Dos 24 deputados distritais, apenas cinco fazem parte do bloco de oposição Avanço Democrático: Eliana Pedrosa e Raad Massouh, do DEM, Liliane Roriz, do PRTB, Olair Francisco, do PT do B, e Celina Leão, do PMN. Destes, dois já disseram que são independentes e podem votar ou não com o governador Agnelo Queiroz (PT): Olair e Raad. Este inclusive indicou o administrador regional de Sobradinho, coisa que muito deputado da própria base de apoio a Agnelo não conseguiu fazer, o que obviamente retira de Raad a condição de fazer uma oposição efetiva contra o governador.
A democrata Eliane Pedrosa já anunciou que vai fiscalizar o Executivo, sem, no entanto, adotar o tom raivoso característico da oposição petista. Em seu discurso na casa, a democrata disse que não vai apostar no quanto pior melhor. O espaço oposicionista no Distrito Federal pode vir a ser ocupado unicamente pela deputada Liliane Roriz, que herdou de seu pai, Joaquim Roriz, a animosidade ao PT, mas há expectativas de que Celina Leão também possa vir a adotar uma atitude mais dura em relação ao governo. Mas, como a máquina administrativa ainda não foi totalmente loteada, não se pode garantir que a deputada do PMN vá mesmo permanecer na oposição.
O tucano Washington Mesquita, que não faz parte do grupo, promete fazer uma oposição responsável, como lhe foi recomendado pela executiva de seu partido, mas também já estaria cotado para ocupar uma pasta no primeiro escalão do GDF. O teste da oposição na Câmara, não do governador, que tem a maioria folgada na casa, foi a votação do Pacote da Saúde, com cinco projetos de reestruturação do setor que foi encaminhado ao Legislativo sob o regime de urgência.
O pacote foi aprovado por unanimidade, como já esperava o governo, em nome do chamado “resgate do Legislativo”. Mas o que pode estar atrás desse movimento em prol de Brasília é a disputa por cargos no GDF e, nesse balcão de negócios, corre o risco de Agnelo se tornar refém de seus próprios aliados.
Informações do Jornal Opção, Goiânia.