“Nossos dois leilões já trouxeram R$ 18 bilhões para o Paraná, fora o investimento em operação”, disse o ministro Renan Filho
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A infraestrutura rodoviária do Paraná, especialmente o acesso ao litoral e à região do porto de Paranaguá vai ganhar um impulso nos próximos anos com a concessão ao consórcio Infraestrutura EPR do lote 2 de rodovias do estado. A empresa venceu o leilão promovido pelo Governo Federal, por meio do Ministério dos Transportes e da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), nesta sexta-feira (29) na B3, a Bolsa de Valores de São Paulo. Com o resultado, os motoristas que passarem pelas três rodovias federais e quatro estaduais pagarão um pedágio em média 40% menor aos valores praticados anteriormente no estado.
Com a concessão ao consórcio formado pelas empresas Grupo EPR e Perfin Voyager Fundo de Investimento, os paranaenses sentirão a diferença a partir dos investimentos de R$ 17,3 bilhões previstos para os próximos 30 anos. Deste total, R$ 10,8 bilhões serão destinados a novas obras e R$ 6,5 bilhões para serviços operacionais. O aporte financeiro vai criar um padrão de vias, que conseguirão atender ao crescente fluxo de transporte de cargas e escoamento de produção agrícola na região portuária.
“Nossos dois leilões já trouxeram R$ 18 bilhões para o Paraná, fora o investimento em operação. O Paraná vai se notabilizar como um dos estados mais preparados com esse impulso na infraestrutura que estamos propiciando. Esse ciclo de investimento vai aproximar o estado do Paraná ao estado de são Paulo em termos de atração de investimento e negócios do Brasil”, disse o ministro dos Transportes, Renan Filho.
O contrato de concessão prevê uma série de medidas para melhorar as condições de tráfego. Entre elas, a adoção de valores diferentes para pista simples e dupla, inovações estruturais e tecnológicas que incluem áreas de escape e iluminação inteligente (LED) em pontos críticos e investimentos em paradas de descanso para caminhoneiros, pontos de ônibus e passarelas para pedestres. A área de influência direta do lote licitado abrange 27 municípios agrupados em dois blocos de rodovias.
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Quais são as melhorias previstas com a concessão?
• No primeiro ano, ações emergenciais e de recomposição da sinalização
• Do segundo ao quinto ano, a concessionária fará a recuperação estrutural das rodovias;
• Ampliação de capacidade, melhorias e manutenção nos 604,66 quilômetros de pista;
• Duplicação de 350,2 quilômetros de pistas;
• Implantação de 138,7 quilômetros de faixas adicionais;
• Construção de 72,3 quilômetros de ciclovias;
• Criação de 74 quilômetros de novas vias marginais;
• Instalação de 112 obras de arte especiais, como viadutos, passagens e retornos.
“É fundamental atrair a iniciativa privada para atuar no setor de transportes, para que se junte ao Poder Público e consigamos alavancar nossas rodovias, encurtando distâncias, diminuindo custos, destravando gargalos e ajudando a economia do Brasil a crescer”, disse o secretário-executivo do Ministério dos Transportes, George Santoro.
Acostumado a percorrer os dois sentidos da BR-277/PR, o vendedor técnico Paulo Lima, 58 anos percebeu o aumento considerável no fluxo de veículos nos últimos anos, assim como as consequências na rodovia: precisa aprimorar sinalização e iluminação, criar áreas de recuo, pontos seguros de parada nas margens da pista e de construção de faixas exclusivas para ciclistas. “É muito importante ter ciclovias porque tem vários ciclistas que descem e sobem a serra e não tem área de recuo. Volta e meia vejo acidentes com ciclistas e geralmente é fatal”, disse.
Novidades previstas na concessão
• Desconto para usuário frequente (DUF)
• Desconto Básico de Tarifa (DBT): 5% de desconto na tarifa para todos os usuários do sistema automático de cobrança de pedágio;
• Reclassificação tarifária: preços diferentes para pistas simples e dupla
• Aporte progressivo de recursos vinculados, proporcionais ao deságio oferecido, para evitar deságios excessivos no leilão;
ׇ• Mecanismo de mitigação de risco de demanda;
• Ponto de parada e descanso para caminhoneiros (PPD);
• Implantação de área de escape;
• Segurança Viária com a aplicação da metodologia iRap de avaliação da qualidade de rodovias.
“O lote 2 é muito importante porque ele liga a cidade de Curitiba a porto passando pela BR-277 e também a cidade de ponta grosso ao norte do Paraná. São importantes vias de fluxo de tráfego, importantes corredores logísticos”, afirmou a secretária nacional de Transporte Rodoviário, Viviane Esse.
Praças de pedágio:
• São José dos Pinhais (BR-277)
• Carambeí (PR-151)
• Jaguariaíva (PR-151)
• Sengés (PR-151)ׇ
• Quatiguá (PR-092)
• Jacarezinho (BR-153 e BR-369)
O motorista profissional de carreta bitrem, Maurício Henrique de Sá Mafra, 42 anos, percorre as estradas paranaenses há mais de 20 anos e aguarda com expectativa o início das obras previstas nas concessões de rodovias no Paraná. Em sua carreta, ele carrega cerca de 35 toneladas de matéria-prima para ração animal, no trajeto do litoral para o interior, e retorna com soja, milho e farelo. “Sem sombra de dúvida, a duplicação é o melhor caminho e, com certeza, evitaria muitas tragédias”, disse.