Eles deixam de lado episódios desgastantes ou denúncias como as da recente crise política na capital
Lilian Tahan/Correio Braziliense
Se depender da programação eleitoral preparada pelos distritais, os eleitores terão dificuldade de escolher em quem votar pela vasta opção de propostas do bem. A lista de benfeitorias que os deputados candidatos dizem que fizeram e as providências que pretendem tomar serão temas frequentes da propaganda eleitoral, ao contrário dos problemas que muitos enfrentaram nos últimos anos (veja quadro).
Vários distritais sofreram desgaste no atual mandato que agora tentam prolongar. Por isso, o contraponto para o pacote de bondades ofertado pelos pretendentes dependerá da memória dos eleitores. Em alguns casos, as candidaturas estão sub judice, como Benício Tavares (PMDB) e Cristiano Araújo (PTB), ambos impugnados pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-DF).
Benício tem como bandeira de campanha o trabalho voltado para deficientes físicos, mas foi justamente sua conduta diante desse segmento que colocou em xeque a candidatura dele. Em fevereiro de 2008, o Conselho Especial do Tribunal de Justiça do DF condenou o parlamentar por apropriação indevida de verbas da Associação de Deficientes Físicos.
Cristiano Araújo recebeu sentença do TRE-DF em março de 2008 por abuso de poder econômico. Uma das propostas divulgadas no programa de Cristiano é a prioridade de contratação de concursados para trabalhar no GDF. Só que empresas da família do distrital têm contratos milionários oferecendo mão de obra terceirizada ao governo local.
Há distritais que, apesar de terem serem investigados na Operação Caixa de Pandora, mantêm a candidatura firme. Benedito Domingos, por exemplo, teve os bens bloqueados pela Justiça para, caso seja confirmada a participação na rede de corrupção, devolver dinheiro aos cofres públicos. Em sua propaganda, no entanto, o presidente do PP no DF parece inabalável, sempre dando garantias de que vai melhorar a saúde, a educação, o transporte etc.
MPE opina sobre direito de resposta
» O Ministério Público Eleitoral deu parecer ontem pela improcedência do pedido de direito de resposta da coligação de Joaquim Roriz (PSC). No último sábado, a coligação Novo Caminho, de Agnelo, foi obrigada a retirar do ar o comunicado no qual lembrava que Roriz estava impugnado devido à Leia da Ficha Limpa. Mas o promotor de Justiça eleitoral Elton Ghersel, com base na Lei da Ficha Limpa, considerou “razoável a afirmação de que candidato que se enquadre em uma das novas hipóteses de inelegibilidade seja considerado ‘ficha suja’”.