Somente após aparecer nos telejornais e jornais da cidade, dando entrevistas e tentando explicar a tal “herança”maldita, o governador Agnelo aparece “bem” numa pesquisa sobre os primeiros cem dias de governo. Poucos acreditam nesta pesquisa, até porque a realidade nas ruas é outra.
A primeira pesquisa de avaliação sobre o governo de Agnelo Queiroz, realizada às vésperas do centésimo dia de mandato, mostra que o novo GDF é aprovado, até aqui, por 61% da população. O resultado é a soma das pessoas que responderam avaliar o governo como ótimo (3,7%), bom (18,6%) e regular (38,7%). Já as pessoas que não aprovam o governo, considerando-o ruim ou péssimo, soma 28,7%. A pesquisa foi feita pelo Instituto Dados com o Grupo Comunidade de Comunicação. Confira:
PESQUISA INSTITUTO DADOS/GRUPO COMUNIDADE
Rodrigo Mendes de Almeida, Jornal da Comunidade
A primeira pesquisa de avaliação sobre o governo de Agnelo Queiroz, realizada às vésperas do centésimo dia de mandato, mostra que o novo GDF é aprovado, até aqui, por 61% da população. O resultado é a soma das pessoas que responderam avaliar o governo como ótimo (3,7%), bom (18,6%) e regular (38,7%). Já as pessoas que não aprovam o governo, considerando-o ruim ou péssimo, soma 28,7%.
O estudo é uma parceria dos Instituto Dados com o Grupo Comunidade de Comunicação. A pesquisa foi realizada entre 2 e 6 de abril e ouviu 3.000 eleitores em todo o DF. A margem de erro é de 2,53 pontos percentuais. Essa é a primeira pesquisa de uma série que o Grupo Comunidade e o Instituto Dados farão para analisar o Executivo, suas ações, o trabalho no Legislativo e a opinião do brasiliense sobre temas importantes da cidade como transporte, saúde, educação, Copa do Mundo entre outros.
A pesquisa também aponta que não há grandes diferenças nas diferentes regiões do DF, nem entre as variadas faixas de renda e etária. Com pequenas variações entre uma mostra e outra, a avaliação como regular se repete em todas. Também surge uma tendência uniforme na avaliação bom e ótimo serem um pouco superiores aos de ruim e péssimo.
O levantamento também confirmou o que vinha sendo apontado há tempos pelos então candidatos ao governo durante a campanha eleitoral de 2010, e que foi tema preponderante da disputa eleitoral: a saúde é disparado a principal preocupação da população. Nada menos que 69,8% da população consideram que esse é o principal problema de Brasília e deve ser a área prioritária a ser atacada pelo governo. A preocupação com a segurança foi a segunda mais citada, ficando com um distante 9,5% de pessoas que consideram esse o principal problema, bem abaixo do primeiro.
Em seguida, vêm dois temas que também foram bastante mencionados na campanha e que são problemas crônicos da cidade: transporte e educação. Os dois ficaram bem próximos, como terceiro e quarto mais citados. O transporte foi lembrado por 5,9% dos entrevistados, ao passo que a educação, principalmente em relação a escolas e creches, foi lembrado por 5,4%.
Como um reflexo disso, a população não aprova a atuação do governo especificamente na saúde. Quando perguntados que nota dariam, 40,4% deram a nota mínima, ou seja, 1. Somando as pessoas que deram nota entre 6 e 10, o resultado é apenas 14%. O governador Agnelo Queiroz afirma que isso é um resultado natural, pois, por mais que tenha havido avanços na questão, a atuação do GDF foi mais defensiva, e as áreas estratégicas estão sendo trabalhadas com bases sólidas, para terem efeito prolongado e duradouro – ver entrevista com Agnelo Queiroz nas páginas 4 e 5.
