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    O QUE FEZ PAULO OCTÁVIO PARA SE MANTER NO CARGO

    Deu em O Globo

    O que fez Paulo Octávio pra se manter no cargo

    Mesmo sem apoio dos colegas de partido, Paulo Octávio tentou até o fim segurar-se na cadeira de governador do Distrito Federal.

    Ontem, chegou cedo ao Palácio do Buriti e se reuniu com pelo menos cinco deputados distritais, incluindo dois acusados de receber propina do mensalão do DEM em Brasília.

    Além das horas ao telefone, o esforço incluiu uma visita constrangedora ao senador Demóstenes Torres (DEM-GO) e ligações não atendidas para o líder do partido no Senado, José Agripino Maia (RN).

    De manhã, passaram pelo gabinete do Buriti os distritais Brunelli (DEM) e Eurides Brito (PMDB), flagrados embolsando dinheiro em vídeos da Operação Caixa de Pandora. Também esteve lá o presidente da Câmara Legislativa, Wilson Lima (PR), que assumiria o governo após a renúncia.

    O destino de Paulo Octávio começou a ser selado ao meio-dia, em reunião da bancada do DEM no Senado. Irritado com as idas e vindas do vice, que semana passada avisou que renunciaria e mudou de ideia sem avisá-lo, Agripino abriu o encontro anunciando que assinaria o pedido de expulsão do partido.

    Dos outros dez senadores presentes, só três defenderam a permanência do vice: Heráclito Fortes (PI), Efraim Morais (PB) e Adelmir Santana (DF), que herdou o cargo após a renúncia de Paulo Octávio.

    Informado sobre o resultado da reunião, o governador em exercício foi ao apartamento funcional de Demóstenes, principal defensor de sua expulsão. Lá, fez um último apelo para ficar na legenda.

    — Respondi que não podia apoiá-lo. Quando a pessoa se envolve nesse tipo de coisa, não pode cobrar solidariedade de ninguém — disse o senador.

    Depois da tentativa frustrada, o vice tentou falar com Agripino pelo telefone, mas não foi sequer atendido.

    — Talvez ele quisesse me avisar da renúncia, mas infelizmente não pude ouvi-lo. Só conversamos depois que a decisão foi anunciada — comentou Agripino.

    O isolamento na própria sigla irritou Paulo Octávio, que se julgou abandonado pelos velhos colegas de militância. Magoado, disse a assessores próximos sentir-se traído no berço em que iniciou a carreira política, em 1986, quando a legenda ainda se chamava PFL.

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