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    PEEMEDEBISTAS TERÃO FORÇA NO GOVERNO DE AGNELO QUEIROZ

    DISTRITO FEDERAL
    Peemedebistas terão força no governo de Agnelo Queiroz

    Ana Maria Campos, Correio Braziliense
     
    A dificuldade inicial do governador eleito do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), tem sido acomodar no primeiro escalão representantes do conjunto de forças e interesses que colaboraram para sua vitória nas urnas. Ele passou o fim de semana em reuniões com aliados, mas, como um cobertor curto, sempre que decide beneficiar um, acaba deixando outro companheiro descoberto. Na costura política, o PMDB está com uma fatia generosa de poder: todo o setor de infraestrutura. Peemedebistas vão comandar a área de obras, transportes e alguns programas da Secretaria de Agricultura. O vice-governador eleito, Tadeu Filippelli, deve coordenar a execução de todos os empreendimentos com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e dará a palavra final sobre qualquer contrato relacionado a obras.

    Filippelli vai presidir uma comissão com várias secretarias em que serão decididas as prioridades na área, aos moldes do que ocorre hoje com a vice-governadora Ivelise Longhi (PMDB) no governo de Rogério Rosso (PMDB). Na tarde de ontem, Agnelo se reuniu com o deputado federal eleito Luiz Pitiman (PMDB-DF), cotado para a Secretaria de Obras. Braço direito de Filippelli, ele foi presidente da Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap) no governo de José Roberto Arruda por indicação do companheiro de partido. Havia até ontem um nó a desatar nesta seara.

    O PMDB deve indicar ainda o presidente da Novacap, o da Companhia de Saneamento Ambiental de Brasília (Caesb), diretores da Companhia Energética de Brasília (CEB) e o secretário de Transportes. Agnelo, no entanto, não pretendia entregar ao PMDB o Departamento de Estradas de Rodagem (DER-DF), responsável pelos principais projetos estruturantes do Programa Brasília Integrada. Filippelli abriu mão da negociação em torno da presidência da CEB. Oriundo da empresa, o deputado federal eleito Paulo Tadeu (PT), que deve assumir a Secretaria de Governo ou a Chefia da Casa Civil, não aceitou entregá-la ao PMDB. Rubem Fonseca, que presidiu a CEB no primeiro ano do governo de Cristovam Buarque (1995-1998), deve assumir o cargo na gestão de Agnelo.

    Nos últimos 15 anos, Rubem sempre trabalhou ao lado de Cristovam, senador do PDT reeleito. Depois de deixar a CEB, ainda no governo do hoje senador pelo PDT, ele foi chefe de gabinete do governador. Depois foi secretário-executivo do Ministério da Educação, na gestão de Cristovam. O pedetista, no entanto, afirma que depois do que ocorreu com a escolha na Secretaria de Educação, não terá responsabilidade por nenhuma indicação no governo Agnelo. Cristovam não gostou de saber que o novo governador escolheu a professora Regina Vinhaes Gracindo para a pasta, sem comunicá-lo previamente.

    Referência na área de educação, o senador esperava contribuir com propostas e ter voz no processo de escolha no GDF. Conforme o Correio publicou ontem, Cristovam disse que, ao saber por intermédio da imprensa que Agnelo já tomara uma decisão, sentiu-se pior do que quando foi demitido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva do Ministério da Educação, em 2004, durante missão oficial a Portugal. Apesar do embaraço, o PDT deve ficar com a Secretaria de Trabalho. A escolha deve ser feita pelo deputado distrital eleito Israel Batista (PDT), que deve indicar Glauco Rojas, da Juventude Socialista do partido. Neste ponto, Cristovam novamente se sente traído porque contava com a nomeação do pedetista Peniel Pacheco. O deputado federal eleito José Antônio Reguffe (PDT) não deverá fazer indicações.

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    Na tarde de hoje, Agnelo deve anunciar alguns nomes já escolhidos para o primeiro escalão. Ele havia prometido que divulgaria o nome de todo o secretariado em 20 de dezembro, mas as negociações ainda não estão encerradas. Por isso, as discussões continuam. O governador eleito só deve fechar a sua equipe no fim da semana. Até agora, poucos nomes foram oficializados, entre os quais os secretários de Saúde, Rafael Barbosa; de Fazenda, Valdir Moyses Simão; o procurador-geral do DF, Rogério Marinho Chaves Leite; e o presidente do Banco de Brasília (BRB), Edmilson Gama da Silva. Barbosa é antigo colaborador de Agnelo, considerado uma das pessoas mais próximas do novo governador. Moyses e o presidente do BRB são oriundos do governo federal.

    Auditor fiscal da Receita Federal, o futuro secretário de Fazenda é o atual presidente do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). No BRB, Agnelo terá um empregado de carreira da Caixa Econômica Federal, o atual superintendente nacional de gestão da estratégia de atendimento e gestão. Agnelo espera contar com outros nomes graduados da estrutura federal. Para a Secretaria de Segurança Pública, o governador eleito convidou o ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, mas ele vai permanecer na equipe do próximo ministro, José Eduardo Cardozo, como secretário-executivo. Agnelo, então, tenta levar para o cargo o secretário-executivo do ministério, Rafael Favetti, ou um delegado da Polícia Federal.

    Todos os partidos que integraram a coligação Um novo caminho deverão ser representados. O PSB deve indicar os secretários de Ciência e Tecnologia e de Turismo. O PCdoB tem pleiteado a secretaria de Esporte, seguindo o foco nacional. O nome cotado é o ex-presidente regional Apolinário Rebelo, irmão do deputado federal Aldo Rebelo (PCdoB-SP).
    O advogado Messias de Souza (PCdoB) é citado como provável administrador regional de Brasília, mas pode assumir também um cargo na área jurídica. O candidato a governador pelo PV, Eduardo Brandão, que apoiou Agnelo no segundo turno, deve virar secretário de Meio Ambiente.

    No PT, Agnelo tem enfrentado problemas. A Articulação, tendência que o abrigou quando ele migrou para o partido, avalia que deveria ter alguém no núcleo de poder. Um dos cotados para cargo no GDF é o ex-presidente da Fundação Banco do Brasil Jaques Pena. Ex-presidente do PT-DF, Wilmar Lacerda era apontado como provável secretário de Relações Institucionais do DF, mas Agnelo recuou ao ser aconselhado a extinguir a pasta criada por Arruda em 2007 especialmente para abrigar Durval Barbosa, o colaborador da Operação Caixa de Pandora.

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