Com a justificativa de que “a medida já é adotada no mundo inteiro” e de que os menores “são utilizados pelo crime organizado para acobertar as suas ações”, o Congresso Nacional ainda discute a alteração da maioridade penal, retirando a previsão de inimputabilidade para menores de 18 anos e delegando a questão à lei específica que estabeleça um novo limite etário, que leve em conta “os aspectos psicossociais do agente”.
Quase vinte anos atrás, o então deputado federal Benedito Domingos (agora deputado distrital), já defendia a redução da maioridade penal. “Os bandidos adultos se escondem atrás de menores, e a Polícia e a justiça pouco ou nada podem fazer. Enquanto isso, empresários, comerciantes e famílias são diariamente atacadas por delinquentes que antes de completar 18 anos de idade, se sentem protegidos pelo estado para fazer o que bem entender”, afirma Benedito.
Ele apresentou Projeto de Lei sobre o tema, mas até hoje o Congresso Nacional continua omisso e lento quanto ao assunto. Enquanto isso, bandidos profissionais e traficantes continuam usando menores para a prática de crimes todos os dias nas ruas, casas e comércio no Brasil, levando pânico, prejuízo e morte.
E ainda tem quem defenda os menores infratores, que matam, ficam dois anos na cadeia e depois retornam às ruas com a ficha limpa…
“E quem defenderá a sociedade de bem? A Polícia prende o menor infrator, mas a Lei favorece o criminoso, que acaba voltando às ruas para praticar novos crimes”, conclui Domingos.
Para 50% da população, limite de prisão deveria ser maior que os atuais 30 anos, afirma estudo do Senado.
Pesquisa do Senado também perguntou sobre drogas aborto e outros temas.
Enquanto o Brasil assiste ao julgamento do mensalão, o Senado divulgou o resultado de uma pesquisa realizada pela sua Secretaria de Opinião Pública indicando que 89% da população é a favor de diminuir a maioridade penal. Divulgado hoje (23.out.2012), o estudo (aqui, na íntegra) foi realizado por telefone com 1.232 pessoas de 119 municípios, incluindo todas as capitais. A margem de erro é de 3 pontos percentuais.
Os dados mostram que 20% dos brasileiros acham que a lei deveria permitir a prisão das pessoas a qualquer idade. Outros 16% acham que a maioridade penal deveria começar aos 12 anos. Para 18%, isso deveria ocorrer aos 14 anos. E 35% disseram que 16 anos é a idade mínima que alguém deve ter para ir preso. Só 7% concordam com a atual regra, que estabelece a maioridade penal a partir dos 18 anos. Deram outras respostas 3% dos entrevistados e 1% não soube ou não quis responder.
A pesquisa foi feita porque os senadores estão analisando um projeto de mudanças para o Código Penal, o PLS 236/2012. Outras perguntas também foram feitas aos entrevistados.
Os resultados mostram também que 50% da população acham que o limite de 30 anos de prisão deveria aumentar. O tempo máximo de reclusão deveria ser de 40 anos (para 9% dos entrevistados), 50 anos (para 36%) ou não ter limite (para 5%). A atual regra está correta para 17%. Mas 8% acham que deveria diminuir para 20 anos e 9%, para 10 anos. Outras respostas foram dadas por 6% e 9% não souberam ou não responderam à questão.
DROGAS
Sobre drogas, o estudo aponta 89% da população a favor da que a lei proíba que uma pessoa produza e guarde drogas para consumo próprio. Só 9% concordaram a permissão. E 1% não soube ou não quis responder à pergunta.
ABORTO
A maioria das pessoas (82%) é contra o aborto quando o procedimento é adotado porque a mulher não deseja o filho. Mas a maioria fica a favor do aborto quando a gravidez coloca a vida da mulher em risco (74%), é causada por estupro (78%) ou quando o bebê possa morrer após o nascimento por conta de doença (67%).
Fonte: UOL