O Brasil vem acompanhando, horrorizado, os esquemas fraudulentos e criminosos de empréstimos, praticados através de entidades sindicais e dirigentes do INSS, contra milhares de aposentados.
Tal prática, vem causando revolta na população e saia justa entre a classe política, visto que, as fraudes ocorriam desde a gestão passada, deixando claro que, a corrupção não tem ideologia partidária, tem autores preocupados em se locupletar, apenas.
Centenas de milhares de aposentados foram lesados com descontos indevidos, não autorizados em seus contracheques, resultado do conluio entre entes sindicais e a Estatal. Muitos relatos trazem à tona a incredulidade e revolta de terem sido roubados por quem deveria defendê-los! Afinal, esse é o papel constitucional de um Sindicato, atuar na defesa dos trabalhadores.
O que esse escândalo dos descontos do INSS tem a ver com o SindSaúde, aqui no DF? Pelo menos que se saiba, até agora, nada. Todavia, a prática criminosa de enganar e prejudicar os representados e sindicalizados tem total simetria e identidade. Tal qual vem sendo denunciado na esfera federal, por aqui, o SindSaúde nada de braçadas, avançando sobre recursos dos sindicalizados e o que faz os órgãos de defesa e proteção oficiais? Alguém já viu uma ação policial no SindSaúde, após a venda fraudulenta dos precatórios da alimentação? Alguma notícia acerca do GAECO sobre a entidade, diante de inúmeras denúncias e ouvidorias de milhares de servidores prejudicados, inclusive com penhora judicial sobre seus bens pessoais?
Em 2019, o então servidor AMARILDO DE CARVALHO (falecido em 2024), ferrenho opositor das práticas lesivas do grupo que dirige o SindSaude-DF há mais de 12 anos sem eleições, protocolou representação contra a diretoria do sindicato, demonstrando que a venda dos precatórios dos servidores à empresa CIATOY ocorreu de maneira irregular, com apenas 17 “sindicalizados”, decidindo pelo comércio de um passivo que beirava os 34 milhões por valor bem abaixo.
A denúncia, demonstrada de forma robusta, foi acatada pelo MPDFT e, a partir daí, da notícia de fato, não se tem mais notícias de quais as providências foram adotadas pelo Ministério Público para tutelar o direito dos servidores prejudicados a reaverem o que lhes é de direito.
Causa mais estranheza ainda, a inércia, o silêncio dos órgãos de defesa dos direitos coletivos, frente à notícia bastante divulgada de que, o SindSaúde-DF está prestes a por as mãos no saldo remanescente do desconto do imposto sindical de todos os servidores da saúde, ocorrido em decorrência de uma ação judicial impetrada pela entidade, relativo aos anos de 2012 a 2017, e que estava retido judicialmente.
O montante ultrapassa 30 milhões de reais e, após acordo de devolução dos descontos de categorias não representadas pelo sindicato autor, às suas legitimas representações, sobrou para o SindSaúde em torno de 14 milhões! (Proc n° 0013367-10.2009.8.07.0001)
Não seria esse o momento de, o MPDFT requerer o bloqueio desses recursos para a devida restituição dos precatórios vendidos e não reembolsados por milhares de servidores?
Considerando haver um procedimento judicial em curso, após a aceitação da representação feita pelo servidor Amarildo, o sequestro/bloqueio desses recursos não ensejaria uma tutela de urgência, face ao risco desse dinheiro evaporar, quando a atual diretoria conseguir acessá-lo?
São muitas perguntas, dúvidas, angústias acentuadas pelo silêncio da promotoria responsável pelo caso.
O receio desses servidores é que, tudo acabe em pizza, assim como a investigação policial contra a Presidente da entidade e seus familiares que dormitou por vários anos, na gaveta de uma delegacia, até a sua prescrição.
O que se espera é que, assim como na esfera federal, onde as autoridades estão atuando firmemente contra os responsáveis pelo grave escândalo do roubo aos aposentados do INSS, a imprensa, a polícia e o MPDFT também deem uma resposta eficiente às vítimas do SindSaude-DF!
Chega de impunidade!
