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    Ministro André Mendonça cobra investigação após Gilmar Mendes apontar ‘narcomilícia evangélica’

    Pastor presbiteriano e renomado jurista,  André Mendonça afirmou que a expressão ‘narcomilícia evangélica’ é  definitivamente ‘grave, discriminatória e preconceituosa’

    Na semana passada, o ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), saiu em defesa da comunidade evangélica após o colega Gilmar Mendes tornar pública uma denúncia que teria sido levada à Corte sobre a suposta existência de uma rede formada por religiosos, traficantes e milicianos em operação no Rio de Janeiro.

    Em entrevista à GloboNews, o decano se referiu ao grupo como uma “narcomilícia evangélica” – que, segundo ele, consistiria em “acordos entre narcotraficantes e milicianos pertencentes ou integrados a uma rede evangélica”. ” É algo muito sofisticado”, afirmou.

    André Mendonça afirmou que a expressão ‘narcomilícia evangélica’ é ‘grave, discriminatória e preconceituosa’. “Se há uma rede evangélica nesse país, ela é composta por mais de 1/3 da população, a qual se dedica sistematicamente a prevenir a entrada ou retirar pessoas do mundo do crime, em especial aqueles relacionados ao tráfico e uso de drogas.”

    Também cobrou a investigação do caso. “As pessoas e autoridades que têm conhecimento a respeito da prática dos referidos crimes devem dar o devido encaminhamento ao assunto.”

    Leia nota a nota publicada por André Mendonça nas redes:

    “A partir de relato trazido pelo Ministro Gilmar Mendes, foi noticiado pela imprensa que, em reunião havida no STF, um dos oradores presentes teria dito que havia uma “narco-milícia evangélica que atuaria no Rio de Janeiro, e que “haveria um acordo entre narcotraficantes, milicianos e pertencentes a uma rede evangélica ou integradas a uma rede evangélica”.

    Sobre o que teria sido dito na referida reunião técnica, importa-me trazer algumas considerações.

    Primeiramente, registro que conversei com o Ministro Gilmar Mendes sobre o ocorrido. Na ocasião, sua Excelência reafirmou-me (i) seu respeito à comunidade evangélica, (ii) que de sua parte não houve qualquer intenção em constranger seus membros e (iii) que estaria à disposição da liderança da Igreja para conversar e esclarecer o assunto.

    Em segundo lugar, importa anotar o grau de generalidade que teria sido dado pelo orador presente em referida reunião (‘narco-milícia evangélica’ ou *rede evangélica*). Se isso ocorreu, trata-se de fala grave, discriminatória e preconceituosa, pois dirigida a uma comunidade religiosa em geral. De outra parte, posso afirmar, com muita segurança, que se há uma rede evangélica nesse país, ela é composta por mais de 1/3 da população, a qual se dedica sistematicamente a prevenir a entrada ou retirar pessoas do mundo do crime, em especial aqueles relacionados ao tráfico e uso de drogas, que tanto sofrimento causam às famílias brasileiras. Além disso, consigno que a atuação dos evangélicos (assim como a de outras representações religiosas) nas comunidades e nas periferias deste país reconhecidamente está vinculada a obras sociais, mitigando a ausência do Estado e lacunas históricas do poder público em temas relacionados à educação, cultura e saúde, dentre outros.

    Em terceiro lugar, se pessoas que se dizem ou se fazem passar por evangélicas estão envolvidas nesse tipo de conduta criminosa, afirmo, com total segurança, que o segmento evangélico é o maior interessado na apuração desses fatos. Assim, as pessoas e autoridades que têm conhecimento a respeito da prática dos referidos crimes devem dar o devido encaminhamento ao assunto. Espera-se, assim, que eventuais condutas ilícitas dessa natureza sejam objeto de responsabilização, independente da religião professada de forma hipócrita, falsa e oportunista por quem quer que seja.”

     

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