O Sindicato dos Policiais Civis do Distrito Federal (Sinpol-DF) celebrou três décadas e meia de existência em uma cerimônia especial dedicada às mulheres, homenageando-as pela atuação e promoção do combate à violência contra a mulher.
O evento também prestou homenagens às 32 vítimas de feminicídio no DF em 2023, com destaque para a agente de polícia Valderia da Silva Barbosa, vítima de feminicídio em agosto deste ano, brutalmente assassinada pelo seu ex-companheiro em sua própria residência. Recentemente, a PCDF deu o nome de Valderia ao seu auditório, como homenagem à policial civil pelos relevantes serviços prestados na Deam II, em Ceilândia.
Durante a homenagem póstuma dedicada a Valderia, foi exibido um vídeo do seu cortejo fúnebre que também trouxe os nomes das demais vítimas de feminicídio. Durante o minuto em que os nomes iam surgindo na tela, o público se emocionou e aplaudiu como símbolo de solidariedade e respeito às vítimas e seus familiares. A medalha foi entregue à mãe de Valderia, que esteve no evento acompanhada dos filhos da policial civil e familiares.
Além da participação de toda a diretoria do Sinpol-DF, o evento contou com a presença de autoridades e parlamentares de destaque no Distrito Federal, entre eles o delegado de polícia Ricardo Villafane, representando a Celina Leão, vice-governadora do DF, o delegado-geral da PCDF, José Werick de Carvalho, a secretária Giselle Ferreira, titular da Secretaria de Estado da Mulher do DF, a deputada federal Erika Kokay e a presidente do Sindepo-DF, Cláudia Alcântara.
De maneira atípica, o presidente do Sinpol interrompeu o seu discurso e deu lugar à secretária-geral da entidade, Luana de Ávila, justificando que “no contexto especial deste evento, é mais do que apropriado que o discurso principal de um representante do sindicato seja realizado por uma mulher”.
Luana, em um discurso de empoderamento, destacou a presença crescente das mulheres em espaços historicamente restritos. “Estamos presentes em espaços antes inacessíveis, e entregamos resultados com excelência. Enfrentamos desafios diários, às vezes em jornada mais que dupla. A nossa participação na sociedade não é apenas cor-de-rosa”, enfatizou.
Os discursos foram proferidos voltados ao combate à violência contra a mulher, destacando um alerta para a crescente onda de feminicídios no DF. Na mesma oportunidade, foi destacada a atuação dos policiais civis no combate a essa violência.
“Assumi a Secretaria da Mulher em meio a uma pandemia de feminicídios, que já totalizam 32 casos. Mas isso vai acabar. São por exemplos como o que aconteceu com a Valderia que temos que vislumbrar um mundo melhor. Precisamos homenagear as mulheres e, mais ainda, colocar em prática essas homenagens. Parabéns à força policial civil, que tem sido muito parceira para virarmos essa página”, destacou Giselle.
“Entrei em 1986 na PCDF, uma época que não havia alojamento e banheiro feminino, as mulheres tinham que dividir esses espaços com os homens. Cargos de chefia para mulheres era algo inexistente. Hoje, sou a primeira mulher a assumir o cargo de presidente do Sindepo. Chegar nessa condição não foi fácil, e eu espero contribuir para que outras também trilhem esse caminho”, declarou Cláudia Alcântara.
O sindicato também prestou homenagem e condecorou jornalistas que atuam em Brasília, pelo comprometimento e responsabilidade com a informação e por promoverem, por meio da divulgação de notícias, o combate à violência contra a mulher. Receberam a medalha as jornalistas Rita Yoshimine, Isadora Teixeira, Williane Rodrigues e Darcianne Diogo.
_Confira detalhes no vídeo:_ https://youtu.be/N9LmXeFLn3k