Mais de 100 pacientes foram curados com a técnica
O Hospital Regional da Asa Norte (HRAN) realiza tratamento de câncer de pele com Terapia Fotodinâmica (FTD). Há oito anos o projeto começou a ser aplicado na unidade, com a parceria da Universidade de Brasília (UnB) e Universidade de São Paulo (USP), e promoveu a cura de mais de 260 lesões superficiais em mais de 100 pacientes da unidade.
A TFD se baseia na presença de uma substância fotossensibilizante (sensível à luz), luz e oxigênio que, quando reunidos, provocam uma reação fotoquímica que libera radicais livres altamente tóxicos para a célula, causando a morte celular, e, consequentemente, destruindo o tumor. “A área lesionada é limpa para a aplicação do produto. Depois recobrimos com um curativo oclusivo durante três horas para evitar contato com a luz. Logo que o curativo for retirado, a lesão ficará exposta a luz vermelha de sete a 20 minutos”, explicou a dermatologista do HRAN, Simone Karst.
O HRAN é o único hospital público que realiza a TFD em Brasília e funciona vinculado à pesquisa, sempre submetida à aprovação do Comitê de Ética. São realizados dois tratamentos por dia de atendimento e mais de 100 pacientes e mais de 260 lesões já foram tratadas. “Temos obtido taxas de cura que variam de 82% a 100% de acordo com a patologia”, acrescentou Simone.
As lesões mais comuns indicadas para o tratamento são os cânceres superficiais como doença de Bowen ou carcinoma epidermóide in situ (câncer inicial), no carcinoma basocelular superficial e, em alguns casos, carcinoma basocelular nodular (lesão mais profunda).
Dezimar Rodrigues dos Santos tem a pele muito clara e faz o tratamento preventivo desde o início do projeto. “Faço Terapia Fotodinâmica há oito anos e dessa vez realizaram com um procedimento a laser no antebraço e mãos”, afirmou.
“A técnica também é utilizada no tratamento de pacientes com numerosas lesões tumorais, como ocorre em pacientes transplantados, por exemplo. As lesões consideradas pré-cancerígenas como ceratoses actínicas, também são indicadas. Elas costumam ser numerosas, comprometendo muitas vezes toda a face e antebraços”, finalizou a dermatologista.
Para participar do projeto, os pacientes com indicativo de lesão deverão ser encaminhados para o ambulatório de tumores para avaliação. Eles serão submetidos à biópsia para confirmar a hipótese clínica e a avaliação da necessidade da TFD. Uma vez indicado, o tratamento do paciente será agendado.
Por Luana Lemes, da Agência Saúde DF