A revista Veja traz nesta semana, uma reportagem que demonstra o descaso de políticos com o dinheiro político. Sem critérios, políticos nem querem mais saber de emendas para hospitais, escolas ou estradas. O negócio agora é destinar verbas milionárias do Orçamento para a realização de festas promovidas pelo Ministério do Turismo.
Na reportagem, são citados alguns parlamentares:
Senador Gim Argelo (PTB): enviou recursos para uma entidade que contratou a rádio de seu filho para divulgar a festa.
Bispo Rodovalho (PP), que é considerado um recordista em emendas para eventos. De 6 milhões de reais, metade foi para institutos que contratam empresas-fantasma.
Jovair Arantes (GO) líder do PTB na Câmara, mandou 600 000 reais para entidades sob suspeita. Institutos receberam dinheiro para organizar micareta e feira em Goiás.
O deputado federal Valadares Filho (PSB-SE) mandou 900 000 reais para instituto cuja “dona” é a mãe de um deputado estadual aliado de sua família.
O goiano Sandro Mabel, líder do PR: de 3,6 milhões de reais pagos via emendas, 2,7 milhões seguiram para entidade que repassa dinheiro a firma em nome de um jardineiro.
O deputado do PT Jilmar Tatto (SP) destinou emendas a cinco convênios com um instituto de Brasília cuja dona assessora o PT no Senado: 1 milhão de reais já pagos.
Rodrigo Rollemberg, deputado federal e senador eleito pelo PSB do DF: 1,3 milhão de reais para dois institutos suspeitos de fraudar prestações de contas.
A deputada Fátima Pelaes, do PMDB do Amapá, deu 5 milhões de reais a instituto que tem como sede uma casa em São Paulo. Nem placa há na entidade.
Segundo a revista, apenas neste ano, 373 parlamentares, mais da metade do Congresso, destinaram 673 milhões de reais de sua cota do orçamento para a realização de festas patrocinadas pelo Ministério do Turismo – dinheiro do contribuinte que poderia estar sendo usado em escolas e hospitais, mas que tem sido desviado para entidades-fantasma. A farra atinge políticos de praticamente todos os partidos.