Do Jornal do Brasil deste domingo (21):
Mão invisível por trás da crise que assola a capital da República, o ex-governador Joaquim Roriz não pensa em outra coisa que não seja viabilizar sua candidatura ao governo do Distrito Federal. Mas ele pode sofrer respingos do escândalo que implodiu o governo de seu ex-aliado e hoje principal inimigo político, José Roberto Arruda. Parte dos desvios de dinheiro público que vêm sendo detalhados por Durval Barbosa, o ex-secretário de Relações Institucionais, ocorreu durante o governo Roriz e, numa segunda etapa da Operação Caixa de Pandora, deverá entrar na mira da Procuradoria da República e da Polícia Federal.
Nos bastidores da investigação, a ordem é centrar foco nos desmandos de Arruda, mas sem perder de vista que os desvios são retroativos e, se ainda não provocaram um grande estrago na vida política de Roriz, é porque ele está sem mandato desde que renunciou à vaga de senador, em 2007. O confronto de dados repassados pelo governo distrital ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) mostra que na área em que se originou o mensalão do DEM, a informática, de 2000 a 2006, quando encerrou-se o último governo Roriz, foram gastos R$ 1,9 bilhão. Já no período de Arruda, até o ano passado, foram R$ 490 milhões.