O movimento para a formação dos blocos partidários na próxima legislatura da Câmara começou. Enquanto os deputados distritais do PT estão focados na disputa pela presidência da Casa e não mostram preocupação em unir outras legendas ao time vermelho, colegas parlamentares intensificam as conversas sobre composição de grupos para ganharem chances de pleitear algum lugar na Mesa Diretora ou em alguma comissão estratégica. O resultado da última eleição fragmentou ainda mais o poder no universo legislativo. No atual cenário, 13 partidos ocupam cadeiras na Câmara Legislativa. Em 2011, o número subirá para 17, o que provocou um esforço de aproximação entre os políticos para conquistar mais força na Casa.
O DEM emplacou apenas dois deputados nas urnas: Eliana Pedrosa e Raad Massouh. Com o PMDB, ocorreu a mesma coisa. Rôney Nemer e Benício Tavares conseguiram se reeleger. A aproximação das legendas, nesse momento, não necessariamente tem a ver com a posição que cada lado tomou durante a campanha. É mais uma questão de segurar algum espaço dentro da Casa. Ao Correio, a distrital contou que tem feito um movimento com o PMDB para compor um bloco. Pelo regimento interno da Câmara, são necessários três partidos para montar um grupo partidário. Há quem diga que o número ideal seja quatro, para não correr o risco de perder no quesito proporcionalidade. “As conversas já se iniciaram, tenho feito um movimento no PMDB para compor comissões ou ter um lugar na Mesa”, afirmou Eliana.
A intenção de PSB, PDT, PRB, PPS é formar um grupo impulsionador da base de governo, o que facilitaria o trabalho do futuro chefe do Executivo, Agnelo Queiroz (PT). Os distritais Joe Valle, Israel Batista, Evandro Garla, Alírio Neto e Claúdio Abrantes, que, respectivamente, representam essas legendas na Casa, devem trabalhar em sintonia. Os deputados que tendem à oposição podem conquistar um lugar na Mesa, já que possuem, pelo menos, cinco nomes. Celina Leão(PMN), Washignton Mesquita(PSDB), Wellington Souza (PSC), Liliane Roriz (PRTB) e Olair Francisco (PTdoB) têm força para ganhar uma das quatro cadeiras, sem contar com a Presidência. O ex-diretor do Senado Agaciel Maia (PTC) mostrou interesse em ocupar a primeira secretaria da Câmara, responsável pelo gerenciamento dos recursos humanos da Casa. Ele conta com a ajuda do diretor-geral da Câmara, Arlécio Gazal, conhecido como o 25º deputado pelo tempo que está lá.
Reunião prevista
Mesmo sem poder cravar que a Presidência será uma aquisição petista, tradicionalmente, o comando da Câmara é oferecido a um aliado do governador. O PT é a sigla com maior expressão na Casa, tendo eleito cinco distritais. Motivo suficiente para não abrir mão do cargo nem procurar aliados para o bloco já montado. Estão no páreo Arlete Sampaio, Cabo Patrício, Chico Leite, Chico Vigilante e Wasny de Roure. Saem em vantagem os dois primeiros dessa lista. A escolha do PT poderá ser definida amanhã numa reunião prevista com a bancada eleita.
Quem sair vitorioso terá que concorrer à disputa pela presidência da Casa. Alírio Neto e Eliana Pedrosa são nomes cogitados, mas, dependendo da oferta, poderão sair satisfeitos com outros lugares na Casa, como a Segunda Secretaria da Casa, que cuida das finanças e do orçamento legislativo, ou as comissões de Constituição e Justiça (CCJ) e Economia, Orçamento e Finanças (Ceof).
Fonte: Correio Braziliese