O ex-deputado distrital Benício Tavares, que foi eleito com pouco mais de 17 mil votos em 2010, ainda sonha voltar ao poder mas está difícil.
O Tribunal Regional Eleitoral (TRE-DF) acaba de devolver os direitos políticos ao ex-parlamentar, cassado em 2011.
Benício está filiado ao MDB e acredita que o eleitor ainda se lembra dele, mas não é bem assim. Ele está sem dinheiro, e ainda é mais lembrado no DF pela Operação Caixa de Pandora, onde aparece recebendo dinheiro do delator Durval Barbosa, e pela aventura sexual na Amazônia.
É preciso lembrar que Benício Tavares também está sendo investigado pelo MPDFT. O ex-deputado distrital foi outro alvo da Operação Pacare, da Polícia Federal, deflagrada na manhã de 26/5/2021 para apurar suposta corrupção no Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF). Além do ex-parlamentar, a ex-presidente da Corte e conselheira Anilcéia Machado está na mira da ação autorizada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).
A Corte superior apura crimes de corrupção dentro da Corte de Contas distrital. De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), as investigações preliminares apontam que as práticas criminosas ocorreram entre 2013 e 2015, em um dos casos, e em 2020, na outra frente de apuração, quando Anilcéia presidia o Tribunal de Contas. Os mandados judiciais foram determinados pelo relator dos inquéritos, ministro João Otávio de Noronha.
Benício foi presidente da Câmara Legislativa (CLDF) por dois momentos dentro dos quatro mandatos como titular do Parlamento local. Desde que teve o mandato cassado em 2011 por compra de votos, o emedebista atua como conselheiro político da legenda.
De acordo com a operação, Anilcéia era presidente do TCDF durante os fatos denunciados pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). O presidente tem prerrogativas de domínio da pauta da Corte, por exemplo. Por isso, o conselheiro no exercício da função se torna mais poderoso e visado. Indícios apontam que membros do TCDF podem ter recebido pagamentos de algumas empresas investigadas.
Os investigadores buscam provas sobre possível troca de informações, intermediação e manipulação na distribuição de processos, dentro do TCDF, referentes à Operação Falso Negativo. Essa ação, deflagrada pelo MPDFT, denunciou irregularidades na aquisição de testes para detecção da Covid-19. Em razão da investigação, foram presos o secretário de Saúde à época, Francisco Araújo Filho, e outros gestores da pasta.
Benício Tavares é muito amigo de Kennedy Braga, conhecido lobista no DF e Piauí. Por essas razões, o melhor é que Benício cuide de sua defesa e não se aventure numa campanha eleitoral. Seu tempo já passou e definitivamente não tem mais 17 mil votos.
Derson, ex-aliado assessor parlamentar que trabalhou para Benício durante os seis mandatos do parlamentar, já está em pré-campanha há tempos para deputado distrital e não tem o desgaste do ex-chefe.