De acordo com o deputado Chico Leite (PT), os governistas fizeram uma interpretação equivocada da decisão judicial para impedir o depoimento do ex-secretário de Relações Institucionais, Durval Barbosa, denunciante do esquema, à comissão – marcado para a próxima terça-feira (26). “Demonstraram que não tem vontade política de investigar. Quem não tem vontade de investigar é porque teme as investigações”, afirmou Leite.
“Isso é uma questão de interpretação. A liminar não fala sobre a CPI. O regimento da Câmara não pode ser rasgado”, disse o presidente em exercício da Casa, Cabo Patrício (PT).
O presidente da comissão, Alírio Neto (PPS), com apoio da maioria dos membros, declarou que a CPI está anulada por causa da liminar de ontem (20) que afastou oito distritais e dois suplentes, suspeitos de participarem do esquema, de analisarem ou votarem os processos de impeachment do governador José Roberto Arruda (sem partido).
Na decisão, o juiz Vinícius Silva, da 7 ª Vara da Fazenda Pública do Distrito Federal, declarou nulo “todo ato deliberativo já praticado pela Casa, no qual houve a interferência direta e cômputo do voto dos deputados ora afastados”.
Segundo Alírio, os deputados afastados assinaram atos de indicação dos membros da CPI e também de autoconvocação da Casa, e, assim, devem ser considerados nulos conforme a decisão judicial.
“É só usar um pouquinho de inteligência e perceber, claramente, que a composição da CPI foi baseada no exercício do mandato dessas pessoas”, afirmou Alírio.
A base governista nega que o fim da CPI tenha sido uma manobra política. “A manobra foi do juiz”, disse Alírio, ao ser questionado sobre as declarações da oposição.
FONTE: iG