A presidente do SindSaúde-DF, Marli Rodrigues, deixou o PT e decidiu atacar o secretário de Saúde do DF, Rafael Barbosa. Mas evita comentar que demitiu 46 funcionários entre fevereiro e março de 2013. Segundo denúncias feitas pelos servidores demitidos, a diretora além de não pagar as verbas rescisórias, não deu baixa nas Carteiras de Trabalho e Previdência Social (CPTS) dos trabalhadores, impedindo-os de receber o auxílio do governo, o Seguro Desemprego.
Segundo o ex-servidor Kleber Karpov, após serem demitidos, de forma arbitrária, os trabalhadores se uniram, receberam ajuda e descobriram que a presidente e ex-tesoureira do Sindicato estava envolvida em fortes indícios de práticas ilegais de desvio de dinheiro. Entre 2009 e 2012 mais de R$ 2 milhões em repasses transferidos pela Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) para as contas bancárias do SindSaúde foram desviados para contas de pessoais de alguns diretores, funcionários de confiança e até parentes de Marli.
As práticas de desvio bem como outras como a apropriação indébita do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) e do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) foram denunciadas pelos ex-funcionários ao Ministério Público do Trabalho (MPT) e à 5ª Delegacia de Polícia Civil do Distrito Federal. O caso também foi exibido pela Rede Globo, que veiculou no DFTV 2ª Edição (17/abril), ocasião em que Marli negou conhecer os desvios de recursos em que a própria filha, Luiza Rodrigues Valle , recebeu cerca de R$ 490 mil e ainda que, Hemerson Varlly, companheiro de Luiza Rodrigues e funcionário do Sindicato, fosse o genro que recebeu mais de R$ 1 milhão na conta pessoal.
Após dar entrevista a emissora, Marli tentou impedir a veiculação de matéria na Rede Globo por meio de liminar impetrada no TJDFT, o que foi indeferida pelo juiz.
O portal Câmara em Pauta , e as jornalistas Simone Moraes e Daniela Novais, que deram ampla cobertura das denúncias contra a prática de desvio de recursos praticadas pela diretoria do SindSaúde, foram alvo de cinco ações na justiça que impetradas por Marli pedindo um total de R$ 250 mil em indenizações. Outro processado foi ainda movido pelo casal Marli e o Secretário Geral do SindSaúde, Vander Borges, contra esse articulista, onde pedem indenização de R$ 200 mil, junto ao TJDFT por uso de imagem.
No dia 2 de outubro, os ex-funcionários Kleber Luiz e Vanessa Jeniffer fecharam acordo com o Ministério Público (MP), para extinguirem um processo criminal impetrado pela presidente do SindSaúde-DF, Marli Rodrigues, inicialmente contra 33 ex-funcionários. Marli processou os trabalhadores por calúnia, injúria e difamação, após participarem de um protesto organizado pelo Sindicato dos Trabalhadores de Entidades Sindicais (Sintes-DF), em ocasião que o SindSaúde demitiu 46 funcionários e não pagou as verbas trabalhistas devidas.
O acordo fechado pelos ex-funcionários previa a prestação de serviços de 72 horas em um prazo de até 120 dias, em entidades indicadas pelo MP. No entanto, mesmo tendo participado da audiência, a presidente do Sindicato postou matéria no site da entidade intitulada Justiça pune ex-funcionários por injúria (http://sindsaude.org.br/portal/informe/justica-pune-ex-funcionarios-por-injuria.html) (6/10), nas redes sociais e até pautou um jornal da cidade, informando que os dois trabalhadores haviam sido sentenciados pela justiça.
Na matéria Marli menciona “Eles fizeram acusações graves e sem nenhuma prova” e complementa ”O que importa é que a Justiça diz que eles estão errados”.
Segundo Kleber, a informação é totalmente falsa: “Não existe sentença de juiz em audiência de preliminar (de conciliação). Ela não quis fazer acordo e aceitamos o que o Ministério Público nos ofereceu para que o processo fosse extinto.”.
Kleber observa que diante da mentira e da exposição da sua imagem e de Vanessa, registraram boletim de ocorrência da 4ª Delegacia de Polícia por difamação e entraram com processo contra o SindSaúde, por danos morais (http://tjdf19.tjdft.jus.br/cgi-bin/tjcgi1?NXTPGM=tjhtml105&ORIGEM=INTER&SELECAO=1&CIRCUN=1&CDNUPROC=20130111495020).
Kleber acredita que a divulgação falsa feita por Marli teve por objetivo desviar o foco sobre as acusações feitas pelos ex-funcionários ao Ministério Público de Trabalho de transferência ilegal de dinheiro do Sindicato para contas de diretores e de funcionários de confiança. “Fazer acusações dessa natureza e sem provas com tantos documentos apresentados e noticiados, é meio sem lógica.”, afirma Kleber. (Com informações do Câmara em Pauta)