Os atos de 8 de janeiro precisam ser esclarecidos definitivamente pelas autoridades, mas sem lado, nem maquiagem ou omissão de informações
É notório na cidade que de fato houve facilitação para que infiltrados (com táticas de guerrilha) invadissem os prédios dos Três Poderes na Esplanada dos Ministérios em Brasília. Por esse motivo é que o presidente Lula mandou esconder as imagens internas do Planalto daquele dia, além de mandar sua equipe fazer todo o possível para evitar a instalação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos de 8 de janeiro. Lula não quer que se investigue o corrido.
Na prática, o governo lulista quer esconder o que muitos políticos já sabem. A CPMI tem tudo para trazer a verdade à tona, para desespero da esquerda.
Não foi à toa que, um dia após os atos de depredação na Esplanada, fosse determinada a prisão do comandante-geral da PMDF, coronel Fábio Augusto, do ex-ministro Anderson Torres e o afastamento, por 90 dias, do governador do Distrito Federal Ibaneis Rocha (MDB). O Palácio do Planalto correu para achar os “culpados”.
A valorosa Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), considerada exemplo no Brasil devido ao seu alto nível de competência, patriotismo e dedicação, após o episódio do dia 8 de janeiro, passou a ser duramente atacada e criticada por autoridades e políticos recém chegados à Brasília, além de ver seu ex-comandante, coronel Fábio Augusto Vieira ser preso por ordem do ministro Alexandre de Moraes, dois dias após os atos terroristas.
A omissão e culpa pelo ocorrido naquele domingo não foi de Fábio, Ibaneis ou Torres. O coronel Fábio meteu a cara e enfrentou os terroristas infiltrados entre os manifestantes de direita naquele dia; Anderson Torres havia sido nomeado mas estava de férias e só assumiria o cargo ao retornar dos EUA no fim de janeiro; e Ibaneis Rocha estava se preparando para entrar de férias mas estava atento e exigindo informações a todo instante por parte da Secretaria de Segurança Pública do DF. Posteriormente ficou comprovada a inocência de Ibaneis, após ser acusado de omissão, e ele retornou ao cargo na semana passada.
Do lado do Governo Federal, já se sabe de quem foi a culpa: GSI (Gabinete de Segurança Institucional). Um pelotão de 36 homens do Batalhão da Guarda Presidencial foi dispensado, por escrito, 20 horas antes de infiltrados invadirem e depredarem o Palácio do Planalto. A informação é do jornal Estado de S.Paulo. No sábado (7), o batalhão reforçou a segurança do prédio, mas, no domingo (8), apenas o efetivo da guarda normal foi convocado. Segundo o Estadão, a guarda estava armada de fuzis com munição letal, mas tinha pouco equipamento para o controle de distúrbios civis, como escudos, bombas de gás e balas de borracha.
E do lado do DF? De acordo com informações, confira a retrospectiva abaixo para saber quem de fato são os culpados pela trapalhada e omissão diante do caos ocorrido naquele 8 de janeiro, que culminou com a prisão de inocentes e o afastamento do governador reeleito no primeiro turno com imenso apoio de bolsonaristas:
RETROSPECTIVA
Dia 3/1 – Coronel Naime faz requerimento às 16h06 (como pode fazer o requerimento no mesmo dia que já estaria dispensado?)
Dia 4/1 – Às 16h05, o Major Wendel despacha para o Gabinete do Comandante Geral o requerimento; Até então, o ato administrativo não havia sido solucionado e o Coronel Naime já não trabalhava conforme seu depoimento na CPI na Câmara Legislativa do DF.
Dia 4/1 – Às 16h25, o 1º Tenente Cleuter despacha para a seção administrativa o requerimento para decisão.
Dia 4/1 – Às 18h37, o TC Péricles aprova o documento do coronel Naime e sugere deferir o requerimento em questão.
Dia 6/1 – Às 07h53, o coronel Klepter Rosa finalmente defere o requerimento do Cel Naime. Mas há quantos dias Naime estava fora do serviço? Só agora, conforme o direito administrativo, ele estaria dispensado. Mas por quê o subcomandante deferiu quase no dia do término da licença? Um grande problema administrativo, pois o documento foi assinado muito depois da data de início. Isso não é normal acontecer na PMDF.
Uma dúvida que paira é que, se existia um documento do Comandante Geral proibindo quaisquer policiais militares a tirarem dispensas e férias, por quê só o coronel Naime conseguiu, pois muitos outros policiais, segundo informações obtidas, não tiveram o mesmo benefício. Outro fato muito estranho dentro da PMDF.
