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    O Golpista do Tinder: Nova série da Netflix acende alerta sobre estelionato sentimental

    Especialistas alertam para prática de golpistas que querem dinheiro fácil ludibriando mulheres 

    O novo documentário da Netflix, O Golpista do Tinder, estreou no dia 2 de fevereiro e já está no top 10 do streaming. Baseado em um caso que aconteceu em 2018, o documentário segue Cecilie Fjellhøy após dar match com um homem que conheceu no aplicativo de relacionamentos Tinder. 

    Afirmando ser filho  do bilionário russo-israelense Lev Leviev, magnata de diamantes, o suposto herdeiro encantou a moça. Após uma noite mágica em um jatinho privado – e tendo certeza que conheceu o homem dos sonhos – o relacionamento entre a Cecilie e o ricaço se tornou no pior de seus pesadelos que a deixou com uma grande dívida.

    O esquema para enganar as vítimas era simples: dar match no Tinder, conhecer as garotas, provar o quanto era rico e  pouco depois se distanciar das vítimas falando que estava “muito ocupado viajando”. Depois de um tempo em relacionamento à distância, Leviev mandava vídeos e mensagens mostrando que estava correndo perigo por conta do emprego – supostamente perigoso. Ele ainda pedia dinheiro ou o cartão de crédito da namorada para não ser rastreado e prometia que devolveria a quantia. É claro que isso nunca acontecia,

    Essa situação é um exemplo de estelionato amoroso e o aproveitador pode ser punido judicialmente. ” Desde 2015, o termo é usado em processos em que uma das partes tem a intenção de “obter para si ou para outrem, vantagem ilícita em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil ou qualquer meio fraudulento”, essa definição é baseada no Artigo 171 do Código Penal”, explica o advogado criminalista Philipe Benoni.

    A origem foi a partir de um caso que aconteceu na 7ª Vara Cível de Brasília. Na época, o réu foi condenado a ressarcir os gastos que a vítima teve durante o relacionamento. A pena pra quem comete esse tipo de crime é de um a cinco anos de cadeia mais multa. 

     

    “Em alguns casos as vítimas preferem suportar o prejuízo material ater que se socorrer de uma ação indenizatória. No entanto, buscar o Judiciário é a única alternativa para tentar amenizar os prejuízos. Além disso, eventual condenação judicial terá o caráter punitivo e pedagógico para desestimular o criminoso a enganar outras pessoas”, esclarece o especialista.

     

    Para obter a reparação pelos danos materiais é necessário comprovar o repasse dos bens ou valores monetários, reunindo todas as provas de que foi levada(o) a erro, enganada(o) sob o manto do afeto, para postular em juízo as indenizações devidas. Uma vez provado o golpe, além da reparação pelos danos materiaistambém será devida a indenização pelos danos morais sofridos.

    De acordo com o especialista em segurança Leonardo Sant’Anna, a prática do estelionato amoroso é, infelizmente, muito comum. “O golpista estuda e conhece as relações humanas, por isso ludibriam facilmente a vítima. Criam uma forte relação sentimental para conseguir dinheiro fácil”, afirma. Além disso, Leonardo explica que tais estelionatários possuem vasto conhecimento tecnológico.   

     

    Para evitar o golpe, Sant’Anna dá as seguintes dicas: 

    • Mesmo no relacionamento, fique de olho em pessoas que não querem aparecer em fotos, nem falar ao telefone; 

    • Normalmente, os golpistas também não apresentam familiares; 

    • Não apague o histórico de mensagens do celular, pois pode servir para buscar contradições e mentiras; 

    • Não empreste dinheiro para desconhecidos. 

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