Mais de cem mulheres policiais de todo o Brasil tomaram os corredores da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira, 6/8, com um só grito: Proteger Direitos para Servir com Dignidade!
Vestidas com camisetas roxas, símbolo da luta, elas coloriram o Congresso Nacional e deram vida ao 1º Dia Nacional de Luta da Mulher Policial, uma iniciativa da Confederação Brasileira de Trabalhadores Policiais Civis (Cobrapol) com o apoio das entidades representativas de todas as forças de segurança pública.
Com força e organização, policiais civis, federais, rodoviárias federais, penais, socioeducadoras e guardas municipais vieram de diversas regiões do país e ocuparam o auditório Freitas Nobre em um ato histórico.
A mobilização teve como foco principal a defesa do retorno da aposentadoria diferenciada para mulheres policiais, direito que foi suprimido com a Reforma da Previdência e que agora busca ser restabelecido constitucionalmente por meio da PEC em tramitação na Casa.
“Nós mostramos que não vamos aceitar o apagamento das nossas lutas. O apoio que conquistamos hoje é fruto da união e da determinação das mulheres policiais”, destacou Aline Risi, diretora da Mulher da Cobrapol.
“Nossa atuação é marcada pelo risco, pelo desgaste físico e mental e pela sobrecarga de jornadas. Precisamos que o Congresso reconheça isso e corrija essa injustiça histórica”, completou ela.
Durante todo o dia, as participantes se dividiram por estados e percorreram centenas de gabinetes, dialogando com parlamentares e apresentando a proposta. O resultado foi expressivo: a PEC já conta com 153 assinaturas, faltando apenas 18 para atingir o número necessário de apoios formais para a tramitação.
O ato também contou com a presença de diversos parlamentares que reforçaram seu compromisso com a pauta. As deputadas Maria do Rosário, Érika Kokay e Adriana Accorsi, autoras da proposta, participaram do evento e fizeram falas de empoderamento às mulheres policiais.
“Vocês desbravam espaços historicamente masculinos e os tornam melhores com a presença de vocês. Esta PEC nasceu da escuta, do diálogo com essas mulheres que enfrentam a linha de frente todos os dias”, afirmou Maria do Rosário.
Para a deputada Adriana Accorsi, delegada com mais de 25 anos de atuação, a causa é urgente e legítima.
“Demos o primeiro passo junto ao ministro Flávio Dino no ano passado, e agora é hora de avançar aqui na Câmara. O desgaste físico e emocional da mulher policial é real, e precisa ser reconhecido em lei”, destacou.
Já Érika Kokay apontou as múltiplas formas de discriminação enfrentadas pelas policiais. “Temos dupla e tripla jornada, sofremos assédio, maternofobia, discriminações visíveis e outras que só conseguimos sentir. Mas deixo um recado: tirem o sexismo do caminho, porque nós estamos aqui”, enfatizou Kokay.
O presidente da Cobrapol, Giancarlo Miranda, celebrou o sucesso do evento e a força demonstrada pela categoria.
“A expressiva participação das mulheres policiais neste 1º Dia Nacional de Luta é motivo de orgulho para toda a Confederação. Parabéns a cada uma que esteve aqui, defendendo com coragem o que é justo. Vocês são exemplo de resistência e inspiração para toda a segurança pública”, concluiu ele.