Francisco Dutra, Jornal de Brasília
O desembarque do PSD no GDF ainda é incerto. Ao final de 2012, o partido flertava com o Palácio Buriti, mas, segundo o presidente regional da sigla, Rogério Rosso, nada mudou. “Minha boa relação com o governador Agnelo não significa nada. O PSD foi o primeiro partido a adotar a posição de independência no DF e continua assim”, afirmou.
Segundo Rosso (foto), neste ano o partido tomará posições. O presidente nacional Gilberto Kassab começou uma série de reuniões em cada unidade da Federação. No DF, a conversa será em fevereiro. Para garantir vigor eleitoral em 2014, o partido deve ampliar o quadro de zonais neste ano. Atualmente, a legenda possui zonais em seis regiões administrativas: Plano Piloto, Taguatinga, Ceilândia, Lago Norte, Brazlândia e Samambaia.
Até o fim do ano, a meta é ter representações para se aproximar mais da população e filiados em todas as regiões administrativas do DF. “O PSD foi fundado em 2011. Em 2012, nós estruturamos o partido e centramos esforços nas eleições da Região Metropolitana. Em 2013, nossas preocupações são com a formação do programa partidário e com a filiação de lideranças para termos candidatos nas eleições”, disse. Pelos bastidores, observa-se que o governo está dividido quanto à adesão do PSD. Comenta-se que parte do governo, incluindo o próprio governador, considera positiva a entrada do partido, que poderia repor as perdas de outros partidos, como PSB e PDT. Especula-se até que o PSD ficaria com a Secretaria do Entorno.
Outras frentes do GDF avaliam que o peso político do PSD não é equivalente ao PDT ou PSB e que o ingresso da sigla poderia inviabilizar o resgate das boas relações com estes partidos.
Ameaça de deixar o partido
A atual composição do PSD local tem estreitos laços com a cúpula nacional. No entanto, outros fatores pesam na adesão. “Eu não tenho dificuldade nenhuma com o Agnelo. Mas é claro que outros participantes do partido têm uma enorme dificuldade não só com a Agnelo, mas com o governo”, analisou Rosso, referindo-se às deputadas distritais Liliane Roriz, Celina Leão e Eliana Pedrosa.
Em diferentes ocasiões, as três deram sinais concretos de que podem abandonar a sigla caso ela parta para a coligação governista. Liliane Roriz espera que o partido continue garantindo a liberdade individual para cada filiado. “Ajudei a fundar o PSD com esse formato de defender os interesses da população acima de qualquer coisa”, explicou. Ela diz que se a sigla decidir apoiar o governo Agnelo estará indo contra as vontades do povo.
Liliane Roriz afirmou que respeitará a decisão dos colegas de legenda, caso decidam migrar para a base. “Minha oposição ao PT está na genética. Teria que procurar um partido que aceitasse essa minha característica”, declarou.
Do lado do GDF, outro fator tem que ser considerado: a rusga entre Rosso e o vice-governador Tadeu Filippelli. “Espero queminhas diferenças com Tadeu tenham ficado em 2012. Em 2013, espero que tenhamos um novo tempo”, acenou Rosso. Enquanto a bandeira branca está posta de um lado, longe dos holofotes comenta-se que o mesmo tipo de aceno ainda não pode ser observado do outro lado desta questão.