A pandemia mostrou o quanto a área de tecnologia é vital para a humanidade. Sim, acreditamos que ela acelerou o que já estava em andamento, antecipou o que já estava fadado a acontecer, e premeditou ainda mais sobre o futuro que antes era distante e hoje já é próximo.
Daqui a uns anos, a tendência é que a maioria das empresas sejam de tecnologia com foco em algum nicho, desde restaurantes a escritórios de advocacia e engenharia – trabalhos esses que requerem um contato mais presencial com seu público e cliente -. Os artesãos amplificaram seus negócios e enxergaram que a tecnologia é a única via para poder fazer com que a roda continue a girar, mesmo durante um período delicado que atinge todos ao seu redor. É o que já dizia Chris Anderson em seu livro A Cauda Longa, sobre o mercado de massa versus o mercado de nicho, onde as pessoas têm as prateleiras a um clique, escolha de produtos, comidas, roupas e experiências em suas mãos.
Desde 2020, esse contato, conexão com o mundo cibernético potencializou bruscamente. Concentramos trabalhos, lazeres, compras, tudo dentro de casa. Os profissionais de tecnologias conquistaram o mundo porque o mundo precisava continuar, a roda precisava continuar circulando, e foi com o auxílio desses profissionais que fez com que a comunicação prosseguisse, as aulas continuassem, e principalmente, as trocas continuassem.
De acordo com um levantamento feito pela agência focada em análise do mercado mobile, a App Annie, o Brasil foi o país com a maior média de tempo gasto em aplicativos no primeiro trimestre de 2021. A média de uso de apps pelos brasileiros é de 5.4 horas por dia, um crescimento de 45% em relação aos anos anteriores, principalmente antes da pandemia.
Claro que paralelo a tudo isso, vem o fator segurança, pois são donas de casas, crianças, adolescentes, usando seus computadores full time, sem o mínimo de proteção. Momento em que os sistemas começam a ficar vulneráveis, facilitando as invasões. E elas aconteceram aos montes nesse período, que também foi de fragilidades. Eis que o setor de segurança da informação é tido como um dos que está à todo vapor.
Voltando para os serviços que foram desenvolvidos, eis que muitos desenvolvedores locais, desde bairros, a municípios e cidades, investiram em plataformas com serviços semelhantes aos já ofertados por grandes empresas, contudo para ser como uma segunda, terceira opção é dedicada a suprir uma demanda local.
Entre os serviços que podemos destacar estão apps locais de mobilidade urbana, delivery, soluções de contabilidade para pequenos negócios como conveniências e drogarias, entre outros.
Aqui podemos destacar o primeiro aplicativo local de mobilidade urbana do Distrito Federal, o Yourb, lançado há pouco menos de dois meses, desenvolvido por um ex-motorista que se especializou na área de TI, observou a tendência, montou um modelo de negócios e conseguiu capitanear investidores.
Entre as tecnologias implantadas no app estão o botão do pânico, o rastreio 24 horas, análise de perfil do motorista/cliente, assim como moldar os perfis para escolha de corrida do motorista como por exemplo a liberdade de motoristas mulheres fazerem corridas só com mulheres.
Esse é apenas mais um case da importância dos estudos aliados a investimentos. Não à toa, é que existem vários debates em tornar obrigatório a implantação de noções básicas de informática e tecnologia da informação no ensino público e privado. Mas, aqui fica meu questionamento: será que já não estamos pra lá de atrasados com isso? Os números e pesquisas mostram que somos extremamente consumidores de tecnologia, imagina o quanto não conseguimos educar, formar, desenvolver e contribuir para isso. Imagina os lucros na fomentação da economia nacional, igual grandes empresas como Google e Facebook promoveram desde o início nos países onde foram desenvolvidos. Fica aqui minha reflexão.
Por: Josyane Lannes Florenzano de Souza, Coordenadora dos Cursos de TI da Estácio Brasília