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    O MENINO QUE NÃO MACHUCA. ARAUCÁRIA NELE

    Artigo:

    O ex-governador José Serra (PSDB) em discurso de lançamento de sua candidatura presidencial, entre outras afirmativas, destacou que sua pretensão é discutir o presente e o futuro, fazendo questão de frisar que o passado é passado, e que todos devem olhar para frente.

    De fato. É muito bom esquecer o passado. O mais longínquo. O mais recente… É uma espécie de anistia, à moda tucana. Eis a proposta!

    Antes do evento do lançamento da candidatura Serrana, pretendiam alguns tucanos impedir que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso fizesse uso da palavra. Falariam apenas os presidentes do PSDB, DEM e PPS. Após, entretanto, chegaram a um consenso, permitindo que FHC fizesse seu pronunciamento, sob as vistas da reluzente Ana Hickmann, em disputa de olhares sedutores, com alguns medíocres tucanos em desejo de bicá-la.

    A conclusão é uma só: ainda que o presidenciável José Serra pretenda discutir apenas o presente, com perspectivas para o futuro, o passado ainda é presente e, assim, impossível escondê-lo. Que José Serra é o mais preparado para ser Presidente da República do que os outros até agora lançados, parece evidente, eis que seu curriculum é o de melhor consistência política e acadêmica. Mas isso apenas não ganha eleição.

    Há, entretanto, alguns fatos recentes na política brasileira que podem e devem ser discutidos neste ano eleitoral, e existem algumas pessoas que, de um modo ou outro, podem fazer companhia na sua campanha, mas que são tão nocivas à Pátria quanto os piores que podem acompanhar Dilma Roussef, a candidata lulista. E têm tão graves fatos que embotaram a gestão presidencial de FHC, que melhor seria escondê-los, inclusive seus personagens.

    Por evidente, as privatizações das teles, que enriqueceram alguns, em detrimento da maioria do povo brasileiro; a privatização da Cia Vale do Rio Doce (CVRD), por R$ 3 bilhões, quando valia R$ 50 bilhões, a Siderúrgica Nacional (CSN), os desatinos do BNDES, os Fundos de Pensão, que alavancaram negócios não tão ortodoxos, etc., etc. Há ainda os escândalos da compra de votos para a aprovação da emenda da reeleição presidencial, a súbita renúncia dos deputados acreanos, pasta cor de rosa, a quebra do Banco Nacional (MG) pela família da mulher do filho de FHC, do Banco Econômico, BANESPA e outros. As confusões do Porto de Santos. Do Porto de Manaus, de tantos escândalos, liderados por apadrinhados do então Deputado Federal Artur Virgilio Neto.

    Os temas certamente não são bons. Mas pretender que o passado não possa ser discutido, não visto e esquecido, parece não ser a melhor solução para o debate político que se avizinha. Os temas devem ser enfrentados, com a sinceridade que José Serra parecer ter e que deseja transmitir aos 125 milhões de eleitores brasileiros.  Se culpados existem, que sejam apontados… Eis, portanto, a regra básica para o eleitorado nacional entender que Serra nunca foi cúmplice de fatos tão desastrosos.

    Pessoas há, por tradições familiares, que ocupam cargos e exercem mandatos para perpetuar determinados favores republicanos, escondendo, todavia, fatos, com a clara vontade de confundir pessoas menos informadas e mais esquecidas, como se não soubesse onde foi gerada a maternidade de muitos males que o Distrito Federal e a política nacional vêm atravessando desde que iniciou-se a abertura da caixa de Pandora, que culminou com a perda de mandato do Governador José Roberto Arruda, renúncias do vice-governador Paulo Octávio e do Presidente da Câmara Legislativa, o deputado Leonardo Prudente, todos do Democratas, partido de Jorge Bornhausen, hoje liderado na Câmara Federal pelo seu herdeiro, o deputado Paulo Bornhausen.

