“Se você voltar aqui você vai morrer!” Foram essas algumas das palavras ditas pelo sequestrador da repórter E.G.A . que trabalha na campanha da candidata ao governo do Distrito Federal, Weslian Roriz (PSC). O crime que ocorreu no início da tarde desta sexta-feira (22), em frente à Panificadora Estrutural, que fica de frente para a delegacia da vila Estrutural, onde foi registrada queixa-crime em boletim de ocorrência policial. A vítima que estava no exercício de sua profissão está abalada, amedrontada e traumatizada com o episódio.
A repórter estava apurando a distribuição de lanche no evento de campanha do petista Agnelo Queiroz, ocorrido ontem, naquela cidade, o que configura crime eleitoral. A matéria foi exibida ontem, pelo DF/TV 2ª Edição, flagrando a distribuição de lanche à população local.
A repórter já havia estado no local, hoje pela manhã, colhendo depoimentos de testemunhas. Mais tarde, recebeu um telefonema de uma pessoa que mora na região, dizendo que havia mais pessoas no local que poderiam comprovar o crime. A repórter voltou ao local, sozinha, e conversou com diversas as pessoas que foram beneficiadas pelo lanche, mas um homem, que ocupava um Fiat Pálio na cor branca, com adesivos dos candidatos do Partido dos Trabalhadores (PT), Agnelo e Dilma, disse à repórter que sabia quem havia pagado o lanche ilícito, chamando-a para conversar no banco do carona. Em seguida, falou que também sabia onde a pessoa morava, e que podia levá-la até a residência. Ela concordou e foi o suficiente para o homem arrancar o carro em alta velocidade, percorrendo a cidade por quase duas horas. Nesse tempo o homem usou palavras de baixo calão para ofender a vítima e ameaçá-la de morte. “Você está carimbada aqui”, “você vai morrer se voltar aqui”, “Cala a boca”, dizia o homem torturando-a com gritos dentro do carro, falando que não olhasse para o rosto dele, mandando que ela colocasse o rosto sobre as pernas, para que ela não guardasse as suas feições.
A vítima chegou a um estado de exaustão e depois de mais de uma hora de circular pela cidade, ousou enfrentar o seqüestrador, dizendo que se algo ocorresse com ela seria motivo para ela contar e mostrar à polícia o que os militantes adversários seriam capazes de fazer com quem passasse em sua frente. Mais uma vez o seqüestrador teve mais uma acesso de violência e abriu a porta do carro, empurrando a jornalista para fora do carro, mandando-a embora do local, reforçando que se ela voltar lá, será morta.
A Coligação Esperança Renovada imediatamente acionou seus advogados que aguardam que a polícia descubra nas próximas horas o seqüestrador que não queria dinheiro ou qualquer outro bem material, mas cercear o trabalho de uma profissional da comunicação tem provas de que o lanche servido no evento político de Agnelo Queiroz foi crime eleitoral.