ELEIÇÕES 2010 – DISTRITO FEDERAL | ||
Fogo cruzado na TV | ||
Do Correio Braziliense Ataques contra adversários e justificativas ao eleitorado serão o mote da primeira semana de propaganda eleitoral gratuita no Distrito Federal. A partir de amanhã, o eleitor terá a oportunidade de conhecer melhor os candidatos que participam das eleições deste ano. O clima promete esquentar logo na quarta-feira, na estreia dos concorrentes ao Palácio do Buriti na televisão e no rádio. O ex-governador Joaquim Roriz (PSC) não terá trégua. Primeiro, terá de reforçar a viabilidade da própria candidatura, que foi impugnada pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do DF. Depois, precisará se esquivar das críticas feitas pela maioria dos concorrentes contra ele e as quatro gestões no comando GDF. As propagandas eleitorais permanecerão no ar até 30 de setembro. Os postulantes ao GDF têm dois programas a cada segunda, quarta e sexta-feira, às 13h e às 20h30. Serão 38 aparições para cada um, além das inserções diárias (veja quadro) e da participação nos horários destinados a outros membros das chapas. Enquanto boa parte da população torce o nariz para a interrupção da programação normal, os estrategistas políticos acreditam que a campanha só começará de verdade com o aparecimento dos candidatos nas telinhas. Acostumado com as gravações, Roriz dedicará a primeira semana para reafirmar a sua posição como candidato ao Buriti. Os advogados do ex-governador tentam reverter no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a decisão do Judiciário local. Roriz caiu na Lei da Ficha Limpa por ter renunciado, em julho de 2007, ao mandato de senador para fugir de cassação. Na televisão, Roriz tentará convencer o eleitor da disposição em se manter no páreo. No primeiro dia, o ex-governador aparecerá defendendo a candidatura e falando do compromisso com a população carente. Um dos principais discursos é o de não representar um projeto pessoal, mas a vontade da maioria dos eleitores brasilienses. Para mostrar a força popular de Roriz, as produtoras Apoio 3 e Estilo usarão muitas imagens dele no meio da multidão, como nas inaugurações dos comitês políticos da coligação nas cidades. Imagem A maior parte dos programas de Agnelo será no formato jornalístico e mostrará a situação das áreas de transporte, educação e saúde. O grupo do petista não revela se vai atacar ou não Roriz, mas diz que o ex-governador terá de apresentar explicações sobre as denúncias da Operação Caixa de Pandora, que investiga um suposto esquema de corrupção no DF. Isso porque Roriz admitiu em debate na TV que a prática pode ter começado em seu governo, apesar de afirmar desconhecer qualquer ação do tipo. No ataque Toninho do PSol promete apontar as mazelas de Roriz e do grupo de Agnelo, mas sem tocar no nome dos adversários para não dar oportunidade a direitos de resposta. “Denuncio todos os problemas do DF, de um legado perverso dos governos anteriores e que hoje estão nas duas maiores coligações. Só vou deixar de nominar cada um porque não posso perder um segundo sequer para eles, mas quem estiver ouvindo saberá de quem estou falando”, afirma Toninho. O candidato do PSTU, Rodrigo Dantas, também não poupará os adversários. “Vou demonstrar como a privatização domina e acaba com os recursos do DF”, diz. Eduardo Brandão (PV) e Newton Lins (PSL) aproveitarão os primeiros minutos para apresentar candidaturas alternativas e envolvidas com o meio ambiente. As propagandas do Partido Verde contarão com os depoimentos da presidenciável Marina Silva. “Estamos atrás do voto ideológico e de legenda. Por isso, vamos usá-la de cabo a rabo no nosso tempo de televisão”, afirma Brandão. Os produtores de Newton Lins têm o desafio de passar a mensagem do candidato em 45 segundos. “Será como se trabalha um produto, com uma linha mais leve e bem-humorada”, diz Kleber Ferriche, responsável pela produção. O pouco tempo fará Frank Svensson (PCB) resumir suas propostas. Ele tem seis propagandas gravadas com propostas sobre habitação, transporte urbano, saúde e segurança. “Quem mais aparece em meus programas são camaradas do partido e candidatos a outros cargos eletivos”, diz Svensson.
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