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Convocação de 250 novos auditores fiscais federais agropecuários não cobre demanda do setor, aponta Anffa Sindical

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Entidade celebra a notícia e defende uma ampliação ainda maior do número de servidores que irão atuar na linha de frente contra a influenza aviária

 

O governo federal anunciou, nesta terça-feira (20), a convocação de 250 novos auditores fiscais federais agropecuários. Trata-se de 200 aprovados no concurso público unificado realizado no ano passado e mais 50 que ainda não foram oficializados. A medida chega em um momento estratégico para a defesa agropecuária nacional, especialmente diante do avanço da influenza aviária de alta patogenicidade e da recente confirmação de um caso no município de Montenegro (RS). Para o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical), o reforço no efetivo precisa ser celebrado, mas ainda está longe do ideal, diante da defasagem do pessoal, que se amplia ano após ano.

 

Através do edital nº 2/2025, publicado nesta quarta-feira (21), no Diário Oficial da União, o Mapa descreveu os locais onde os 200 novos auditores fiscais federais agropecuários serão lotados. A previsão era de que estas informações seriam anunciadas apenas em junho.

 

A chegada de novos auditores fortalece a linha de frente da defesa agropecuária, conforme a entidade já vinha apontando em reiteradas manifestações públicas. Desde 2023, o Anffa Sindical alerta sobre os riscos da influenza aviária e seus potenciais impactos para o Brasil — incluindo perdas bilionárias para a avicultura, sanções comerciais internacionais e danos irreversíveis à imagem do país como potência agroexportadora. Como resultado, diversos países suspenderam a compra do frango brasileiro, entre eles, a China, o México e alguns da União Europeia.

 

A influenza aviária circula no Brasil há dois anos, quando foi diagnosticada em aves silvestres. Agora, além do caso confirmado em uma granja comercial no Rio Grande do Sul, na semana passada, há outros registros suspeitos sob análise do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). A doença, de distribuição mundial, tem ciclos pandêmicos ao longo dos anos, com graves consequências ao comércio internacional de produtos avícolas.

 

Maior efetivo

De acordo com o presidente do Anffa Sindical, Janus Pablo Macedo, apesar da boa notícia, o Anffa Sindical lembra que o efetivo segue aquém do necessário. Atualmente, são cerca de 2.350 auditores em atividade, enquanto o déficit chega a 1.350 vagas decorrentes de aposentadorias que não foram repostas nos últimos anos. Além disso, 20% da força de trabalho já reúne os requisitos para se aposentar, o que pode agravar ainda mais o quadro de escassez de pessoal.

 

“Esse avanço é resultado direto da atuação estratégica e incansável do Anffa Sindical, que tem se dedicado com firmeza às articulações institucionais necessárias. Também é importante destacar o engajamento dos aprovados, que, por meio de contatos com parlamentares e autoridades, têm contribuído significativamente para ampliar a visibilidade da pauta”, destacou o presidente da entidade.

 

Para Macedo, esta convocação é um passo fundamental, mas é necessário que seja ainda maior, com a ampliação da lista e a chamada também dos aprovados em cadastro reserva. “Os novos auditores fortalecerão a capacidade do Estado brasileiro de proteger a agropecuária nacional. No entanto, é imprescindível garantir que esses profissionais sejam capacitados e que tenham condições adequadas de trabalho, com estrutura, tecnologia e segurança para exercerem sua missão”.

O presidente do Anffa aponta que, além da urgência em recompor o quadro de pessoal, o sindicato também chama atenção para a necessidade de investimentos em infraestrutura. A aquisição de veículos, o fortalecimento de sistemas, tecnologias de rastreabilidade e laboratórios são fundamentais, especialmente neste contexto de emergência sanitária.

 

Segundo o Plano de Defesa Agropecuária, o orçamento médio anual do setor nos últimos 15 anos é de cerca de R$ 260 milhões. O valor é suficiente para manter as atividades rotineiras, mas insuficiente para expandir ou modernizar a capacidade de atuação dos auditores, de acordo com o próprio documento.

 

“O Anffa Sindical reitera seu compromisso com a defesa do serviço público de excelência e seguirá atuando para que o Brasil conte com uma defesa agropecuária à altura de sua importância econômica, ambiental e sanitária. O sindicato dará todo o apoio necessário durante esse processo e confia plenamente na competência dos novos auditores fiscais federais agropecuários”, afirmou Macedo.

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