Segundo apurado pelos promotores, para que o negócio fosse adiante, o dono da empresa Hospimetal pagou R$ 462 mil a agentes que atuariam em nome de ex-ocupantes de cargos do alto escalão do Governo do Distrito Federal. O valor equivale a 10% do montante total do contrato.
A vantagem indevida teria sido paga por meio de um contrato fictício de publicidade e marketing firmado entre a empresa que pretendia vender seus produtos à Secretaria de Saúde do DF e o Ibesp.
Em razão desse pagamento, a empresa foi contratada pela Secretaria de Saúde em 2014. O esquema ilícito havia sido desmantelado pelo Gaeco, que ofereceu denúncia contra servidores públicos e o proprietário da referida empresa.
Os novos fatos foram revelados em colaboração premiada e após a realização de investigações e diligências independentes, além de provas obtidas do processo original. A Operação conta com o apoio da Polícia Civil do DF.
Confira os alvos da Operação Alto Escalão:
Adalgisa Medeiros Teodoro
Adriana Aparecida Zanini
Agnelo Santos Queiroz Filho
Clube Coat Eventos LTDA. ME
Daniel Veras
Fabrício Andrade Carone
Instituto Brasília Para o Bem-Estar do Servidor Público (IBESP)
João Kennedy Braga
Luiz Carlos do Carmo
Mara Lucia Montandon Borges
Rafael de Aguiar Barbosa
Ronaldo Pena Costa Júnior
Wilhas Gomes da Silva
O outro lado
Por volta das 14h20 desta quinta-feira (23/7), um dos advogados do ex-governador Agnelo Queiroz (PT) chegou à residência do político, no Setor de Mansões Dom Bosco, no Lago Sul. Ao Metrópoles, ele disse que a defesa ainda não vai se pronunciar sobre a operação da qual Agnelo foi alvo.
“Não tenho nada a dizer, porque ainda não tive acesso aos documentos do caso. Depende do acesso que a Justiça vai nos proporcionar. Pode ser hoje, pode ser amanhã”, afirmou. Sobre a arma que foi encontrada na casa do petista, o advogado também disse que não dará declarações antes de conversar com o cliente.
O advogado de Rafael Barbosa, Kleber Lacerda, afirmou que não teve acesso à decisão que autorizou a busca e apreensão proferido pela Juíza Ana Cláudia, tendo recebido apenas cópia do mandado cumprido pelo oficial. “Assim, tão logo seja analisada a decisão, utilizará dos recursos legais para defesa de seu cliente”, diz a nota enviada à reportagem.
A defesa de Adriana Aparecida Zanini disse repudiar qualquer acusação, insinuação ou ilação sobre o envolvimento dela com o IBESP. O advogado André Gerhein afirma que os esclarecimentos serão prestados em juízo competente. “Lamentamos que o Ministério Público não tenha se preocupado em checar devidamente as informações sobre a idoneidade de nossa cliente. Se o tivesse feito, jamais poderia sequer suspeitar de seu envolvimento com qualquer tipo de ilegalidade”, pontua.
A reportagem ainda tenta contato com a defesa dos outros citados. O espaço segue aberto para manifestações.
Memória
A operação desta quinta-feira (23/07) é desdobramento de outra investigação do MPDFT, denominada de Operação Checkout. A primeira fase da operação foi deflagrada em junho de 2018, cumpriu 16 mandados de busca e apreensão no Distrito Federal, no Rio de Janeiro e em São Paulo.
À época, o Ministério Público investigou servidores da SES-DF e funcionários de empresas privadas envolvidos na possível fraude à licitação e corrupção na compra de macas, leitos de hospitais e outros tipos de mobiliários para unidades da rede pública.
A segunda fase, deflagrada em fevereiro de 2019, cumpriu diligências no Hospital Regional da Asa Norte (Hran), no Guará e na cidade de São Caetano do Sul (SP), numa empresa de turismo.