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    VOCÊ NÃO VAI MAIS APANHAR. VOCÊ VAI MORRER

    Deu na ÉPOCA

    ‘Você não vai mais apanhar. Você vai morrer’

    No depoimento considerado a “verdadeira chave” para esclarecer o desaparecimento de Eliza Samudio, primo de Bruno conta como teria sido o assassinato

    Leopoldo Mateus

    ÉPOCA teve acesso com exclusividade ao depoimento do primo e amigo do goleiro Bruno Fernandes de Souza, Sérgio Rosa Salles, de 22 anos. “Cara, não era melhor você ter resolvido isso na Justiça?”, perguntou Sérgio a Bruno. “Já tá feito, cara”, o goleiro respondeu.

    O testemunho é considerado pelo delegado Edson Moreira, do Departamento de Investigações da Polícia Civil de Minas Gerais, “a verdadeira chave de tudo e o mais verdadeiro e esclarecedor até agora”. O depoimento foi dado na manhã desta quinta-feira (8) aos delegados Wagner Pinto e Edson Moreira.

    No depoimento de 15 laudas, Sérgio (chamado pelos amigos de Camelo) conta que, no dia 8 de junho, no sítio de Bruno em Esmeraldas, viu “a moça, de nome Eliza, sentada quietinha no sofá com o filho no colo”. Luiz Henrique Romão (o Macarrão, amigo de Bruno) estava nos degraus da entrada e o menor J., de 17 anos, primo do goleiro, vigiava a moça.

    “Observei que a cabeça dela tinha uma brecha, um buraco muito grande, mas eu fiquei na minha”, disse Sérgio. Segundo ele, Macarrão não o deixou entrar na casa, a qual ele normalmente tinha livre acesso.

    Sérgio procurou Bruno para saber o motivo de tudo aquilo, já que sempre teve acesso livre a todos os cantos da casa. Bruno disse que “Macarrão tinha os motivos dele”. Sérgio reconheceu a moça que estava na casa. Ele havia visto na TV. “Eu fiquei pensando, viajando na minha cabeça…”

    Mais tarde, Sérgio afirma que viu uma mala ser queimada no sítio. J. estaria com uma feição “totalmente transtornada, parecendo que tinha assistido a um filme de terror”. Macarrão também estaria transtornado. “E o Bruno tranquilo”, disse Sérgio. Macarrão foi dormir. Sérgio então acabou perguntando a Bruno e J. onde estavam a criança e a “menina”. J. disse: “Ela já era”. “Aí o Bruno disse assim: ‘Acabou esse tormento’.

    Macarrão, o menor J., Eliza e o bebê saíram de carro às 19h do sítio em direção à casa do ex-policial civil Marcos Aparecido, o Paulista. Lá, Eliza teria sido estrangulada e esquartejada.

    Bruno, segundo o delegado Edson, saiu do sítio em outro carro às 21h para não provocar nenhuma suspeita e se encontrou com o resto da turma, a ex-namorada e o filho dela na casa de Marcos Aparecido Santos, ex-policial civil preso na noite desta quinta-feira (8).

    Segundo o delegado Edson, Marcos Aparecido, afastado da corporação por questões obscuras, ligadas à “idoneidade moral”, foi segurança do goleiro Bruno durante algum tempo.

    O que aconteceu no dia do crime, segundo Sérgio disse ter ouvido de Bruno e o menor J., segue abaixo:

    “eles foram com o carro até Vespasiano, chegaram na BR e encontraram com um homem negro, de barba e careca que estava em uma motocicleta; aí eles seguiram esse homem até a casa dele; contaram que a casa dele era num lote grande, a casa ficava no meio do lote e no fundo tinha umas casas de cachorro com rotweillers;

    contaram que aí eles entraram com o carro na garagem da casa do cara e tiraram a ELIZA e o neném do carro; contaram pra mim, ainda, que o homem negro de barba disse que era policial e pegou na mão da ELIZA e cheirou as pontas dos dedos dela, e me contaram que esse homem negro de barba parecia estar drogado;

    que depois de o homem cheirar os dedos de ELIZA, ela disse que não queria mais apanhar, aí o homem falou o seguinte: “VOCÊ NÃO VAI MAIS APANHAR, VOCÊ VAI É MORRER”; que então relataram para mim que o homem deu uma gravata em ELIZA e matou ela enforcada e que quando ela caiu no chão, o MACARRÃO deu um tanto de chutes nela;

    que o cara perguntou se eles queriam ficar para ver o resto e eles falaram que não, porque o homem disse que ia dar o cadáver de ELIZA para os cachorros comerem, mas eu não acreditei nisso não; parece filme de terror, ta muito fantasmagórico, difícil acreditar num negócio desses aí; eles contaram que o neném tamém ia ser assassinado, mas ficaram com pena de deixar o neném para morrer”.

    Foi então que Sérgio perguntou a Bruno se não seria melhor resolver o caso na Justiça, no que o goleiro respondeu: “Já tá feito, cara”. Segundo o depoimento, Bruno pareceu ter ficado comovido nesse momento e até chorou e disse: “Tô arrependido”. “Eu falei para o Bruno que isso certamente ia dar problemas para ele e ele me respondeu que estava preparado”.

    Leia mais em Você não vai mais apanhar. Você vai morrer

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    Deve ler

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