o Sudoeste, há um evidente descompasso entre o poder de compra da maioria da população e os preços praticados”, finaliza.

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