ELEIÇÕES 2010 |
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Um debate com propostas e sem ataques |
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Finalmente, um debate de propostas. Em uma clara tentativa de evitar o clima de guerra que se instalou nos debates no segundo turno, os presidenciáveis Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) se concentraram em responder aos temas propostos pelos eleitores indecisos, no último debate da eleição, exibido pela TV Globo. Serra provocou sutilmente Dilma, ao falar de corrupção e de inflação. Mas, na maior parte do tempo, listaram propostas para áreas como funcionalismo, agricultura, segurança e saneamento. Ao responder à pergunta do advogado Lucas Andrade, do Distrito Federal, sobre a sucessão de escândalos envolvendo políticos no país, Serra afirmou que a corrupção no país “chegou a níveis insuportáveis”. Na réplica sobre o tema, citou o caso dos aloprados, envolvidos na compra de dossiê contra a campanha do tucano Geraldo Alckmin (PSDB), em 2006. O tucano fez também referência a escândalos que atingiram a política “nos últimos vinte anos”. Serra fez uma referência indireta aos escândalos na Casa Civil, mas, diferentemente de outros embates, sem citar o nome do PT, de Dilma ou da ex-ministra Erenice Guerra: – O exemplo tem de vir de cima. Tem de ser implacável, não passar a mão na cabeça. Quando o chefe passa a mão na cabeça é terrível, do ponto de vista que isso vai acabar se repetindo porque pessoas vão achar que estão protegidas. Tem casos até hoje insepultos. Lembra do dossiê dos aloprados? Tinha 1,7 milhão que a polícia apreendeu, ninguém foi condenado, não tem processo. Esse é um péssimo exemplo – disse Serra. O candidato tucano aproveitou para defender a liberdade de imprensa, ao dizer que é a imprensa que “descobre grande parte das irregularidades e não pode ser inibida, pressionada”. Dilma, na réplica da pergunta sobre corrupção, teceu elogios à Polícia Federal: – Nos últimos anos, reforçamos e profissionalizamos a Polícia Federal. Começamos a ver uma série de casos de corrupção sendo apurados. E vimos pessoas de gradação mais elevada sendo presas. Mal feito, pode ter certeza de que em qualquer lugar que não houver investigação, vai acontecer. Tem que investigar e punir. E a PF é um dos maiores instrumentos de apuração. A pergunta sobre agricultura familiar, feita a Dilma pelo funcionário Robinson Luis, de Porto Alegre, trouxe o tema ao debate, mas também foi usada como recurso para uma outra discussão: o risco da volta da inflação ao país. A questão apareceu na réplica de Serra: Dilma defendeu a política de agricultura familiar implementada na gestão Lula. E também reagiu a Serra: Dilma pergunta do Ceará, sobre segurança. Vera Lúcia. Assaltada com arma na cabeça na porta de casa. Serra defende um funcionalismo qualificado, que assuma a missão de servidor. Defendeu a carreira e a valorização de cada área. – Eu acredito que no Brasil tem que haver muito avanço nessa área. Devemos dar força e fazer concurso, sempre que houver condição legal para isso. E incentivo material ao longo do tempo. Isso vale praticamente para todas as áreas de governo. Creio que o serviço público bem valorizado, faz com que pessoas melhoram autoestima. Mas tem que ter exemplo de cima. Debate contou com a participação de eleitores indecisos O debate, realizado no estúdio da Central Globo de Produção, contou com a participação de 80 eleitores indecisos, que foram selecionados pelo Ibope em todas as regiões do país. Esses eleitores redigiram perguntas importantes para o futuro na nação, escolhendo temas definidos pela produção. Seguindo as normas acertadas com os candidatos, o debate teve três blocos. Em cada um deles, quatro eleitores fizeram perguntas. O primeiro candidato a responder em cada bloco foi definido por sorteio. As respostas, as réplicas e tréplicas tiveram duração de dois minutos. Após o fim do terceiro bloco, Dilma e Serra fizeram suas considerações finais, encerrando o último debate da campanha. Informações de O Globo. |