     É certo que filho feio não tem pai. A Natureza impõe a mãe. Não se faz reconhecimento de maternidade. Mãe é mãe. A Ciência, porém avançou, e hoje por meio do exame de DNA é possível reconhecer a paternidade do filho não querido, não desejado, não pretendido.

    Entretanto, no afã de se afastar da crise política que assola o DF – única unidade da Federação governada pelo Partido Democratas -, o deputado Paulo Bornhausen afirma que o seu partido nada tem a ver com o suposto mensalão e os supostos desmandos administrativos na Gestão que se acusa, pois, ao seu entendimento, o DNA  de tudo está no ex-governador Joaquim Roriz. Assim, tenta esvair a crise que se instalou em seu partido.

    Em 2008, o então Governador José Roberto Arruda esteve em Florianópolis para o casamento do deputado federal Paulo Bornhausen, como padrinho. Em 2009, o Deputado Paulo Bornhausen comparecia em Brasília ao casamento da filha de Arruda, no Recanto das Águas, tão grande o compadrio que os unia… Também, pudera!

    Em 2006, o pai de Paulo Bornhausen, Presidente do PFL, o ex-senador Jorge Bornhausen, que já foi acusado de tudo quanto aético em Santa Catarina e no resto do Brasil, foi saudado como grande mestre da Política, ao unir José Roberto Arruda e Paulo Octávio, que disputavam a indicação do partido para ser o candidato de Roriz ao GDF – que preferia Maurício Correa e ou Maria de Lourdes Abadia -, em uma única chapa, que a denominou de puro sangue, e, assim, poderiam derrotar nas urnas qualquer outra chapa, como acabou acontecendo.

    Muitas festas, muitas comemorações, muitos negócios se sucederam. Dizia-se que a genialidade de Jorge Bornhausen teria derrotado a sagacidade de Joaquim Roriz, que perderia a eleição com Abadia e Correa.

    É certo que o garanhão Joaquim Roriz foi alijado do processo de escolha da chapa puro sangue. É certo que o DNA de Joaquim Roriz não esteve presente no Governo dos democratas José Roberto Arruda e Paulo Octávio, porque, ao contrário, a pretensão de Jorge Bornhausen e dos demais democratas sempre fora alijar Roriz do processo político local, tanto que Arruda e PO já estavam em plena campanha pela reeleição. Aliás, Jorge e Paulo Bornhausen sonhavam e articulavam inclusive a candidatura de Arruda à vice-presidente na chapa de Serra, do PSDB. Enfim o garanhão Roriz não cruzou com o ex-Senador Jorge Bornhausen para ter DNA atestado pelo líder do DEMOcratas, o deputado Paulo Bornhausen.

    De tudo uma só certeza: a maternidade. A mãe da chapa puro sangue – Arruda e PO – têm nome e sobrenome: o ex-Senador Jorge Bornhausen.  E o irmão de Arruda, Paulo Bornhausen, deseja esquecê-lo. Quanta ingratidão… Já não é possível receber do maninho 500 mil abraços, mensalmente, como até recentemente…viviam tão abraçados. Agora só se deseja distância de Arruda.

    É, Serra, é muito bom esquecer o passado, inclusive o Banco Araucária, da família Bornhausen, de triste memória, e por onde transitavam remessas tidas como ilegais para o exterior. É bom esquecer a matéria da Revista Isto É, de junho de 2002, que noticiava que a Polícia Federal encontrara boleto em nome de Jorge Bornhausen de remessa para paraísos fiscais, inclusive aquele de 185 mil dólares, segundo a investigação.

    Cuidado, Serra, com a turma. Ela não brinca em serviço.  O Brasil precisa voltar a cantar a antiga Serra da Boa Esperança, e nunca de galhos podres de araucária, que envergonham Santa Catarina e o Brasil. Quem perde eleição de senador para Ideli Salvati tem pouco ou nada para emprestar a Pátria.  Os barrigas verdes sabem quem é a família Bornhausen.

                                                             Eri Varela é advogado.

    Fonte: DF Notícias

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    Deve ler

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