Em outubro, a nova cúpula da secretaria de Transportes do DF assumiu a função com o propósito de dar um basta às inúmeras denúncias feitas contra a gestão que administrativa – e mal – o sistema. As reclamações tanto de usuários quanto de empresários e cooperativas eram muitas, e o principal alvo era o DFtrans.
Na delação premiada feita por Durval Barbosa, ele apontou o então diretor do DFtrans, Paulo Munhoz, como partícipe do esquema de corrupção montado pelo ex-governador Arruda. Munhoz apareceu inclusive em vídeo recebendo dinheiro de Durval. Ele deixou o cargo mas manteve certa influência no DFtrans por um bom período´.
Agora, com o delegado Paulo César no comando da secretaria, auditorias estão sendo realizadas em toda a estrutura do Transporte com o intuito de identificar os problemas e tentar saná-los de uma vez. Natural de São Paulo, chegou a Brasília no ano de 1999, quando ingressou no quadro da Polícia Civil do DF. Com 11 anos de vida profissional, atuou até recentemente como Delegado da 10ª DF, no Lago Sul e é considerado sério e extremamente profissional.
A secretaria de Transportes sabe que o sistema de transporte público chegou ao seu pior momento, culpa da falta de planejamento do governo do DEM no Distrito Federal. O Metrô está saturado e não existem paradas de ônibus cobertas suficientes para atender a população; ainda circulam muitos ônibus velhos pela cidade, e os condomínios ficaram sem as vans, sem falar nas complicações legais de licitações que foram feitas.
Como se vê, a secretaria de Transportes mantinha uma proposta de ‘maquiar’ o sistema, que hoje se encontra à beira da falência. A nova equipe que assumiu o comando da pasta, enfrenta pressões de toda ordem, mas promete entregar o sistema em condições de funcionamento ao novo governo que assumirá em janeiro. Quanto ao futuro do transporte público no DF, somente Deus e Agnelo sabem no que vai dar. Vai depender de muita boa vontade e disposição para comprar briga com gente ‘poderosa’ na cidade.
AUMENTO DAS PASSAGENS – A secretaria identificou também, a necessidade extrema de se conceder aumento nas passagens de ônibus, uma vez que relatórios apontam para uma defasagem entre 18 e 22%. Há três anos que não ocorre aumento das passagens no DF. Os empresários do setor querem um aumento de 30%. As negociações já começaram para tentar evitar greve.