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    FRAGA: “O PETISTA É CONHECIDO POR NÃO TER COMPETÊNCIA”

    ENTREVISTA – ALBERTO FRAGA
    “O petista é conhecido por não ter competência”

    Em entrevista exclusiva ao jornal Tribuna do Brasil, o ex-deputado federal Alberto Fraga (DEM) comenta o resultado da eleição para o Governo do DF e a atuação da equipe encabeçada pelo governador Agnelo Queiroz. Para Fraga, ele se tornou governador “não pela vontade popular maciça, mas sim por um segmento que não tinha muita opção”. Fraga critica, ainda, o imobilismo do governo e alfineta: “o petista é conhecido por não ter competência para administrar. Nunca teve”.

     No segundo turno o atual governador obteve perto de 900 mil votos, contudo cerca de um milhão de eleitores não votou nele. Isso indica que no DF há espaço para discussões de outras idéias além do que foi proposta pelo atual governador?

    Fraga – Sem sombra de dúvida. O que eu penso é que esse governador que aí está ganhou a eleição. Teve um problema gravíssimo, sério, envolvendo o governador Roriz e população não tinha em quem votar. Essa é a grande realidade, portanto o senhor Agnelo se tornou governador não pela vontade popular maciça, mas sim por um segmento que não tinha muita opção, por isso que ele é governador.

    Pela paralisia de vários órgãos do GDF, é possível afirmar que o período de transição foi uma farsa ou esse grupo demonstrou não estar preparado para gerir o GDF desde aquele momento?

    Fraga – O petista é conhecido por não ter competência para administrar. Nunca teve. Em todos os governos que eu conheço do PT, só fazem trapalhadas e lambanças, portanto, essa transição, na verdade, não serviu para nada. Porque, hoje, o que se vê é um governo totalmente parado, sem realizar absolutamente nada em virtude da incompetência total do PT.

    O senhor acha que o governador Agnelo já conseguiu colocar o governo em pé, administrativamente falando?

    Fraga – Claro que não! Ainda não colocou e se continuar desse jeito vai demorar um bom tempo. Até mesmo porque o governo está paralisado. Se ele tivesse experiência para governar ele não teria exonerado de imediato aquela quantidade de cargos comissionados. Os comissionados ocupam posições importantes no governo. Então, quando alguém assume o governo e demite todo mundo, é natural que todos os órgãos parem. Faltou assessoria, faltou experiência administrativa. Hoje a situação no GDF é gravíssima, porque a maioria dos órgãos está totalmente paralisada.

    O PT e o próprio governador Agnelo sempre fizeram o discurso de que o governo deles iria ser ficha limpa. O senhor acha que o governo do Agnelo é ficha limpa?

    Fraga – Não. Claro que não! Eu já coloquei isso no Twitter, aonde ele precisa, antes de anunciar o pacote anticorrupção e ficha limpa, tinha que ler a ficha dos secretários dele. Não vou aqui citar nomes, para não ser deselegante, mas tem secretário dele que foi condenado por improbidade, por apropriação indébita, que é a traição de confiança. Uma série de, vamos dizer assim, de secretários que possuem ficha suja com condenações. Tem gente aí que pertence a uma grande estatal, que estava envolvido no escândalo do mensalão do PT. Quer dizer, o grande problema é que o petista acha que nós somos idiotas e não temos memória. Mas eu acho que o povo logo vai tomar conhecimento do que está acontecendo.

     A Fácil foi criada na sua gestão. Por que é difícil resolver o impasse do Passe Estudantil?

    Fraga – Porque o governo não tem coragem de enfrentar os empresários. Quando nós criamos a Fácil, a gestão tem que ficar com o governo, com o DFTRANS, com a Secretaria de Transporte. Tudo foi feito com essa finalidade, basta olhar a lei. No entanto, os deputados distritais conversam muito com os empresários e aí acontecem as coisas erradas. Eu tenho certeza absoluta que ao retirar a gestão da mão dos empresários, que foi o que eu tentei fazer, e colocar a gestão no governo a Fácil vai realmente se tornar fácil.

    A tarifa de ônibus no DF é sempre apontada como uma das mais altas do país. O senhor que já foi secretário, se o senhor fosse governador como mexeria nesse problema?

    Fraga – Primeiro, tem uma questão que a população só reclama, mas nós temos que entender que Brasília tem uma questão fatídica aos outros estados. Quando dizem que Brasília tem a passagem mais cara do Brasil é mentira. Ela é a 14ª do Brasil. Quando nós assumimos a Secretaria de Transportes era a segunda ou a terceira mais cara. Quando nós congelamos a passagem durante todo o período em que ficamos no governo ela, então, deu uma enquadrada. O grande problema foi a renovação de catracas no Distrito Federal. Se você pega um ônibus no Gama para o Plano Piloto, essa catraca só vai começar a se renovar no retorno desse ônibus, depois de rodar mais de 40 km. Qual é a cidade no Brasil em que isso acontece? Por isso que a passagem sempre teve um preço mais elevado. Agora, que há um abuso, isso há. Tanto é que nós reduzimos várias tarifas na época. A população esquece, e esquece rapidamente. Nós reduzimos 67 tarifas e nós congelamos o preço da passagem e os empresários não morreram de fome não, continuam aí. Fizemos licitação pública. Eu fiz licitação de 160 ônibus e 450 micro-ônibus e ontem eu vi uma entrevista do deputado Chico Vigilante dizendo que eu estava sendo multado em R$ 10 mil por dia por não ter feito licitação. É mentira. Nunca fui notificado. Nunca recebi multa nenhuma durante a minha gestão na Secretaria de Transporte.

