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    Inovação Aberta: Por que grandes empresas devem investir em construção de soluções em conjunto com startups?

     

    Luis Eduardo Ludgero

     

    A capacidade de se reinventar e adaptar-se ao ambiente de convivência é uma característica essencial para a vida humana. O mercado, tão pouco, não é diferente. As empresas que conseguem melhor se adaptar aos estímulos sobrevivem e prosperam.

     

    Gerar soluções originais é um ativo extremamente valioso nos dias de hoje, em um cenário dinâmico, impactado pela constante evolução da tecnologia e revoluções de interface de comunicação com o consumidor.

     

    Soluções inovadoras precisam ser criadas. Precisamos resolver novos problemas e problemas antigos, a partir de uma abordagem e perspectiva diferente que decorrem dos avanços tecnológicos que estamos acompanhando.

     

    É notório que as empresas precisam aperfeiçoar suas atividades constantemente para estar um passo à frente dos seus concorrentes e entregar soluções mais eficientes aos seus clientes.

     

    Acredito que inovação é toda e qualquer renovação de instrumento ou processo que busque o maior benefício mútuo e maior eficiência de entrega de soluções ao cliente. Para Ernest Gulding, “Inovação é uma nova idéia implementada com sucesso, que produz resultados econômicos”. Já para C.K.Prahalad, “Inovação é adotar novas tecnologias que permitem aumentar a competitividade da companhia”.

     

    Existem diversos tipos de processos de inovação. São eles: Inovação de desempenho, Inovação Incremental, Inovação Radical, Inovação Sustentável, Inovação Disruptiva e Inovação Aberta. Estes processos podem ser aplicados a diversas camadas da empresa como: Inovação de produto, Inovação de serviço, Inovação em processo produtivo, inovação em modelo de negócios, inovação tecnológica, inovação logística, inovação em marketing, entre outras.

     

    Inovar e criar inovação em um negócio não é um processo simples, nem a prova de falhas. Na verdade, é um processo minucioso que busca solucionar a dor de um cliente a partir de um problema ou lacuna identificado no mercado e o erro é um dos pontos chaves para o processo.

     

    Quando pensamos em grandes empresas, consolidadas e com um processo conciso, a inovação se torna ainda mais complicada, pois depende da alteração de estruturas e MindSets implantados dentro da organização que, por muitas vezes, são o que possibilitam uma operação eficiente.

     

    Mesmo não sendo um simples de se executar, é um processo de extrema importância para as organizações modernas. Muitas organizações tentam criar divisões e por si só, com seus recursos internos, gerar soluções. É a tal “inovação interna”, executada e pensada por colaboradores da organização.

     

    Mesmo que possível, é uma árdua tarefa para os líderes de organizações criar processos de inovação em estruturas sólidas, com papéis, cargos e funções bem definidas. É um espaço onde a equipe de execução deve entregar a maior eficiência em um fluxo já definido com disciplina e melhoria contínua dos processos, mas não definir um novo processo.

     

    Grande parte dos empresários tem como principal foco a gestão da operação atual e manter o fluxo de caixa positivo, e tentam equilibrar isso com a visão de futuro para seu negócio. É a interação entre os “motores da empresa”, exposta no livro Gestão do amanhã. O motor 1 (foco na operação atual) e o motor 2 (foco no futuro da operação).

     

    O conceito de inovação aberta, criado por Henry Chesbrough, traz a perspectiva de uma ruptura com o lado corporativo de empresas, quebrando a barreira do sigilo empresarial com pessoas externas à organização (Venture Studios, Startups e empreendedores) para a gestão de inovação em organizações consolidadas, onde esses stakeholders externos se portam como o “Motor 2” da organização, operando as inovações em paralelo a operação rotineira da empresa.

     

    Segundo ele, em entrevista à Revista Forbes, “Conceitualmente, é uma abordagem mais distribuída, participativa e descentralizada da inovação, baseada no fato de que o conhecimento útil hoje está amplamente distribuído e nenhuma empresa, por mais capaz ou grande que seja, poderia inovar de forma eficaz por conta própria.”

     

    É uma operação “ganha, ganha”, onde o agente externo entra com o know-how tecnológico e de processos de inovação, como uma ponte de confiança e estrutura, e a organização entra com processos e conhecimento de mercado para criar a solução para um problema interno latente.

     

    Muitas vezes, só lançar um novo produto dentro da sua empresa atual não é suficiente para estar à frente dos concorrentes, atrair e conectar com os desejos de um novo público. É preciso mais, é preciso inovar com processos ágeis e achar novas aberturas de mercado. SPINN-OFF, por exemplo, é uma empresa derivativa, ou seja, um novo modelo de negócios criado por uma empresa “mãe” para explorar um novo nicho dentro do mercado, com produtos/serviços tecnológicos/inovadores.

     

    Essa estratégia é ideal para empresas consolidadas, pois não afeta o “Motor 1” da empresa, pois envolve a criação de um modelo diferente, com identidade própria e solução inovadora que tem grandes chances de se tornar uma STARTUP, desde que seu modelo de negócios gere valor ao mercado, seja escalável, repetível e, geralmente, tecnológico.

     

    O maior desafio é trazer o “Startup MindSet” para dentro das organizações. Open Innovation é a forma mais fácil de aproximar os agentes de inovação (Venture Studios, Startups e Empreendedores) às organizações, pois propõe a coprodução entre as partes, que tem know-how específico e complementar.

     

    Seja interna, aberta, ou externa, a inovação é parte de nossa realidade, como empresários.

     

    Temos grandes exemplos de megacorporações que foram engolidas pela inovação. Kodak, BlackBerry, Nokia, Sony, e o exemplo que eu mais gosto de usar.

     

    Imagine se a Blockbuster tivesse aceitado a oportunidade de trabalhar junto a Netflix, quando foi proposto? Onde eles estariam hoje? Isso é só um exemplo entre mil outros. Você não quer que sua empresa seja a próxima a naufragar, certo?

     

    Luis Eduardo Ludgero Gonçalves Nunes

     

    CEO e Head de disrupção de negócios e inovação – H4NDSLab

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