Marina Terra é uma das estrelas do Partido Popular Socialista – PPS, compondo o rol da Executiva Nacional da agremiação, tendo sido eleita no XVI Congresso Nacional do antigo partidão.
Marina é formada em jornalismo, mas nunca exerceu a profissão. Exerceu a profissão de inspetora de polícia no Rio de Janeiro, tendo se notabilizado por ter efetuado a prisão de criminosos famosos no Rio de Janeiro, como Elias Maluco, Marcinho VP e Uê. Foi eleita deputada federal com pouco mais de cinqüenta e cinco mil votos e é autora do livro “Dura na queda”, de viés autobiográfico.
Recentemente, em reportagem de Renata Mariz, competente jornalista do Correio Brasiliense, foi destacado que Maggessi se tornou a primeira mulher a comandar a Comissão de Combate ao Crime Organizado da Câmara Federal. Veja a reportagem aqui.
O que causou estranheza na época foi o fato de que a parlamentar tenha sido eleita para uma Comissão de Combate ao Crime Organizado, mesmo tendo o seu nome vinculado a um esquema ilícito de financiamento de campanha. Vê-se na imprensa que:
O inquérito sigiloso da Operação Hurricane (furacão) afirma que um dos bicheiros investigados, Aílton Guimarães Jorge, o Capitão Guimarães, comandou esquema de financiamento de candidatos a cargos políticos nas eleições de 2006. É citado especificamente o nome da hoje deputada federal Marina Maggessi (PPS-RJ). O relatório da Polícia Federal diz que a deputada recebeu recursos da organização criminosa por meio de caixa dois -recursos não declarados à Justiça Eleitoral . A intermediação do negócio seria feita por um conhecido de Maggessi, o policial civil Fernando “Salsicha”. LEIA O RESTO DA REPORTAGEM AQUI:
PF: bicheiro financiou campanha política em 2006No inquérito da Operação Hurricane (Furacão), a Polícia Federal afirma que um dos bicheiros investigados, Aílton Guimarães Jorge, o Capitão Guimarães, comandou esquema de financiamento de candidatos a cargos políticos nas eleições de 2006.
De acordo com a Folha de S. Paulo, o relatório diz que a deputada federal Marina Maggessi (PPS-RJ) recebeu recursos da organização criminosa por meio de recursos não declarados à Justiça Eleitoral (caixa dois). A intermediação do negócio teria sido feita pelo policial civil Fernando “Salsicha”.
A deputada, que foi inspetora da Polícia Civil do Rio, nega ter recebido dinheiro do jogo do bicho e diz não acreditar que Fernando tenha usado o seu nome para levantar recursos de campanha. “Minha campanha foi paupérrima. No total, foi R$ 69 mil. Chega a ser ridículo um negócio desse, do jeito que a minha campanha foi pobre”, disse Marina à Folha.
Na prestação de contas apresentada pela deputada à Justiça Eleitoral não há doações dos Guimarães ou de entidades de bingos.
De acordo com a PF, Capitão Guimarães e seu sobrinho Júlio César Guimarães Sobreira “atenderam à solicitação de vantagem indevida sob o título de contribuição para a campanha eleitoral da inspetora da Polícia Civil Marina Terra Maggessi de Souza”. Os dois são ligados à associação que representa os bingos no Rio de Janeiro e foram presos durante a Operação Furacão.
Segundo a Folha, as informações contidas no inquérito da PF são baseadas em escutas telefônicas autorizadas pela Justiça. Nos diálogos, Fernando falaria em nome da deputada ao conversar com o também policial civil Marcos Antonio dos Santos Bretas, o “Marcão”, acusado de distribuir a propina oferecida pelos bicheiros.
Em um dos diálogos, Marcão diz a Fernando que “está entregue”. “Tu é bom mesmo”, teria sido a resposta. A transcrição do diálogo feita pela PF diz que, “nesse momento, Marina Maggessi, que está ao lado de Fernando, manda esse mandar um beijo para Marcão”. (Edson Sardinha)
Na ocasião em que a reportagem foi veiculada ainda surgiu a informação de que a Deputada, em uma interceptação telefônica, teria dito a um policial, chamado Helinho, que um outro policial, chamado Alexandre, “deveria levar um monte de tiros no corno”. Pouco tempo depois, Helinho foi preso na operação Gladiador da polícia Federal. Ainda segundo a imprensa, o presidente do PPS, Roberto Freire (PE), tentou colocar panos quentes sobre a denúncia contra a deputada, mas afirmou que a legenda está aguardando as justificativas de Maggessi: “Foi uma força de expressão dura, mas não houve nenhuma ameaça. Espero que ela esclareça rapidamente. A vida dela na instituição policial é limpa”, defendeu Freire. Veja a notícia completa aqui.
O assunto parece que esfriou e não se ouvir mais nada a respeito da deputada, exceto a sua nomeação para a Comissão de Combate ao Crime Organizado da Câmara Federal.
Acontece que no dia 28 de dezembro de 2009, com 158 folhas, foi distribuído ao Supremo Tribunal Federal o inquérito 2895, em que a Procuradoria Geral da República figura como autora e a deputada Federal Marina Terra Maggessi de Souza figura na condição de indiciada.
Não é possível, ainda saber o assunto, mas, no mínimo, deve causar preocupação que a presidente de tão importante Comissão, destinada ao combate contra o crime organizado, tenha contra si tais suspeitas e ainda figure como indiciada no STF.
Espero que o PPS não tente pôr panos quentes no assunto e preste convincentes esclarecimentos à opinião pública.