    O senhor foi um dos poucos companheiros do ex-governador Arruda que o visitou na prisão. Se em 2014 ele vier a ser candidato a governador, o senhor o apoiaria?

    Fraga – Eu acho que aí nós vamos ter que ouvir primeiro a população. Eu não acredito nem que isso esteja passando pela cabeça do ex-governador Arruda. Mas uma coisa é fato: as obras feitas, as ações feitas pelo governador Arruda foram obras que toda a população aprovou. Tanto é que ele tinha mais de 80% de aprovação. Portanto, se a população assim decidir que ele será candidato, é evidente que eu o apoio. Que fique muito claro, até agora não foi apurado absolutamente nada contra o governador Arruda, a não ser aquela imagem que muita gente não sabe que ele era deputado federal e pré-candidato ao governo. Naquelas cenas, naquelas imagens, ele não era governador de Brasília. Passado isso, e eu não quero aqui defender absolutamente nada, eu só quero dizer que quem manda no destino político de uma cidade é população e se a população reconhecer isso, evidentemente eu estarei ao lado.

    Alguns analistas políticos dizem que falta liderança política no atual governo. O senhor acredita que havia excessiva concentração de poder nos governos anteriores e agora há uma redivisão de espaço político com a Câmara?

    Fraga – Eu acho que se abriu uma lacuna muito grande com a saída de Roriz do cenário político, com a saída de Arruda, que era o líder maior na época, do cenário político. Eu acredito que aí agora tem espaço suficiente para outras lideranças. As lideranças do PT nós já conhecemos e já sabemos quem são. Agora, da oposição, de outros partidos políticos, há um espaço ainda muito grande para quem quiser realmente mostrar serviço para a população. Tem espaço para se firmar como liderança e disputar até mesmo mandatos majoritários na próxima eleição.

    Qual o futuro do DEM no DF?

    Fraga – Nós temos que fazer, já foi feito uma depuração e aí quando alguns petista falam do Democratas esquecem do mensalão do PT. A diferença entre o mensalão do PT e o mensalão dos Democratas é que no episódio dos Democratas foram os envolvidos foram expulsos ou pediram para sair do partido. Os petistas continuam lá, foram até promovidos. Exemplos como o João Paulo, estão falando até que o Silvinho vai voltar para o PT. Delúbio já está aí. Quer dizer, é uma turma de caras de pau que não sabe realmente se comportar. Então, há uma grande diferença entre o mensalão do PT e o mensalão do DEM, por isso que o Democratas vai continuar insistindo. Evidentemente com uma renovação muito grande dentro dos seus quadros.

    Sobre a questão da corrupção, o senhor acredita que a origem desse problema está no financiamento eleitoral de campanha?

    Fraga – Eu não diria totalmente, mas eu acho que o financiamento de campanha público é necessário. Você tem um pequeno candidato, aquele que não dispõe de recursos pode participar em igualdade de condições. Eu fiz uma campanha para o Senado e gastei R$ 800 mil, os outros adversários declararam R$ 2 milhões e nós sabemos que foi muito mais do que isso. Portanto, eu defendo o financiamento público como uma forma da gente até mesmo minimizar as questões, digamos assim, as doações que acontecem em campanhas por debaixo dos panos, isso é uma forma de acabar com essa corrupção.

    Qual o maior erro e o maior acerto do governo Arruda, do qual o senhor foi secretário?

    Fraga – Eu acho que o maior acerto foram as obras que foram feitas. Eu acho que tudo que foi feito pelo governo no início foi válido. Não posso falar de erro porque todo ser humano erra. Eu acho que a única coisa que todos nós ficamos constrangidos foi com as imagens. E se você for analisar bem, receber dinheiro e não declarar em campanha… Quem nunca fez isso que atire a primeira pedra.

    E para acabar, o que o ex-deputado e ex-secretário Alberto Fraga fará após ter obtido meio milhão de votos na última eleição?

    Fraga – Primeiro eu quero falar que é uma derrota com sabor de vitória, porque eu acho que ninguém acreditava que pudéssemos ter 511 mil votos. Eu sei que eu sou uma pessoa polêmica, agora, de vida pública sem nenhum reparo a fazer. Os equívocos que às vezes acontecem na vida da gente servem como lição. Eu acho que só perdi a eleição porque não houve união. A coligação estava totalmente desunida. Você não via deputado pedindo voto para senador. Eu respeito todo mundo, agora, eu tenho certeza absoluta que se colocasse de igual para igual para que eu disputasse o voto com os vencedores, Rollemberg e Cristovam, eu não tenho dúvidas de que eu ganharia. Se tivessem debates para que a gente pudesse discutir os assuntos, eu tenho certeza de que a coisa seria diferente, mas sequer promoveram um debate entre senadores. Então, não houve realmente essa democratização da campanha para senador e eu agradeço os meus mais de meio milhão de votos. O  que eu vou fazer agora é cuidar da minha vida, dos meus afazeres pessoais e se houver chance e se a população assim quiser, nas próximas eleições, é evidente que meu nome estará à disposição para disputar uma eleição. Não sei ainda para o quê, mas com certeza eu poderei estar de novo enfrentando aí essa turma do PT nas urnas. Eu tenho certeza de que a população vai se decepcionar tanto com esse governo que vai querer que ele acabe o mais depressa possível.

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    Deve ler