No governo do DEM, a prática da espionagem era comum. Arruda espionava Paulo Octávio que espionava Arruda. Em alguns órgãos, a utilização de mecanismos ilegais de arapongagem foram muito utilizados com o claro propósito de tentar persuardir, intimidar e até extorquir aliados e opositores.
Arruda espionava até mesmo quem era ‘simpático’ à candidatura do ex-governador Joaquim Roriz. A retaliação era certa.
Mais recentemente, três grupos se organizaram na Câmara Legislativa, e o governador em exercício Wilson Lima, com a Polícia Civil e a Polícia Militar em mãos, também acompanha os passos de sua base governista. Ele tem esta vantagem. Os três grupos estão assim divididos: os que querem Wilson Lima, os que preferem Aguinaldo de Jesus e os que querem ficar de fora apenas aguardando os fatos para decidir somente no dia 17 de abril.
Wilson Lima quer ser eleito de qualquer maneira, mas parece ter herdado de seu mentor político (Arruda) a prática de aceitação de métodos nada ortodoxos para se manter no cargo de governador do Distrito Federal. Afinal, o governador sabe tudo o que se passa no DF através de suas polícias.
E Lima conseguiu numa tacada só, após a divulgação do tal relatório de inteligência, dividir definitivamente a Polícia Civil do DF em dois grupos: A banda boa e a banda podre, que já existia no governo do DEM. E também dividiu sua base governista. Deputados que participaram de um encontro no Sudoeste não gostaram nada de terem sido vigiados por arapongas de plantão.
O tal relatório de inteligência denunciou um suposto esquema de apoio para a eleição do deputado Aguinaldo de Jesus. Mas a quem interessa um relatório desse? Quem estaria vigiando deputados distritais em encontros e jantares até mesmo em residências? Quem seria o mandante da arapongagem? Qual seria o propósito de tal espionagem? Pra quê? Por quê?
A questão não é saber qual a tendência de deputados distritais em eleger este ou aquele. O fato é que assistimos no DF, políticos utilizando a estrutura da melhor Polícia Cilvil do Brasil para fins que não justificam os meios. E a Polícia Civil, que graças a Deus conta com excelentes e honestos profissionais que não estão gostando desta situação (arapongagem), não aguentam mais a banalização de ações que visam apenas atentar contra esse ou aquele político. A banda boa da PCDF está de olho e logo revelará fatos que demonstrarão como políticos utilizaram mecanismos que deveriam estar a serviço do povo, para intimidar pessoas e grupos contrários aos seus interesses pessoais.
O relatório de inteligência da banda boa da Polícia Civil, revelará de vez a banda podre que deverá ser expulsa de seus quadros. O novo secretário de Segurança Pública do DF também não gostou da utilização da polícia para a prática de arapongagem. O Diretor-Geral da Polícia Civil também condenou tal prática. Pelo visto, a coisa funciona em baixo, sem conhecimento dos superiores. Mas que a informação chegou ao interessado, chegou sim. É preciso investigar tal prática.
O governador Wilson Lima condena a candidatura de Aguinaldo de Jesus. Agora se sabe por quê. E os deputados distritais acham até normal a prática da arapongagem. Ninguém falou nada! Pelo andar da carruagem, caso Wilson Lima seja eleito governador na eleição indireta (que seria a continuidade do governo de José Roberto Arruda e do DEM) no dia 17, certamente no dia 23 de abril, Brasília poderá sofrer uma intervenção federal. Como Brasília sofre com esses políticos deslumbrados com o poder!