Tentando sensibilizar o Supremo, o advogado de defesa do governador licenciado e preso José Roberto Arruda (sem partido), Nélio Machado, no julgamento do pedido de liberdade no Supremo Tribunal Federal, relatou o seguinte quadro:
– Neste caso, um governador eleito em primeiro turno, que desfruta das garantias concedidas a qualquer do povo, processo legal, presunção de não culpabilidade… Para ele nada disso se concedeu.
– O STJ se reúne sem advogado presente e apresenta em duas horas, se tanto, peça enorme do Ministério Público (MP). O ministro [Fernando] Gonçalves escreveu meia duzia de linhas e transcreveu na íntegra o que foi dito pelo MP. E, no final, em mais meia duzia de linhas, faz o pedido de prisão.
– Ele [Arruda] quer só o direito de se defender em liberdade.
– O que é pior para um homem público? Responder ação penal? Tantos respondem. Metade do Congresso, mas todos em liberdade (…) O tratamento é desigual para Arruda.
– Nós estamos trabalhando sobre o emblemático sinete da presunção de culpa. Não se fala mais em processo legal, deseja-se a punição sem peias e sem limitação.
– O Governador está preso numa masmorra há 20 dias. Não há prisão especial nenhuma. A PF está fazendo uma farsa.
– Nunca tive encontro a sós com ele. Fica acompanhado o tempo todo, vai no banheiro acompanhado.
– Ele só se preocupa em voltar a sua família. Sua vida política acabou, sua vida política está ceifada, ele não tem mais nenhuma chance.