Dia 5/1 – A Delegada Marília teria dito à Polícia Federal (PF) que a SSP-DF tinha informações que” poderia haver invasões de prédios públicos, bloqueio de refinaria e distribuidoras de combustíveis e possivelmente uma greve geral no dia 9 de janeiro”. Ela disse ainda que representantes dos órgãos de Segurança que participavam de um grupo de WhatsApp denominado “Perímetros de segurança” foram avisados em 6 de janeiro sobre a agitação de grupos extremistas na capital federal. Quem participava deste grupo?
Dia 6/1 – A coronel Cíntia convocou a única reunião da SSP-DF através de um grupo de WhatsApp para tratar da manifestação do dia 8 de janeiro, e diz que chamou os órgãos envolvidos, mas, segundo informações, não foi falado de invasões de prédios públicos, tampouco informou grau de risco; pelo contrário, falou que seria tranquila e que não havia risco algum, nem se realmente haveria tal manifestação. Quem participou dessa reunião? Por quê não foi falado sobre as informações que a Dra Marília teria afirmado que a SSP e o Grupo Perímetro de segurança sabiam? Muito estranho…
Dia 6/1 – Às 14h11 a coronel Cíntia assina o Protocolo de Ações Integradas 002 para as manifestações de 7,8 e 9 de janeiro, mas a PMDF neste dia trabalha somente pela manhã; então o documento não chegou a tempo para ciência do Comandante do Policiamento, e agora entende-se porque houveram falhas no planejamento. Como planejar sem informações?
Dia 5/1 – O coronel Marcelo Casimiro solicita ao DOP apoio de algumas Unidades como: CPTRAN, BPCHOQUE mediante acionamento no dia 06, ou seja : estariam em PRONTIDÃO, conforme explicado pelo Cel Naime na CPI. Nos dias 7, 8 e 9 seriam 9 viaturas dos GTOPs e GPE em condições de acionamento (Prontidão). Podemos afirmar que o Cel Marcelo Casimiro tinha algumas informações prévias antes da reunião e da chegada do Protocolo de Ações Integradas, e teria feito um planejamento prévio.
Dia 7/1 – No período noturno, o coronel Paulo José, Subcomandante do DOP, teria informado que, por ordem do sub-comandante-geral , coronel Klepter Rosa, para colocar a tropa em SOBREAVISO, que segundo o Cel Naime em seu depoimento, causou uma estranheza, pois não seria uma atitude que nem ele e nem o Comandante Geral teriam feito. Sobreaviso, a tropa fica em casa e aguarda ser chamada, e essa foi a demora que aconteceu e facilitou a invasão dos manifestantes nos prédios públicos.
Dia 8/1 – O coronel Fábio, Comandante Geral da PMDF, chegou às 08h na Esplanada dos Ministérios e ficou comandando a tropa até o final. E neste período, por que ele não solicitou reforço da tropa para evitar o pior? Onde estava seu subcomandante (Klepter) enquanto pegava fogo na Esplanada? Não seria Klepter o responsável pelas ordens? Principalmente o SOBREAVISO?
Cabe ressaltar que dois motivos vieram causar toda essa problemática e o afastamento do governador Ibaneis: a primeira foi a informação que teria chegado à Secretaria de Segurança Pública do DF e não teria sido repassada a tempo para a PMDF, mesmo com uma reunião na SSP-DF com vários envolvidos no serviço; A outra, foi o coronel Klepter, subcomandante à época, colocar a tropa de SOBREAVISO e não PRONTIDÃO.
E quem mandou a tropa ficar em casa naquele dia? E de quem foi a ordem para que soldados recém formados e sem equipamentos fossem acionados?
O coronel Klepter Rosa, atual comandante da PMDF, era o responsável direto pelo Departamento de Operações, que não teria feito o planejamento correto das ações para evitar os atos violentos em Brasília.
Relatório feito pela Polícia Militar do Distrito Federal, a pedido da Procuradoria dos Direitos do Cidadão, omite a participação do atual comandante da PMDF nas falhas de segurança para impedir os atos violentos do dia 8 de janeiro.
Segundo o organograma da PMDF, o Departamento de Operações é diretamente subordinado ao subcomando-geral. Até o afastamento e a prisão do ex-comandante geral da PM coronel Fábio Augusto Vieira, o atual comandante, coronel Klepter Rosa, era o subcomandante da corporação. Mas essa informação não foi inserida no relatório enviado ao Ministério Público.
O fato é que há inocentes presos e culpados soltos, desgastando a imagem do DF e da PMDF que definitivamente não tem culpa do ocorrido. A tropa obedece ordens e quem deu a ordem para que ficasse em casa (sobreaviso) sequer foi punido nem ouvido pela CPI da Câmara Legislativa do DF por razões ainda desconhecidas.