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    GAROTINHO PODE VOLTAR À DISPUTA PELO GOVERNO

    Deu em O Globo

    Garotinho pode voltar à disputa pelo governo

    Ex-governador nega, mas fontes do PR dizem que essa possibilidade está sendo analisada

    Henrique Gomes Batista e Elenilce Bottari

    Embora o ex-governador do Rio Anthony Garotinho (PR) negue que possa assumir a candidatura ao governo do estado, no lugar de Fernando Peregrino (PR), fontes do partido confirmaram que a possibilidade existe — conforme antecipou ontem Ilimar Franco na coluna Panorama Político.

    Mas qualquer substituição dependerá da evolução do cenário eleitoral e jurídico, que deve se definir até o próximo dia 5, quando o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) julgará o recurso do ex-governador contra a decisão do TRE do Rio que o tornou inelegível, com base na Lei da Ficha Limpa.

    — A chance de isso acontecer é zero — afirmou Garotinho, candidato a deputado federal.

    Em seu blog, ele disse que a notícia da troca de candidatos era uma maldade eleitoral.

    — Sou um candidato sério, não me prestaria a isso. Essa notícia partiu de algum adversário que está ameaçado com nossa candidatura — disse Peregrino.

    Uma fonte da direção do PR no estado, contudo, afirmou que uma mudança poderá ocorrer. E lembra que a substituição depende de diversos fatores, mas que a troca seria simples:

    — Garotinho era o candidato até dias antes da convenção do partido, a volta do nome dele seria natural. E os problemas seriam mínimos, pois a campanha de Peregrino ainda não foi para a rua com força — disse.

    A legislação eleitoral permite que um candidato à eleição majoritária possa ser substituído a qualquer tempo, até a poucas horas do pleito, concorrendo com nome e foto de seu antecessor na chapa.

    — É possível, mas não é razoável. Ninguém iria perder tempo de campanha para fazer surpresa. É comum ter campanha antecipada, mas isso pareceria uma campanha extemporânea atrasada — ironizou o especialista em direito eleitoral Luiz Paulo Viveiros de Castro.

    Membro da Comissão de Estudos Eleitorais da OAB/SP, Luciano Santos diz que a norma, criada em razão do risco de morte de candidatos, por vezes prejudica o eleitor:

    — É comum, principalmente nos casos de eleições municipais no interior, o político fazer campanha até o fim e na última hora renunciar para pôr no lugar um familiar. O eleitor vota pensando que está votando nele. É muito ruim para o eleitorado.

    O atual prefeito de Guapimirim, Renato Costa Mello Júnior, o Júnior do Posto, foi eleito com 13.735 votos dados a seu tio, o prefeito Nelson do Posto, que renunciou à disputa pela reeleição 14 horas antes do pleito, depois que o TSE confirmou sua cassação.

    O TRE-RJ negou o registro do sobrinho e realizou uma nova eleição, mas uma decisão do TSE garantiu sua posse.

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