A atuação no governo é bem melhor avaliada em outras áreas, como educação, onde 26,7% dos entrevistados deram nota entre 6 e 10, ou segurança, onde 24,5% também deram alguma nota entre 6 e 10. Todas as outras áreas avaliadas – urbanização, saneamento, comunicação, infraestrutura e esporte -, a quantidade de entrevistados que deu entre 6 e 10 passou dos 30%.
A percepção local de cada comunidade, porém, aponta para outra direção. Diferentemente de quando perguntado sobre o principal problema do DF, quando o questionamento foi sobre o principal problema na região onde o entrevistado mora, a área que vem em primeiro foi segurança. 32,9% das pessoas entrevistadas afirmaram que a segurança era sua maior preocupação local. A saúde, dessa vez, vem em segundo lugar, aparecendo com 24,7%. O terceiro problema mais citado foi o transporte, com 11,7% de menções. Em seguida aparecem educação, infraestrutura, saneamento básico e urbanização, todos acima dos 3%. Quem cuida de cada pedaço Outro índice significativo foi o de pessoas que afirmaram desconhecer quem são os administradores regionais do Distrito Federal. Ainda que esteja mais próximo da população por ter uma atuação localizada, 80,3% dos brasilienses não conhecem seu administrador regional. O índice é menor do que o de pessoas que não sabem quem compõe o secretariado e pode ser um reflexo também do pouco tempo de governo.
Entre os que afirmaram saber o nome do administrador regional, quando perguntados então o nome do titular do posto, apenas 34,5% souberam responder corretamente. 18,6% dos entrevistados deram um palpite errado, enquanto 46,9% sequer tentaram responder.
Uma equipe
Secretários de Estado do GDF mais conhecidos
A pesquisa Dados/Grupo Comunidade de Comunicação também mediu o conhecimento do brasiliense sobre os membros do primeiro escalão do governo. Em um cenário onde a palavra de ordem é que os cargos sejam ocupados com nomes com capacidade técnica e não estritamente pelo critério político, onde o normal seria que grandes nomes que querem se projetar ocupassem esse espaço, 85,7% dos entrevistados afirmaram não saber quem são os secretários de governo.
O mais conhecido deles é, também, tido como um dos homens fortes do governo e eleito com expressiva votação para deputado federal. Titular da Secretaria de Governo, Paulo Tadeu (PT) foi lembrado por 23,6% dos entrevistados. Em seguida, outro deputado federal eleito, e logo em seu primeiro pleito, o secretário de Obras Luiz Pitiman (PMDB) foi citado por 10,8% dos entrevistados. Depois deles, outros três parlamentares também eleitos foram lembrados: Alírio Neto (Justiça – PPS), com 9,5%, Geraldo Magela (Habitação – PT), com 6,8% e Arlete Sampaio (Ação Social – PT), citada por 3,4%.
Atuação da Câmara Legislativa
utra avaliação foi sobre a atuação da Câmara Legislativa do DF. Usando o mesmo critério que a avaliação de governo, a Câmara obteve um índice de reprovação de 34,5%. Essa porcentagem de pessoas acham que a atuação da Câmara nesse início de legislatura foi péssima ou ruim. Já o índice de aprovação em relação a atuação parlamentar local regular, boa ou ótima foi de 55,6%.
Entre os entrevistados, pelo Dados 69,8% afirmaram não saber quem são os deputados distritais. 19,9% dizem que conhecem os integrantes da Câmara. O deputado mais lembrado do Legislativo local nesse estudo foi justamente o presidente da Casa, deputado Patrício, do PT. Ele foi citado por 8,1% dos entrevistados. Próximo desse índice, outro deputado petista, Chico Leite, foi mencionado por 7,4%.
Todos os outros parlamentares citados ficaram com índices significativamente menores. Eliana Pedrosa (DEM), Chico Vigilante (PT) e Raad Massouh (DEM) conseguiram índices acima dos 3%. As duas deputadas que se assumem como de oposição de maneira mais contundente, Celina Leão (PMN) e Liliane Roriz (PRTB) ficaram com menos de 1%.