
José Roberto Arruda era o queridinho do então governador do Distrito Federal Joaquim Roriz. Arruda traiu a confiança de Roriz. Depois, Tadeu Filippelli se tornou no novo queridinho de Roriz. Este também se revoltou e o abandonou.
Em 2006, Arruda se elegeu governador do DF, e Roriz foi eleito senador. Já em 2007, os dois se separaram de vez (mas boa parte dos principais assessores de Roriz permaneceram no governo de Arruda, mesmo após o rompimento) e veio o escândalo que provocou a renúncia de Joaquim Roriz ao Senado.
Durante quase um ano, Roriz se refugiou em sua fazenda em Luziânia. Enquanto isso, Arruda se vangloriava por ter “derrubado” o ex-senador.
Longe, distante e tido como ‘morto’ politicamente falando, Roriz, ainda em agosto de 2009, já comentava abertamente que o governo de Arruda seria conhecido como o “governo do dinheiro, muito dinheiro, e do sexo”.
Após a deflagração da Operação Caixa de Pandora, quando imagens fortes vieram à tona mostrando políticos recebendo dinheiro das mãos do delator do mensalão do DEM, Durval Barbosa, o nome de Roriz ressurgiu. O velho cacique da política local não estava morto. E ainda foi à tevê, no horário eleitoral do PSC, atacar o que chamou de “vergonha” o que o DF estava passando diante daquelas imagens.

Na campanha eleitoral de 2010, quando Roriz foi atropelado por um plano ousado do Planalto que, utilizando-se da falta de um ministro e da indecisão de outros do STF, ele não teve dúvidas e conseguiu emplacar na política sua esposa Weslian Roriz, que acabou indo para o segundo turno e perdeu para Agnelo Queiroz (PT). Entretanto, ficou provado que a família Roriz ainda tem muitos votos no DF e no entorno.
Após o resultado final das eleições de 2010, Roriz se recolheu em sua fazenda e permanece em silêncio. O que estaria planejando o homem que governou o Distrito Federal tantas vezes? Uma dica: Ele não está quieto. Se prepara para eventualmente ajudar sua esposa a governar o DF, caso vídeos envolvendo o governador Agnelo Queiroz sejam finalmente divulgados.
Com a possibilidade de uma eventual queda de Agnelo, a segunda colocada nas eleições de 2010 (neste caso, Weslian Roriz) poderá assumir o mandato, de acordo com a opinião de especialistas em direito eleitoral.
Se isto acontecer, Brasília terá uma Roriz no Buriti, outra na Câmara Legislativa e uma terceira na Câmara dos Deputados. E Agnelo terá tempo de sobra para amargar, juntamente com Arruda, das lembranças dos malditos acordos que fizeram para chegar ao comando do GDF, e da sensação de que haviam ‘liquidado’ com o clã Roriz.

Agnelo Queiroz pisa em ovos. Parece que o terceiro turno pode sim acontecer no DF…
Março será um longo mês para muitos políticos no DF. E se nada acontecer, tenham a certeza de que em política, tudo pode acontecer. Inclusive, nada! Depende das circunstâncias e dos muitos acordos celebrados nos bastidores, longe dos olhos e ouvidos do eleitor.
E o clã Roriz não emite sinais de impacto, tristeza ou temor diante da divulgação do vídeo que envolve a filha Jaqueline. Para a família Roriz, tem coisa muito ‘pior’ por aí que ainda não foi divulgado envolvendo adversários políticos. Façam suas apostas. O jogo político recomeçou, e Roriz está novamente no tabuleiro.