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ARRUDA: “EPISÓDIO DELIRANTE”

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O governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, apresentou uma petição ao ministro Fernando Gonçalves, relator do inquérito da Caixa de Pandora, na qual classifica a tentativa de suborno ocorrida ontem como um episódio “absolutamente delirante, inspirado por verdadeiros comparsas”. Os advogados ressaltaram que o servidor aposentado Antonio Bento da Silva, preso sob acusação de tentar subornar o jornalista Edson Sombra, testemunha do caso, “compartilhava da administração de determinado jornaleco quinzenal”. Edson Sombra publica um jornal na cidade. As informações foram repassadas em uma coletiva de imprensa dos advogados Nélio Machado e Jose Gerardo Grossi, que representam Arruda, ocorrida  no Lago Sul, bairro nobre de Brasília. “O Sombra e o Bento trabalham juntos. Um é patrão do outro”, disse Machado. Toda a entrevista coletiva foi destinada a desqualificar Sombra e Durval Barbosa, o ex-secretario de Relações Institucionais do GDF, que iniciou as denúncias contra o governador e seus aliados. “É uma figura abominável, que está sendo tratada como se herói fosse”, afirmou Nélio Machado sobre Durval. Os advogados também disseram que a perícia dos vídeos feitos por Durval revelará que eles foram editados. A defesa de Arruda também lembrou que o ex-secretário de governo responde a mais de 30 processos na Justiça. Só um rascunho Sobre o bilhete de Arruda, apreendido pela Polícia Federal, Grossi afirmou que se trata, na verdade, de um papel rascunhado, antiga mania do governador. “Tudo que Arruda pensa ele escreve em papéis que ficam jogados sobre a sua mesa, em profusão. Qualquer bobagem”, afirmou Grossi. Os advogados afirmaram que o papel nem de bilhete se trata, já que não tinha destinatário, nem foi levado a Sombra a mando do governador. No caso, “aquele rascunho” era, de acordo com os advogados, anotações que Arruda fez de um pedido de patrocínio para o jornal de Sombra levada a ele por Geraldo Naves, deputado distrital do DEM. “Proposta que não foi efetivada”, anotou Nélio Machado. Os advogados, contudo, não explicaram o item 3 do rascunho, que dizia “quero ajuda”. Disseram apenas ser um desabafo do governador. Os advogados afirmam que o bilhete, divulgado ontem em primeira mão pelo iG, foi entregue sem a autorização de Arruda. “O uso abusivo, ilegal, o desvio de um papel reservado por parte de um terceiro, será cobrado do terceiro”, disse Machado. Para ele, “provavelmente”, o deputado se utilizou de um rascunho que foi deixado por Arruda em sua mesa para falar em nome do governador sem a sua anuência. A defesa afirmou que não foi o governador quem procurou Sombra por intermédio de Bento, mas sim o contrário. Segundo os advogados, houve tentativas do Bento de fazer uma aproximação do jornalista com o governador, que foram infrutíferas. “O governador não o recebeu. Ele tentava sempre uma verba de patrocínio para o jornal. Mas nunca se viu o Sombra com bons olhos. Reconhecia-se nele um poder muito mais de extorsão do que propriamente alguém que desfrutasse de um mínimo de credibilidade”, disse Nélio Machado. Resposta às acusações Os advogados também afirmaram que nenhuma das acusações contra o governador do Distrito Federal ficará sem resposta a partir de agora. Disseram que o governador só não se manifestou porque só agora tiveram acesso a parte do inquérito contra ele. “Por falta de boa conduta do Ministério Público, por falta de ótima conduta da Polícia Federal, por burocracia, só ontem recebemos partes do processo. Nós não gostamos de pisar em ovos”, afirmou Gerardo Grossi. Ele disse também que, ainda assim, o acesso ao inquérito não foi completo. “O processo nos chega aos bocados, aos pedaços”. Gerardo Grossi disse que Durval Barbosa manipulava os vídeos e até mesmo as escutas da Polícia Federal. “Prova disso é que ele obteve autorização para colocar escuta ambiental em seu gabinete e a ligava e desligava de acordo com seu interesse ou com os interlocutores. Tanto que a própria Polícia Federal pediu para o ministro Fernando Gonçalves para tirar essa prova do processo, pois era imprestável”, afirmou. A defesa ainda falou que Bento e Arruda não são amigos. “O Bento e o Arruda foram funcionários da CEB. São conhecidos, colegas de trabalho”, disse Grossi. Os advogados não negaram o fato de que o servidor já trabalhou em favor do governador em campanhas eleitorais: “Parece que o Bento faz campanha pelo Arruda, embora trabalhe para o Sombra, que nunca fez qualquer campanha”, afirmou Gerardo Grossi. O advogado Nélio machado reservou especial crítica à Ordem dos Advogados do Brasil, que pediu o bloqueio de bens do governador: “Quero lamentar o papel da OAB. O novo presidente já fala em justiçamento, quando o papel da Ordem não é o papel do Ministério Público ou da Polícia. O papel fundamental da Ordem é o de saber se as garantias fundamentais do cidadão e de um administrador público estão sendo respeitados”. A crítica foi feita ao presidente nacional da entidade, Ophir Cavalcante, e ao presidente da OAB do Distrito Federal, Francisco Caputo. Fonte: iG

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